terça-feira, dezembro 05, 2006

adoptar netos

Há quem faça filhos, há quem os compre, há quem os roube, há quem os mate e há quem os adopte. Para os adoptar é preciso ir lá à “loja dos filhos” e trazer um. Com sorte talvez tenham promoções para o Natal. Leve dois orfãos, receba um de borla...ranhoso! Bem, mas a questão que me anda a moer o juizo durante esta semana é a seguinte: Porque é que só se podem adoptar filhos? Não se pode adoptar um neto? Ou um sobrinho? Porque é que temos de adoptar filhos! Imaginemos um casal, com três lindos meninos. Estes cresceram, mas para desilusão dos pais, não tiveram filhos! Isto porque um era infértil, outro era homosexual e o terceiro...morreu. Todas as hipoteses deste casal (agora já velhinho), de terem netos, foram por água abaixo! Solução? Adoptar um neto! Não é fácil? Se é possível adoptar um filho, acho que devia ser possível adoptar um neto! Vamos tornar velhinhos felizes e com netos! Jesus é uma cebola!

quarta-feira, novembro 15, 2006

este dia está azedo

Nem todos os dias podem ser bons e agradáveis, e existem dias que nos correm mal do principio ao fim. Sentimo-nos em baixo, depressivos, revoltados e ansiosos que o dia acabe depressa. A situação repete-se várias vezes por mês ou semana, e é por isso que acho que se deveria criar uma instituição onde pudessemos trocar os dias maus por dias bons! Centro de Reclamação e Troca de Dias Maus, o CRTDM. O dia correu-lhe mal? Não desespere, pode trocá-lo por outro! Ainda não pensei muito bem se haveria algum tipo de pagamento...poderia funcionar por pontos, não sei. E só os dias uteis é que poderiam ser trocados (férias e feriados não incluidos). Imaginem que saiam de casa, apanhavam chuva, perdiam o comboio por 4 segundos, um transeunte espirráva-vos em cima, eram assaltados, o trabalho corria-vos mal, entre muitos outros possíveis azares. Não tinham que se preocupar, dirigiam-se ao CRTDM e pediam o vosso dia novamente! Era trocado imediatamente. Mais um dia na vossa vida! Ou então é mais uma ideia assim assim. Cheira a faneca.

quarta-feira, novembro 08, 2006

a alheta

Se existe sítio que eu gostava de visitar é a Alheta. Estou sempre a dizer que vou lá, mas aqui entre nós ainda não realizei tal sonho. Agora que me debruço sobre o assunto, a Alheta deve ser um lugar bastante agradável, com um clima excelente para passar férias ou quem sabe cinco minutos apenas. Oiço dizer: “bem, vou-me por na Alheta, até amanhã”....hmmm, neste caso não é uma questão de férias, mas uma passagem rápida, logo a Alheta está mais perto do que pensávamos! Mas também há quem diga: “Quero é acabar os estudos, arranjar trabalho e por-me na Alheta!”. Aqui a Alheta ganha força...há quem queira chegar à Alheta e o mais rápido possível! Será essa a nossa missão na vida? Será esse o sentido da vida? Chegar à Alheta? Sinceramente não acredito...os que vão, voltam logo, e os que dizem que vão para sempre estão sempre cá, logo se foram, não ficaram...confuso? Além disso se fossemos todos parar à Alheta, este lugar seria pior que Tóquio, Nova Iorque, São Paulo ou até mesmo Amadora! Seria uma enorme concentração de pessoas! Se assim for nunca quero passar pela Alheta. Um bem haja aos Alhetenses e ao seu turismo.

sexta-feira, novembro 03, 2006

poesia rápida e barata

E lá estava eu...deitado, a perder-me na imensidão do espaço
Tu apareceste...olhaste-me, e depois dum sorriso veio o abraço
Apertei-te com força...a saudade era muita, o sentimento era estranho...
Foi então que me apercebi, não eras tu...era um sonho.

Silêncio, tédio e revolta...os três inimigos esmagam-me sem qualquer aviso
Sem forças acabo por chorar, como se me doesse o dente do siso
A esperança ou salvação não está em caramelos ou figos...
A esperança e a salvação está nos verdadeiros amigos!

Magoaste-me o dispositivo que me bombeia o sangue
Feriste-me por dentro...e por fora
Tenho uma faca espetada e só espero que esta merda estanque
Ou é desta que eu bato a bota e me vou embora...

As lágrimas saem como se não parasse de chover
Preciso de uma arma...ou à falta de coragem duma bebedeira
Preciso de berrar, desabafar, gritar e sofrer
Preciso de amigos..preciso de Casal da Eira

Atiram-me com palavras que não mereço
Rotulam-me com nomes que desconheço
Ouvi-los seria matar a minha identidade
Cresçam, apareçam, larguem a puberdade...

Espanco-te meu amor
Porque é o que mereces
Alimentaste esta dor
E agora estremeces...

Convidei-te para este sitio, tão especial para nós
Senta-te, olha agora o por do sol...
Puxei o gatilho da arma do Mós
PUM!....já só existo eu..eu e o por do sol

Penetro-te como se não houvesse amanhã
Eu gemo e tu gritas como uma atrasada
Resolvo tapar-te a cara com uma almofada
Calas-te...parece mesmo que não existe amanhã.

quarta-feira, outubro 11, 2006

macacos do nariz

O nosso corpo é uma máquina extremamente bem desenvolvida, mas apesar disso temos de lidar todos os dias com matérias menos bonitas, nomeadamente as fezes, a urina, a saliva, a especturação e...os macacos. A dúvida de hoje debruça-se sobre esse aglumerado de sujidade entranhado nas nossas fossas nasais e pendurado nos pelos das mesmas. Os macacos não têm um nome mais sério? Algo mais credível? Todas as outras têm : fezes-merda / urina-mijo / saliva-cuspo / especturação-escarreta. Porque razão os macacos não têm direito a um nome mais profissional e científico? Eles são macacos porque estão pendurados lá dentro certo? Então se calhar deveriam ser chamados de “primatas nasais” ou “símios nasais”. Qualquer coisa menos macacos do nariz. Eles também têm direito a um nome bonitinho! A luta continua! Eu tiro primatas nasais com o dedo e só depois é que colo ao papel.

segunda-feira, outubro 09, 2006

sexta-feira, outubro 06, 2006

a minha colecção

Finalmente resolvi mostrar ao mundo a minha colecção de unhas. Unhas de vários dedos, das mãos ou dos pés, unhas de amigos, unhas de familiares, e muitas unhas minhas. Unhas para ali e unhas para aqui. Unhas pintadas, unhas cagadas, unhas mal cortadas e unhas encravadas. Unhas já com 8/9 anos e unhas fresquinhas cortadas hoje. Adoro a minha colecção de unhas e ela adora-me.

a menina Jorgina

Era uma vez uma menina
Extremamente aventureira
O seu nome era Jorgina
E resolveu subir a uma nespereira

Tinha tanto de maria-rapaz
Que mais parecia o vizinho João
De repente o tronco faz “trazzz”
Lá caiu ela com os cornos no chão

Jorgina berrou e chorou
Mas rapidamente limpou as lágrimas
Lá se levantou e gritou:
“Sou uma mulher de armas!”

Forte e confiante
Encheu o peito de ar
Deu um passo em frente
E ouviu algo a activar

Uns segundos depois
Deu-se uma grande explosão
Jorgina estava desfeita em 24 ou em 22
Pois tinha pisado uma mina no chão

terça-feira, outubro 03, 2006

wash & clean

A vontade de ir à casa de banho aparece quando menos esperamos, ou quando nos dá menos jeito. Foi em plena aula que me deu a vontade e eis que surge a grande questão: O que siginifica w.c? As tentativas iam sendo atiradas ao ar. A primeira que me surgiu foi Wash & Clean. Fazia sentido, mas não tinha certezas. Optei então por um caminho mais religioso...a.C (antes de Cristo), d.C (depois de Cristo)... w.C (wow!Christ!), no sentido de fazer esforço em demasia para “algo cair”. Hmmm, definitivamente não era esta a resposta. Isto não é assunto para deixar a meio e resolvi procurar numa coisa chamada internet. Eis o resultado desta cof intensiva cof pesquisa:

“WC pode significar:
(do inglês water closet, "armário da água") para Vaso sanitário / Sanita.“


É claro que fiquei surpreendido por tamanha estupidez. Water Closet? Já me estou a imaginar a abrir o armário e toma lá urina! Por este andar lavava as mãos e os dentes na gaveta das meias, e os pés na gaveta das t-shirts! E claro, que num wc existem sempre problemas de saneamento, logo o sr. canalizador tinha de entrar em acção e desentupir-me a “merda da gaveta” das camisolas! Bom, com isto tudo proponho que o significado de w.c seja alterado! A minha hipótese (Wash & Clean) faz mais sentido e só assim teremos um futuro promissor neste universo sanitário! Um bem haja bem cheirosinho.

quinta-feira, setembro 14, 2006

cheira a enchidos

A pedido de muitas familias cá estou eu para mais um post parvo. Cá vai. Quando arrotamos cheira a chouriço. Depois de um almoço, o nosso corpinho tem necessidade de expulsar gases e afins...logo o arroto ou o peido tornam-se hábitos diários. O interessante nisto tudo é que o arroto cheira sempre a chouriço, independentemente de termos almoçado carne, peixe, azevias ou hortaliça. O cheiro que vem cá de dentro é de chouriço (há quem o defina como bife, mas eu prefiro chouriço...salvo seja). Mas calma, esta característica do arroto não se fica por aqui. O cheiro dum arroto é algo sem escrúpulos, pois denuncia-nos a qualquer hora e lugar. Podemos estar numa aula, no comboio, no cinema, seja onde for, e até o arroto ser daqueles que mais parecem um soluço (silenciosos com um pinote da cabeça), a questão é que o cheiro denuncia-nos sempre! Segundos depois parece que estamos numa fábrica de chouriços ou numa tasca nortenha. O cheiro é intenso e não dá para disfarçar (nota: se estiverem em grupo tentem esquivar-se, pode ser que resulte; se estiverem a sós com alguém...bem, enterrem a cabeça na terra ou comecem a espumar-se da boca). Será que os pinguins arrotam a chouriço?

sexta-feira, julho 21, 2006

febre amarela

Existem certas coisas que não fazem sentido. Uma delas são as legendas amarelas. Conseguem tornar um bom filme num péssimo filme, e no entanto são só legendas. Sentamo-nos no sofá, temos as pipocas, temos a bebida, os pés estão descalços, os estores estão quase fechados, parece estar tudo pronto para o inicio do filme. Play no comando e cá vai disto! Levantamos o som para nos entregarmos totalmente ao filme e eis que este começa...o genérico é a passagem para dentro do filme, para a sua história, e desperta-nos emoções e alguma ansiedade. A música é a cereja em cima do bolo, e consegue mesmo pôr-nos com pele de galinha. Sentimo-nos bem porque definitivamente o filme promete! O genérico acaba de uma maneira subtil, aparece um personagem que resolve falar, resultando nas maravilhosas legendas amarelas...os nossos olhos contraem-se com a luminosidade da coisa, o nosso coração ameaça uma paragem cardíaca, o nosso cérebro tenta não acreditar naquilo que viu e aguardamos petrificados, suados e a engolir em seco pela próxima fala e legenda. Rapidamente ela resolve aparecer e é aqui que o sentimento de revolta misturado com frustração apodera-se de nós. Caímos como um peso morto no sofá, os nossos olhos ficam vermelhos e é dada a ordem para as lágrimas partirem. As pipocas espalham-se pelo chão, envolvendo-se com cotão e alguns pelos do gato. Uma tarde de cinema caseiro foi por água abaixo, dando lugar a uma tarde depressiva, em que a única questão que fazemos a nós próprios é: “Mas porquê?”.

quinta-feira, julho 13, 2006

senhor agente da autoridade

Chui, s. m. (gír.) polícia.

Chui é uma palavra estranha e que ninguém usa. Em todos estes anos de vida, nunca ouvi ninguém dizer chui. Só a utilizam nas traduções dos filmes e sinceramente também não compreendo...usem polícia em vez de chui! Alguém já ouviu dizer na rua: “Oh senhor chui, pode-me dizer onde fica esta rua?” ou então “Socorro, chamem os chuis!”. Sendo assim existem vários tipos de chui, vejamos: Chui à paisana, chui militar, chui de trânsito, chui sinaleiro, chui a cavalo, cães chui e o meu preferido: chui de choque. Tantos chuis e nenhum consegue intimidar, nem mesmo o chui de choque. Nunca ouvimos ninguém a dizer na escola que o pai dele era chui! Polícia era...agora chui, nunca! Que vergonha...imaginem a turma toda a gozar com a criança: “O teu pai é chui! O teu pai é chui!”. Traumas que ficam para sempre com certeza. Mudando radicalmente de assunto, hoje regressava a casa de comboio, vinha a falar com um amigo, passou um comboio na outra linha, o vidro da janela rebenta e ficámos cobertos de vidros. Vidros na cabeça, vidros na cara, vidros na roupa, vidros nas costas, vidros nos braços, vidros nos pés. Lá fiquei cheio de pontinhos vermelhos de sangue no braço. Acho que é um caso para a chui judiciária.

terça-feira, junho 27, 2006

o gosto discute-se

“O gosto não se discute”. Quantas e quantas vezes ouvimos esta frase nas nossas vidas? Acho que o exemplo mais notável é a nível cultural. O gosto não se discute? A merda é que não se discute! Vão-me dizer que quem gosta dessas novas bandas feitas às três pancadas tem algum gosto? São essas pessoas que me vão dizer que o gosto não se discute? Basta de ignorância e vamos assumir os nossos gostos! Gostam, tudo bem. Mas porquê? Conseguem explicar? Cada um come do que gosta, mas será que esta desculpa do “gosto não se discute” se vai manter para abafar bandas sem o mínimo de qualidade que se limitam a plagiar e a roubar músicas, ou mesmo o incentivo à violência e à destruição? Esta desculpa ainda pega? Muito sinceramente, se o gosto ainda não se discute, deveria começar a discutir-se! Não para insultar a pessoa, ou para deitá-la abaixo, mas sim para absorver informação e para ouvir uma explicação do porquê. A sério que gostava mesmo de saber as razões que levam as pessoas a irem por tais caminhos (que decerto não serão por motivos sociais como o medo de rejeição em grupos, ou a solidão, longe disso cofcof). Como já disse, cada um come do que gosta...é pena é que só comam o que lhes dão. Isso é que me faz confusão e que me revolta. Podem-me até dizer que aquela música é engraçada e que gostam dela, mas adianto já que é mentira. Aposto que nunca se deu ao trabalho de ir ver a letra, de ver o lamechas e inútil que aquilo é, e que realmente só o é para ganhar dinheiro (que mais?). Passa-se o mesmo com filmes, séries, programas, álbuns, livros e obras de arte. Já é normalissimo (infelizmente) irmos a uma exposição de um artista qualquer e alguém dizer: “Não gosto muito deste artista, prefiro mais o outro” ou “Aquela mancha de tinta e rabiscos? Aquilo também eu fazia!”...pois, mas não o fez, e se não gosta é porque não conhece. Também torço o nariz a muita coisa, mas é normal porque não conheço. É preciso haver uma preparação, uma recolha antes de nos atirarmos de cabeça a algum objecto de cultura. É óbvio que nestas torções de nariz (e é grande) consigo avaliar coisas realmente más, de qualidade medíocre, mas aí sou o primeiro a dizer: “Que merda é esta?”. É claro que não me quero armar em superior nem manipular ninguém (se bem que às vezes....). Concluindo, o meu concelho é Cascais, mas o meu conselho é o seguinte: Comam o que quiserem. Certifiquem-se que não é merda. Vocês vão saber.


PS. Morte aos D’ZRT e afins. Um bem haja.

sábado, junho 24, 2006

ficção, fonte de inspiração

A ficção toma conta de nós e nós seguimos as suas regras sem nos questionarmos. É triste ver que a maioria das pessoas se rege por ideias que os filmes transmitem. Filmes fáceis como comédias românticas servem de exemplo a seguir. O casal que se conhece por puro acaso numa lavandaria, num avião ou qualquer outra ocasião completamente estúpida, acaba sempre por passar grandes momentos junto ao mar, a ver o pôr do sol, ou no parque a rebolar ao som daquelas músicas nojentas que se ouvem vezes e vezes sem conta nas rádios da populaça e da juventude rebelde. Surgem sorrisos, frases e pensamentos muito profundos que surpreendem a rapariga, os beijos são sempre mágicos, e claro, todas as quecas são divinais! As velas estão lá, a cama é gigantesca, o casal é sempre bonito e bem constituído, os orgasmos são de outro mundo, acordam sempre com um sorriso na cara, e lá vão (ela com a camisa dele vestida) tomar um pequeno almoço completo e nutritivo, com muita fruta, cereais, café, leite, torradas e waffles É tão perfeito que até me dá vontade de vomitar. Isto é perfeito demais! As coisas não funcionam assim, e ainda bem. É que todas estas coisas que se fazem nos filmes vão sendo assimiladas pelas raparigas (mais sensíveis e essas coisas todas), e quando um rapaz tenta surpreende-la com algo que lhe deu trabalho, a coisa não resulta. Porquê? Porque ela estava à espera de mais alguma coisa. Como no filme! E se não é como no filme, não é bom e não chega. Deixem-se de merdas, amem como deve ser ou seja, à vossa maneira, e não se deixem levar por filmes mesquinhos e inúteis.

quinta-feira, junho 08, 2006

o flashback mentiroso

A nossa vida é feita de lembranças, sejam elas boas, más, mal cheirosas, gordas ou ásperas. Passamos num sitio e o nosso cérebro transporta-nos logo para uma determinada situação, passada ou não naquele local. É como se voltássemos a reviver o momento, de uma maneira um pouco dispersa a nível de sentidos, mas concreta a nível de sentimentos. Apesar desta falha de sentidos, nomeadamente o olfacto, o tacto, o paladar e a audição, a visão é o único sentido que conseguimos reviver da melhor maneira. Conseguimos imaginar a ponte tal como ela era, ver a cara das pessoas, olhar para o céu que estava azul, resumindo, tudo o que estava ao alcance do nosso campo visual. A questão que fica é a seguinte: Porque é que nos filmes e nas novelas, quando alguém tem um flashback, imagina sempre uma cena já gravada, com a personagem já incluída! Passo a explicar, vemos uma cena em que uma rapariga tropeça numa casa de tremoço, e que vai direitinha ao chão, mas no último segundo um jovem loiro e de olhos azuis consegue agarrar a rapariga, e não a deixa estatelar-se no chão. É aqui que a química desabrocha, os olhares ficam colados um ao outro e com sorte ainda há um beijinho (sem língua). A cena dá lugar a outra, mais tarde a tal rapariga está a limpar o chão do quarto, vê uma casca de tremoço, de repente olha para o infinito: a imagem fica toda branca e qual é o flashback que ela tem? É o nosso flashback! O do nosso campo visual e não do dela! A mesma cena, igualzinha à original! Mas será que ninguém se lembra de filmar o que ela viu realmente? Os olhos dela deviam ser a câmara de filmar, logo devíamos ver um passeio, um tropeçar, um chão e uma casca de tremoço a ficarem mais próximos, um jovem a agarrar e a levantar, e por fim os olhos do rapaz! Por acaso gostava de visualizar as minhas lembranças assim, cheias de ângulos e a ver-me como estava. A culpa é dos tremoços.

sexta-feira, junho 02, 2006

a bela bandeira

Estamos em altura de campeonato do mundo de futebol e como não poderia deixar de ser, a bandeira nacional invadiu janelas, varandas e terraços. Sinceramente não acho muita piada a essa febre, mas também não quero falar disso agora. É um caminho muito fácil e ia acabar por ficar deprimido. Do que quero mesmo falar é da bandeira. Da nossa bandeira! A bandeira que serve para pendurar no estendal, a mesma que fica cinzenta de andar presa no tubo de escape dum automóvel, aquela que fica rasgada e amarelada depois de tanto tempo ao ar livre, a tal bandeira que é puxada e atirada ao chão depois de uma inauguração de uma estátua ou instituição. Normalmente as bandeiras são bastante simples, duas ou três cores e acabou. Não digo que sejam bonitas, mas comparadas à portuguesa conseguem dar-me um sorriso na cara. Adiante, a nossa bandeira é feia. Ninguém pode dizer o contrário. É um facto. O vermelho e o verde não combinam. Dizem que o vermelho representa o sangue derramado em batalhas, mas será necessário aquele vermelho? Verde é a cor da esperança, e essa é a última a morrer...mas também morre. O brasão de armas de Portugal também não tem futuro nenhum...a esfera armilar é muito complexa, o escudo português contém cinco escudetes azuis com bolinhas brancas e à volta deste estão os sete castelos amarelinhos em fundo vermelho, que em nenhuma bandeira são iguais! Já vi castelos que se parecem com templos chineses. Uma bandeira verdadeiramente portuga que faz lembrar um belo cozido à portuguesa, cheio de coisas que não combinam umas com as outras...bem, a diferença é que o cozido resulta no fim.

quarta-feira, maio 31, 2006

riscos altos

Normalmente, quando olhamos para o céu vemos sempre um azul que vai até à linha do horizonte, umas quantas nuvens, umas gaivotas, um avião, e sempre, mas sempre...dois risquinhos de fumo branco e paralelos, que se vão perdendo à medida em que avançam. Donde vêm estes riscos? Podem-me dizer que são jactos que andam por aí a passear e em manobras, mas sinceramente isto é obra extra terrestre. Afinal de contas Portugal não pode ter assim tantos aviões, ou pode? Se são mesmo aviões gostava mesmo de saber a vida dos pilotos. Acordam, tomam o pequeno almoço, vão para a base (que nem deve existir), e depois fazem pés...ao céu? Existe mesmo alguém que faz isto? E o que fazem lá em cima? Portugal precisa de se preocupar com algum ataque terrorista vindo do céu!? Eu gosto dos riscos, mas dos aviões nem tanto. Qualquer dia andam a comprar submarinos assim do nada....ah...pois, esses também já os temos. Amo-te Portugal.

domingo, maio 21, 2006

quinta-feira, maio 18, 2006

uma pia para dois

Imaginem uma pessoa num centro comercial, na maior calma, a ver montras, a passar algum tempo com a família...entretanto dá-lhe uma enorme dor de barriga. Dirige-se à casa de banho certo? Se a pessoa é um homem dirige-se à casa de banho dos homens, e se for mulher opta pela casa de banho feminina como é óbvio. A questão que agora se levanta é esta: se for um deficiente, vai à casa de banho dos deficientes, mas não tem oportunidade de escolha! Só existe uma casa de banho para deficientes! É um WC unisexo! Incrível. Serão os deficientes como os anjos? Não têm sexo e órgãos reprodutores? É certo e sabido que quando um homem dejecta é um pitéu do piorio, mas uma coisa é um homem cheirar e outra coisa é uma mulher cheirar! As mulheres deficientes não têm escolha e só lhes resta levar com aquele refugado em cima. E os homens deficientes vão continuar a levar com pensos higiénicos usados nos caixotes do lixo da casa de banho? Sinceramente acho que não faz sentido limitarem-se a construírem uma só casa de banho para deficientes. Por essa lógica quando um deficiente fosse preencher um documento ou algum impresso teria de colocar no sexo, não um M, não um F, mas sim um D. E os kiwis? Onde ficam no meio disto tudo?

quinta-feira, maio 11, 2006

you're my hero

Hoje dei uso a uma coisa que não utilizava há muito mas muito tempo...não comecem já a entrar por caminhos perversos e diabólicos, que não é por aí. O que utilizei foi nada mais nada menos que o meu amigo bidé (palmas). O meu amigo bidé (palmas) tem um nome bem engraçado. Bi-Dé, ou seja duas vezes Dé. São dois Dés. Bem, continuando, sempre olhei para o bidé de lado e nunca lhe dei grande confiança. Afinal de contas é um objecto bastante estranho, para fins ainda mais estranhos. Mas hoje teve de ser. Há dias em que o que sai dentro de nós é bastante pastoso e torna-se difícil fazer uma limpeza a 100% à área envolvente. O rolo de papel higiénico que estava a meio, caminhava a puxadas longas para o fim, e os resultados não eram visíveis (digamos que o teste do algodão não estava a dar certo). Não sou pessoa para desistir de uma coisa, mas hoje a merda ganhou-me e tive de pedir assistência ao meu amigo bidé (palmas). Sem ele estava feito em merda (literalmente). Um bem haja a todos os bidés por esse mundo fora.

domingo, abril 30, 2006

a luz está cara

É certo e sabido que a electricidade está cada vez mais cara. Já começamos a fazer algum esforço para poupá-la e para não estarmos constantemente com a televisão ou o computador ligados. Nas escolas sempre se incentivou à poupança da luz (e não só), tendo como objectivo fixar estas ideias nos mais novos, que são a esperança disto tudo....ou não. O mal disto é que existem produtos anti pedagógicos, que passam a toda a hora na televisão, nomeadamente as telenovelas. Já repararam que em todas (e quando digo todas são mesmo todas) cada vez que alguma personagem chega a casa, as luzes estão sempre acesas? E quando abrem a porta, acendem mais umas quantas não vá aquela luz de presença ser fraquinha e o rapazinho ir contra um bidé (pode acontecer). Depois de estarem a beber um belo chiripiti no enorme sofá de pele, na enorme sala, decidem ir para a enorme cama, e o que é que fazem? Dizem boa noite e até amanhã e a luz fica ligada. Deve ser o trauma do Papão ou qualquer coisa desse género.
Outra maravilha das telenovelas são os pequenos almoços em família. Os pais estão sempre na mesa juntamente com o puto mais novo (que apesar de ser o mais traquinas é ainda o mais pontual). O irmão mais velho chega, cumprimenta os pais com um beijo e começa a comer. Mais tarde chega a irmã do meio, uma pita histérica que nunca tem tempo para comer porque tem de apanhar boleia do namorado mafioso que tem uma mota e não usa capacete. A pita limita-se a cumprimentar os pais por alto, pega numa torrada e siga! Lá vai ela ter com o Tó. É claro que os irmãos lembram-se que estão atrasados para a escola e fogem a sete pés. O pai também vê que já passa das 9h00 e toca de se levantar, dar um beijinho cheio de torrada à esposa e segue caminho. Fica a pobre mulher sentada, com uma mesa cheia de comida que dava para alimentar metade do continente africano, e que praticamente ninguém lhe tocou. Resta-lhe ligar a televisão e ver o programa do Goucha.

sexta-feira, abril 21, 2006

o fio da banana

Uma banana é daqueles frutos que toda a gente gosta. Tem um ar tropical, é diferente dos outros na forma, não dá trabalho a descascar e é a causa principal de grandes quedas cinematográficas. O único se não são mesmo aqueles fiozinhos irritantes que temos que puxar antes de trincar a banana. Pegam-se à mão, e passamos ainda ali uns minutos à procura dos mais escondidos. Fica aqui uma ideia para todos os que estejam ligados ao comércio da banana. Bananas sem fio! Existem azeitonas sem caroço, ananás às rodelas, pêssegos descascadinhos! Nada é impossível, e não custa nada investirem na banana. Afinal de contas ela merece. Banana frita também se mastiga.

segunda-feira, março 27, 2006

assalto à mão pedrada

Há muito tempo que não sou vitima de um assalto. Das duas uma: Ou tenho cara de sem abrigo e nem se dão ao trabalho de me pedir dinheiro, ou então saí do público alvo dos assaltantes (aquela idade dos 12 aos 16). Começo a ficar com saudades de um bom assalto! O último, foi há uns 8 anos e devo dizer que foi um belo assalto, digno de um filme…pronto, talvez esteja a exagerar. Era sábado e vinha eu com o meu primo do cinema e acabada a sessão lá fomos apanhar o autocarro. Tivemos de passar um túnel e do outro lado vi uns rapazolas a dirigirem-se para o túnel. Na altura nem associei as cenas, e quando lá chegámos abaixo estavam 7 ou 8 putos (com os seus 50, 60 centímetros), cada um com a sua pedra na mão. Fiquei abismado com aquilo tudo! Não era de susto, era mesmo de espanto e felicidade! É que normalmente os assaltos são com facas e não com calhaus. Vieram com a bela da conversa: “Sócio, deixa lá ver o relógio e a carteira”. Adoro esta parte do sócio, pois só demonstra a atenção e simpatia dos assaltantes connosco. Deixam-nos à vontade e como se fossemos da família. Eu disse-lhes que não tinha nada mas a cebola que tinha ao pulso era vistosa demais. Puxaram-me do relógio, mas eu agarrei-o com tanta força, que um deles teve de me dar uma cabeçada nos lábios para o largar. Apesar disto não o larguei e lá consegui mete-lo no bolso. Aos poucos íamos saindo do túnel e quando olhei para a paragem do autocarro estavam umas 6 pessoas a olharem para nós! Isto foi muito para o meu coração, porque além das pedras, havia público a ver-nos! Pronto, não bateram palmas ao espectáculo, mas acho que isso era pedir muito. Na altura em que estava a olhar para as pessoas veio um dos chavalecos, meteu-me a mão no bolso e lá tirou uma nota de 1000 escudos. Resultado, o meu primo ficou sem tabaco e isqueiro, eu fiquei sem mil paus e com um lábio inchado, e as pessoas assistiram a um belo momento. Isto sim é qualidade e organização nas coisas. Um bem haja a essas pessoas e ao gang do calhau por uma tarde tão emocionante.

nada

Aqui estou eu sem fazer nada. O fazer nada não existe porque se o fazemos ele deixa de existir. Se fizermos o nada estamos a fazê-lo logo estamos a fazer alguma coisa, logo não é nada! Ou será nada? O nada existe afinal de contas ou não existe? O nada nada na sua essência mais pura e crua! Na minha opinião nunca fazemos o nada enquanto existimos, porque estamos vivos e a respirar e mesmo que estejamos parados estamos a fazer alguma coisa.
O nada tanto resulta numa resposta afirmativa ou negativa, e tem o mesmo significado, vejamos: “O que estás a fazer” Resposta afirmativa: “Nada” (logo está a fazer). Resposta negativa: “Não estou a fazer nada” (logo não está a fazer). Na primeira está a fazer o nada, na segunda já não está, mas o resultado é a mesma merda! Não está a fazer porra nenhuma...mas continua sentado e a respirar. Devia haver uma palavra que representasse o nada enquanto estamos vivos. O nada é para mortos! Eles é que não fazem nada...bem, eles e os políticos (mas este é um nada mais grave).
Conclusão: Quem nada não se afoga.

quarta-feira, março 22, 2006

em caso de emergência

Lá estava eu dentro do autocarro, em mais uma jornada para a escola, quando olho para o vidro do autocarro e reparei nos autocolantes que dizem “Quebrar em caso de emergência”, que se encontram colados em algumas janelas. Nunca tinha pensado muito neste assunto, mas agora que penso...é uma verdadeira parvoíce. Imaginemos que o autocarro vai atolado de gente, e que num dia chuvoso os pneus derrapam e o único destino é a ribanceira. Ai, ai, autocarro do avesso, gritos para um lado, cabeças e braços para o outro, sangue a jorrar e o medo e a adrenalina no limite. Vamos lá ver agora uma coisa...no meio deste caos todo quem é o cabeçudo que vai buscar aquele martelinho vermelho e depois ainda se põe à procura da janelinha certa para partir? É que só algumas é que têm o autocolante!!! É preciso ter isso em conta! Não se ponham a partir janelas assim à papo-seco porque ainda se metem num sarilho desgraçado com a empresa de autocarros. Por isso já sabem, se algum dia o vosso autocarro resolver ir visitar a ribanceira, os vossos intestinos ficarem espalhados pelo chão do autocarro e um dos vossos olhos saltar para o colo do vosso companheiro de viagem, não entrem em pânico e escolham bem a vossa janela! Está dada a dica.

terça-feira, março 14, 2006

verdade verdadinha

A verdadeira verdade é na verdade verdadeiramente trágica. Esta é a conclusão que tiro das relações que as pessoas têm com pessoas que não gostam. Não gostamos de uma pessoa, ponto final. Não é não gostar por não gostar, mas ela é estúpida, só faz merda nas costas dos outros, e é das tais pessoas que como não têm vida própria tentam-se infiltrar e destruir a vida do próximo. Infelizmente existem pessoas assim, o problema é quando nos cruzamos com elas: Temos que lhes falar e dar um sorriso para esta pensar que está tudo bem, caso contrário os problemas surgem. Resumindo, temos de ser cínicos para as coisas não piorarem. Se não lhes falarmos vão meter na cabeça que não gostamos delas (o que é verdade) e não nos vão parar de chatear até encontrarem uma explicação (explicação esta que por mais explicada que seja, não vai ser entendida...). Pedem-nos para sermos nós próprios e que digamos a verdade doa o que doer, mas na verdade querem é ouvir uma mentira da nossa boca, porque sabem que se a verdade sair vai-lhes doer...doer não, mas vão ter medo que a sua falsa imagem (de boa pessoa) vá por água abaixo. Sinceramente gostava que as pessoas que não gostam de mim viessem ter comigo e me dissessem na cara. Tornava-se tudo mais simples! Deixava de haver cinismo, joguinhos de amizade e facadinhas nas costas. Porque raio é que as pessoas complicam? Não é obrigatório gostarmos uns dos outros, e tentarmos mostrar que somos boas pessoas a toda a gente! E se não formos boas pessoas? O que é que os outros têm a ver com isso? Metam a boa imagem pelo cú acima e sigam a vossa vida.

quinta-feira, março 02, 2006

good old friends

Creio que todos já passamos por alguém e esse alguém não nos retribui o cumprimento. São pessoas que conhecemos ao longo da vida, mas que devido ao tempo que passa, deixam de nos falar. Tenho vários exemplos assim. Quando era mais chavalo tinha amigos com quem andava sempre, e considerava-os os meus melhores amigos. Passávamos os dias juntos, de manhã até à noite! Nas férias só púnhamos os pés em casa para as refeições. O bizarro disto tudo é que o tempo passa, seguimos as nossas vidas, as brincadeiras e façanhas deixam-se de se fazer, e só fica um enorme vazio. Pessoas que eu abraçava, falava, com quem me ria e brincava são agora ex-amigalhaços e passaram a ser simplesmente “conhecidos”, em que a maior frase que trocamos é “Então, tudo bem?” (e esta nem tem resposta...). É claro que estes são o exemplo menos mau, porque existem outras pessoas que nem falam connosco! Têm vergonha de conhecer alguém como eu e então deixam de falar, tornam-se pseudo importantes e donos de um nariz empinado de todo o tamanho. Ou é isso ou então a minha cara sofreu grandes alterações com a puberdade e essas coisas todas envolvidas no processo de envelhecimento. No entanto nem tudo está perdido, e quando menos esperamos encontramos um velho amigo ou colega que nos dá uma alegria desgraçada aqui dentro. Temos vontade de contar tudo sobre a nossa vida, saber tudo sobre a dele, mas como a pressa é muita ficamo-nos por um abraço e uns sorrisos (não daqueles amarelos, mas dos puros).
Resumindo, os bons e verdadeiros amigos são para sempre. Os outros “amigos” cheiram a couves e acabam por se revelar quem realmente são: uns verdadeiros montes de merda.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

do the evolution

Estou aqui sentado à espera da Odete Inspiração e a olhar para o vídeo...só estou a olhar para ele porque a televisão rebentou. Tenho uma cassete lá enfiada que diz “Vídeo Clips” com um azul já todo comido a caneta de feltro, por baixo disto ainda diz “futebol- benfica” escrito com uma esferográfica azul, e se fizermos ainda mais um esforço conseguimos distinguir algo escrito a lápis...”Fa”...não se percebe bem. Bom, a piada é que estou a ter um ataque de saudades...saudades de gravar programas, videoclips, entrevistas e afins, que estejam a dar na televisão. Tenho saudades de colar com um enorme cuidado as fitas das cassetes que se partiam. As cassetes de música a mesma coisa. Tenho cassetes com algumas músicas, algumas retiradas de um cd, outras retiradas de algum programa da rádio, enfim, bocadinhos preciosos que íamos recolhendo e armazenando nestes objectos de re-re-re-re-re-re-re-re-re-gravação. Tenho pena que este hábito desapareça aos poucos, dando lugar às novas tecnologias, nomeadamente os mp3. É claro que podemos gravar sempre um cd com as nossas músicas preferidas e pô-lo no carro a tocar, mas não é a mesma coisa! As músicas vão estar completas e com grande qualidade, mas infelizmente perde-se “aquela magia”. E ainda falo de cd’s, que temos pouco espaço de manobra para encaixarmos as melhores músicas, porque se falar de leitores de mp3, nem nos damos ao trabalho de seleccionar as eleitas! Enfiam-se logo as pastas lá para dentro e temos música para 2 anos seguidos. As cassetes estão-se a extinguir e não podemos fazer nada. São as vantagens e desvantagens da evolução.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

de plantas a papel

Hoje de manhã tive a fazer as minhas necessidades. É sentado na sanita que penso sobre a maioria das coisas em geral, mas hoje por acaso foi mesmo sobre o que estava a fazer. Depois de fazermos o que temos a fazer, olhamos para o lado e lá está o nosso salvador: o papel higiénico. Só acho triste é ser ele o nosso salvador! Milhões de anos passaram e não existe muita evolução no modo como limpamos o cú! Passámos de folhas de plantas a folhas de papel! Grande evolução realmente...só conseguem é fazer o papel mais suave e com cheirinho (grande coisa!). Senhores designers, criativos e idiotas, não conseguem arranjar melhor coisa que isto?É um processo de higiene nojento e retardado! É que passar um bocado de papel pelo rabo acima não é lá muito a minha ideia de desenvolvimento e progressão tecnológica. O contrário se passa noutros processos de higiene: lavar os dentes (fazem-se escovas eléctricas, fazem-se escovas que limpam a língua, fazem-se escovas que chegam a todo o lado) ; fazer a barba (as lâminas e as máquinas são cada vez mais, maior conforto e suavidade, menos irritação na pele) ; tomar banho (novos shampos contra a caspa e enfraquecimento dos cabelos, gel e sabonetes cheios de PH neutro e Aloé vera). Isto é o futuro, por isso vamos lá pensar nos nossos filhos, e inventar qualquer coisa para limpar o cú como deve ser! Outra coisa é o bidé...mas nem me atrevo a ir por aí. Crocodilo no dentista!

domingo, fevereiro 05, 2006

a morte cheira a betadine

“O meu nome é Judy, tenho 17 anos e estou morta. Manda este e-mail a 30 pessoas senão daqui a 5 dias morrerás. Isto não é uma brincadeira! Um aviso de amigo... Jim Turner não acreditou neste e-mail e apagou-o. Passado 5 dias morreu de causa inexplicável. Mary Bryan não enviou este e-mail passado 1 hora de o ter recebido. 5 dias depois desapareceu e morreu....!!Atenção não brinquem com o fogo!!”

Acabei de receber este mail de alguém que não conheço. Não sei se hei de rir ou de chorar... Estas coisas deprimem-me seriamente, e mais uma vez eis a prova da estupidez do ser humano. A mensagem vem de uma tal Judy que pelos vistos está morta...mas continua a ter acesso à internet. É bom saber que o Todo Poderoso lá em cima gosta de se manter a par das tecnologias e que se actualiza. A Judy continua e diz que o mail tem de ser reenviado a 30 pessoas ou então morremos! Ah, e não é brincadeira! Parece que o Jim e a Mary também estão lá por cima, com a Judy, justamente porque não deram importância a este mail bastante assustador. No fim diz para não brincarmos com o fogo...isto não é novidade, já a minha avó me dizia isto quando eu era puto: “não brinques com o fogo ou fazes xixi na cama!”.
O cómico disto tudo é o desespero das pessoas, que as leva a enviar mails para toda a gente, sem sequer as conhecerem. Tenham calma que aqui ninguém vai morrer por causa de um mail estúpido e sem originalidade nenhuma. Se morrerem é mesmo por atropelamento, ou durante um assalto, ou com um ataque de coração, o costume. Judy, o Sr. Jesus tem banda larga?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

nós e os outros

A imagem que temos do mundo é simples: Existimos nós, os que nos rodeiam e depois o resto do planeta com o qual nunca haveremos de ter contacto (a longo prazo). Os “outros” vão ficar para sempre na miséria, nós vamos continuar a ter pena deles, e pouco mais. É o mundo em que vivemos e nada vai mudar apesar das ajudas, campanhas e manifestações contra todas as injustiças. Ouvi a semana passada que dentro de 12 anos ,os orangotangos vão-se extinguir, devido à destruição do seu habitat. Enquanto a noticia passa, ficamos chocado, temos pena, e revoltamo-nos...quando a noticia acaba e passa a outra, preocupamo-nos é com as lesões do plantel do Benfica que vai jogar com o Gil Vicente ou coisa assim. É engraçado as pessoas reagirem assim. Só prova o quanto egocêntricos somos e que o egoísmo faz parte do ser humano, quer queiramos quer não. Vemos guerras no “tal país” em que morrem centenas de crianças por dia, e abanamos a cabeça ; assistimos a motins em França onde o caos é a palavra de ordem, e já dizemos alguma coisa ; existe um atentado em Espanha e suamos um bocadinho ; houve um desastre no Minho envolvendo um autocarro com 43 pessoas e quase que libertamos uma lágrima ; em Lisboa rebentou um cano e é tema de conversa para 1 semana ; o nosso vizinho foi assaltado e enchemo-nos de medo ; temos a unha do pé encravada...é o fim do mundo!!! Somos assim e não há volta a dar. Quanto mais próximo de nós está a desgraça mais nos borramos, prova disso é quando ouvimos na televisão: “Homem de 56 anos mata a família toda, mija-lhes em cima e continua a monte (bonita expressão)”, perguntamos sempre: “Isto foi cá?”. Peço desculpa a todos os animais em geral por existir e por pertencer a esta espécie vergonhosa que é o Homem.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

internet pelas costuras

Ando com isto na cabeça há algum tempo. Todos os dias criam-se milhares de sites, blogs, páginas pessoais, e-mails e afins. Milhões de ficheiros são postos online: fotos, filmes, sons, sendo a maior parte deles lixo digital. Será que isto não tem fim? O espaço online é ilimitado? Será que a internet não corre o risco de rebentar pelas costuras? Tenho um e-mail que não utilizo, e tenho outro que uso para me registar em certos sites...esta é outra: o registar utilizadores! Para onde vão estes dados? Alguma vez serão eliminados? Não estou muito dentro do assunto dos bits e dos bites, mas sinceramente acho que virá o dia em que esta questão dará origem a uma revolução virtual. Vão existir campanhas de poupança de internet e de dados. O espaço utilizado vai ter que ser pago, e cada vez vai ser mais caro usufruir da internet. Ou então o espaço na internet é mesmo infinito e eu cheiro a churros.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

espelho meu, espelho meu

As pessoas são estranhas. Tentam dar uma boa imagem delas próprias na maneira como se vestem, na maneira como agem, na maneira como se expressam. Fazem de tudo para alegrar ao próximo, mentindo ou não, depende do caso. Percorro os olhos pela multidão apressada que entra no metro, e vejo botas cheias de pelo, óculos gigantescos que cobrem a testa, cintos com picos, cristas cheias de gel, enfim, um autêntico desfile. O engraçado é que estas coisas aparecem num dia e desaparecem noutro sem nos apercebermos. Copiam-se uns aos outros, só para se sentirem bem com o resto da sociedade, ou gostam realmente do que vestem? Aposto que se chegam ao espelho de manhã e dão voltinhas e mais voltinhas em busca da imagem perfeita, imagem esta que foi pré estabelecida por alguém que se deve julgar superior aos outros neste campo. Existe uma enorme preguiça mental na cabeça das pessoas, que se limitam a usar o que lhes é imposto. Gostam e consomem porque sim, porque está na moda, e porque adoram ouvir “Ai, as tuas botas são tão giras! São iguais às minhas mas com menos pelo!”. Sinceramente acho que de manhã a pessoa deveria dirigir-se ao espelho e olhar para os seus olhos e ver o que se passa lá dentro. Julgar-se a si própria e tirar algumas conclusões. Ou gosta mesmo de vestir o que está na “moda”, ou se tem medo de enfrentar as criticas (que de válidas nada têm) sobre a sua maneira de se vestir, expressar ou agir. Tenham calma pinguins, o 25 de Abril há de chegar à vossa terra.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

abençoada paciência

se há dias em que uma pessoa se revolta, hoje foi um deles. A dor de cabeça chegou quando estava dentro do metro. Não sei porquê, mas cada vez que ando no metro as veias da minha cabeça ficam inchadas e prestes a rebentar. Enfiei-me no comboio, respirei fundo, pus os óculos e dediquei trinta e dois minutos à leitura. Chegado a Cascais fui direito aos autocarros, para regressar a casa. A hora era má, e haviam filas à espera que chegassem os autocarros para estes ficarem bem cheios e apertados. Como eu não sabia onde começava a fila do meu, fiquei fora desta. Lá chegaram os dois autocarros, cada um para a sua fila. Foi então que as pessoas que estavam numa fila repararam que deviam estar noutra, e vice versa. O caos instalou-se. Eu lá me fui aproximando da porta do meu autocarro, quando começo a ouvir uma querida senhora: “Estas pessoas passam à frente! Estou ali na fila há mais de meia hora, e não há respeito”. Ela continuou a ladrar durante uns bons segundos. Eu lá deixei a simpática senhora passar à minha frente para ver se esta se calava. O engraçado é que a senhora estava na outra fila...Enfim, há espaço para todos no autocarro e não nos vamos chatear. Tentei-me acomodar no meio daquela gente toda, e arranjei um espacinho ao pé da porta da saída. Quando o autocarro parava numa paragem eu lá me encolhia para as pessoas saírem. Missão um pouco complicada visto que aquilo estava atolado de gente. É claro que com paciência corre tudo bem. Paragem após paragem a minha ginástica repetia-se, tudo corria bem até a tal senhora carregar no botão. As portas abriram-se, eu abri passagem, as pessoas foram saindo sem problemas, e nisto a puta da velha (que não tem outro nome) ganha fôlego e ladra para o ar: “Mas o que é que se passa com as pessoas?! Põem-se aqui e não deixam passar!!!”. Eu juro...a minha vontade foi de espancar aquela puta desgraçada, dar-lhe um pontapé nas costas enquanto ela saía, atirar-lhe uma chapada na nuca, sei lá! Tantas hipóteses! Estive mesmo perto de ir parar à esquadra por agressão a uma idosa. Puta da velha...Em vez disso levantei a voz e respondi: “É preciso é calma”. Não foi tão bom como queria, mas ao menos disse alguma coisa. Cheguei a casa e comi bolachas de água e sal com doce de morango.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

pobre Barnabé

a noite estava calma, o céu salpicado de estrelas e a lua estava tão cheia que quase transbordava. O Barnabé estava a dormir na sua cama e a sonhar que era pequenino em relação ao mundo. Tudo à sua volta era gigantesco e ele sentia-se perdido. Andava desorientado num mundo em que as pessoas eram enormes “blocos”, vestidos de castanhos e cinzentos. Eram pouco simpáticas, assustadoras e conseguiam gelar o coração a qualquer um que se atrevesse a olhar para estas. As ruas eram frias, com pouca luminosidade, os caminhos escorregadios e com enormes rachas e falhas. O Barnabé não corria, nem chorava... não que ele não o quisesse fazer, mas não queria dar nas vistas. Assustado e cheio de frio, tentou procurar um sitio onde se pudesse esconder e se sentisse seguro. Ao olhar sempre de lado para as criaturas, o Barnabé não viu onde pôs o pé, tropeçou numa casca de pistacho, e foi de encontro ao joelho de uma das criaturas! Esta pegou no pobre Barnabé pela gola da camisa e em menos de um segundo devorou-o, mastigando-o 5 vezes.
O Barnabé acordou a suar, e com o coração a bater muito rápido. Estava tudo escuro e resolveu sair da cama para ir beber água à casa de banho. Não conseguiu dar com os chinelos, por causa do escuro e seguiu caminho para não acordar ninguém. Estava de olhos bem abertos (mas em vão), e com as mãos esticadas para evitar alguma parede. Quando sentiu que já estava perto da casa de banho baixou os braços e deu um passo em frente. O azar do Barnabé é que não estava realmente em frente da porta da casa de banho, mas sim ao lado desta, cerca de uns 20 centímetros, suficientes para bater violentamente e brutalmente com o dedo pequenino do pé esquerdo na parede. O dedo partiu-se, a unha dividiu-se em duas (saltando uma para o chão), a parede sujou-se de sangue e o Barnabé acordou a família toda com um enorme: “FODA-SE!”.
Moral da história: A luz está cara.

terça-feira, janeiro 03, 2006

assentos erguidos

Vamos lá ver se nos entendemos de uma vez por todas. Porque é que cada vez que um homem vai à casa de banho e deixa o assento levantado quando sai de lá, as mulheres refilam sempre? Mandam sempre aquela boca que somos porcos, mal educados e uns machistas de primeira. Isso está completamente errado minhas amigas. O trabalho que vocês têm a baixar o assento, é o mesmo trabalho que nós temos ao levantar o assento (e a tampa por vezes). Logo, não se queixem! Se querem sempre o assento para baixo tudo bem, mas quando fizerem o que têm a fazer ponham-no para cima que também temos direito. Ao menos assim não enchemos o assento com urina, ahaahah. É que realmente é mesmo coisa de mulher... passam a vida a preocuparem-se com coisas mesquinhas, sem interesse nenhum! Tempestades em copos de água! Ai Adão Adão...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

run Forrest, run

nunca gostei de ginástica e aulas de educação física ...talvez porque as experiências que tive não foram das melhores...calções gigantescos para os lados, mas curtinhos para baixo, uma enorme t-shirt na qual o logotipo da escola ficava-me na barriga em vez de ser no peito. As inúmeras voltas que dei à escola, às 8 da manhã, com frio e com chuva. O corta-mato, esse grande evento no qual participavam dois tipos de concorrentes: os que queriam ir, e o que não queriam ir (mas que eram obrigados). Eu fazia parte deste último grupo e era daqueles que só lá estavam para encher. Lembro-me do meu primeiro corta-mato...arranquei ao lado de um amigo meu, e até estávamos confiantes, apesar do frio que se fazia sentir! Quem sabe se não chegaríamos ao fim!!!...Fiquei a saber na primeira volta. Não chegámos ao fim. Íamos bem colocados, bem demais para ser franco, quando nos aproximámos de um carreiro bastante estreito, lamacento e escorregadio. De um lado a grade da escola, do outro uma ravina cheia de arbustos e ervas daninhas. Abrandámos o passo, mas não foi suficiente para evitar a queda do meu amigo. Deu um mergulho de cabeça naquela piscina de lama. O meu primeiro instinto, como bom camarada que era, foi parar e ajudá-lo a levantar, para seguirmos em frente, mas quando olhei para trás vi uma manada de tipos enormes, a gritarem que nem umas bestas e ainda por cima o fato da ginástica assentava-lhes como uma luva! É claro que o meu instinto de camaradagem foi por água abaixo, dando lugar ao instinto de sobrevivência! Encostei-me à grade e assisti ao atropelamento do meu amigo. Já não bastava o rapaz estar ali deitado todo sujo de lama, e tinha de levar com umas 80 pisadelas nas costas, pernas e cabeça. O comboio lá passou e lá tentei socorrer, o que sobrava, do desgraçado. Ele chorava baba, ranho...e lama. Lá se levantou e fomos ao encontro da barraquinha das urgências, improvisada ali no meio do campo de futebol. Eu sentia-me um herói (apesar do fato XL de ginástica não ajudar muito para o estereótipo) , a ajudar o meu amigo! Quando lá chegámos ele explicou o sucedido ainda com as lágrimas a correr pela cara. O responsável pelo apoio médico, “extremamente comovido” com a situação, disse-lhe o seguinte: “Toma lá um pacotinho de açúcar que isso passa!” e deu uma valente gargalhada junto do seu pessoal. Aquele dia não foi dos melhores para o meu amigo, disso tenho a certeza.