terça-feira, outubro 18, 2005

O nevoeiro cancerígeno

Lá estava eu, sentado no banco do comboio encostado ao vidro a olhar para o rio Tejo...ou era isso ou olhava para o outro lado e via centenas de pessoas apertadas quase a caírem-me a cima. Chegamos à última paragem, Cais do Sodré. As pessoas entram em euforia, tentam alcançar o botão para abrir a porta o mais rápido possível. Eu fico sentadinho à espera que a maior parte das pessoas saia para não ser atropelado. Levanto-me, ponho as mãos nos bolsos, dirijo-me para a porta, saio do comboio e pronto...é aqui que a verdadeira aventura começa: As pessoas que foram a correr para a porta tinham uma razão para isso: queriam acender o seu cigarrinho o mais depressa possível. As nuvens de fumo tomam conta do Cais do Sodré e eu lá tento desviar-me delas. Por momentos sinto-me o D. Sebastião, mas a tosse que o fumo me provoca lembra-me que não. Tento suster a respiração, mas lá acabo por ser invadido. Enfim, ao menos estas pessoas esperam por chegar à rua, e não fumam dentro de espaços fechados...digo eu.
A questão do tabaco que nunca irá mudar... “Ah, eu quando quiser paro de fumar, eu consigo controlar isto”. Acho que fumar só mostra o nível de estupidez da pessoa... a sério. Fumar MATA, não? Cada vez que falo sobre isto dizem-me “Fumar é mau, mas tu também bebes álcool e isso também é prejudicial”... a minha resposta é: “Eu não ando a atirar com cerveja à cara de ninguém, e se prejudico alguém esse alguém sou eu”. Fumem à vontade, suicidem-se aos bocadinhos, a vida é vossa : ) Não me obriguem é a levar com a vossa ignorância. Se eu morrer de cancro e se for devido ao fumo que inalei durante estes anos todos, não quero que os fumadores (que não tiveram qualquer tipo de respeito) se ponham a lamentar a minha morte. Eu juro que venho cá abaixo outra vez só para espancar a pessoa violentamente. Os chocos com tinta deitam tinta.