segunda-feira, março 27, 2006

assalto à mão pedrada

Há muito tempo que não sou vitima de um assalto. Das duas uma: Ou tenho cara de sem abrigo e nem se dão ao trabalho de me pedir dinheiro, ou então saí do público alvo dos assaltantes (aquela idade dos 12 aos 16). Começo a ficar com saudades de um bom assalto! O último, foi há uns 8 anos e devo dizer que foi um belo assalto, digno de um filme…pronto, talvez esteja a exagerar. Era sábado e vinha eu com o meu primo do cinema e acabada a sessão lá fomos apanhar o autocarro. Tivemos de passar um túnel e do outro lado vi uns rapazolas a dirigirem-se para o túnel. Na altura nem associei as cenas, e quando lá chegámos abaixo estavam 7 ou 8 putos (com os seus 50, 60 centímetros), cada um com a sua pedra na mão. Fiquei abismado com aquilo tudo! Não era de susto, era mesmo de espanto e felicidade! É que normalmente os assaltos são com facas e não com calhaus. Vieram com a bela da conversa: “Sócio, deixa lá ver o relógio e a carteira”. Adoro esta parte do sócio, pois só demonstra a atenção e simpatia dos assaltantes connosco. Deixam-nos à vontade e como se fossemos da família. Eu disse-lhes que não tinha nada mas a cebola que tinha ao pulso era vistosa demais. Puxaram-me do relógio, mas eu agarrei-o com tanta força, que um deles teve de me dar uma cabeçada nos lábios para o largar. Apesar disto não o larguei e lá consegui mete-lo no bolso. Aos poucos íamos saindo do túnel e quando olhei para a paragem do autocarro estavam umas 6 pessoas a olharem para nós! Isto foi muito para o meu coração, porque além das pedras, havia público a ver-nos! Pronto, não bateram palmas ao espectáculo, mas acho que isso era pedir muito. Na altura em que estava a olhar para as pessoas veio um dos chavalecos, meteu-me a mão no bolso e lá tirou uma nota de 1000 escudos. Resultado, o meu primo ficou sem tabaco e isqueiro, eu fiquei sem mil paus e com um lábio inchado, e as pessoas assistiram a um belo momento. Isto sim é qualidade e organização nas coisas. Um bem haja a essas pessoas e ao gang do calhau por uma tarde tão emocionante.

nada

Aqui estou eu sem fazer nada. O fazer nada não existe porque se o fazemos ele deixa de existir. Se fizermos o nada estamos a fazê-lo logo estamos a fazer alguma coisa, logo não é nada! Ou será nada? O nada existe afinal de contas ou não existe? O nada nada na sua essência mais pura e crua! Na minha opinião nunca fazemos o nada enquanto existimos, porque estamos vivos e a respirar e mesmo que estejamos parados estamos a fazer alguma coisa.
O nada tanto resulta numa resposta afirmativa ou negativa, e tem o mesmo significado, vejamos: “O que estás a fazer” Resposta afirmativa: “Nada” (logo está a fazer). Resposta negativa: “Não estou a fazer nada” (logo não está a fazer). Na primeira está a fazer o nada, na segunda já não está, mas o resultado é a mesma merda! Não está a fazer porra nenhuma...mas continua sentado e a respirar. Devia haver uma palavra que representasse o nada enquanto estamos vivos. O nada é para mortos! Eles é que não fazem nada...bem, eles e os políticos (mas este é um nada mais grave).
Conclusão: Quem nada não se afoga.

quarta-feira, março 22, 2006

em caso de emergência

Lá estava eu dentro do autocarro, em mais uma jornada para a escola, quando olho para o vidro do autocarro e reparei nos autocolantes que dizem “Quebrar em caso de emergência”, que se encontram colados em algumas janelas. Nunca tinha pensado muito neste assunto, mas agora que penso...é uma verdadeira parvoíce. Imaginemos que o autocarro vai atolado de gente, e que num dia chuvoso os pneus derrapam e o único destino é a ribanceira. Ai, ai, autocarro do avesso, gritos para um lado, cabeças e braços para o outro, sangue a jorrar e o medo e a adrenalina no limite. Vamos lá ver agora uma coisa...no meio deste caos todo quem é o cabeçudo que vai buscar aquele martelinho vermelho e depois ainda se põe à procura da janelinha certa para partir? É que só algumas é que têm o autocolante!!! É preciso ter isso em conta! Não se ponham a partir janelas assim à papo-seco porque ainda se metem num sarilho desgraçado com a empresa de autocarros. Por isso já sabem, se algum dia o vosso autocarro resolver ir visitar a ribanceira, os vossos intestinos ficarem espalhados pelo chão do autocarro e um dos vossos olhos saltar para o colo do vosso companheiro de viagem, não entrem em pânico e escolham bem a vossa janela! Está dada a dica.

terça-feira, março 14, 2006

verdade verdadinha

A verdadeira verdade é na verdade verdadeiramente trágica. Esta é a conclusão que tiro das relações que as pessoas têm com pessoas que não gostam. Não gostamos de uma pessoa, ponto final. Não é não gostar por não gostar, mas ela é estúpida, só faz merda nas costas dos outros, e é das tais pessoas que como não têm vida própria tentam-se infiltrar e destruir a vida do próximo. Infelizmente existem pessoas assim, o problema é quando nos cruzamos com elas: Temos que lhes falar e dar um sorriso para esta pensar que está tudo bem, caso contrário os problemas surgem. Resumindo, temos de ser cínicos para as coisas não piorarem. Se não lhes falarmos vão meter na cabeça que não gostamos delas (o que é verdade) e não nos vão parar de chatear até encontrarem uma explicação (explicação esta que por mais explicada que seja, não vai ser entendida...). Pedem-nos para sermos nós próprios e que digamos a verdade doa o que doer, mas na verdade querem é ouvir uma mentira da nossa boca, porque sabem que se a verdade sair vai-lhes doer...doer não, mas vão ter medo que a sua falsa imagem (de boa pessoa) vá por água abaixo. Sinceramente gostava que as pessoas que não gostam de mim viessem ter comigo e me dissessem na cara. Tornava-se tudo mais simples! Deixava de haver cinismo, joguinhos de amizade e facadinhas nas costas. Porque raio é que as pessoas complicam? Não é obrigatório gostarmos uns dos outros, e tentarmos mostrar que somos boas pessoas a toda a gente! E se não formos boas pessoas? O que é que os outros têm a ver com isso? Metam a boa imagem pelo cú acima e sigam a vossa vida.

quinta-feira, março 02, 2006

good old friends

Creio que todos já passamos por alguém e esse alguém não nos retribui o cumprimento. São pessoas que conhecemos ao longo da vida, mas que devido ao tempo que passa, deixam de nos falar. Tenho vários exemplos assim. Quando era mais chavalo tinha amigos com quem andava sempre, e considerava-os os meus melhores amigos. Passávamos os dias juntos, de manhã até à noite! Nas férias só púnhamos os pés em casa para as refeições. O bizarro disto tudo é que o tempo passa, seguimos as nossas vidas, as brincadeiras e façanhas deixam-se de se fazer, e só fica um enorme vazio. Pessoas que eu abraçava, falava, com quem me ria e brincava são agora ex-amigalhaços e passaram a ser simplesmente “conhecidos”, em que a maior frase que trocamos é “Então, tudo bem?” (e esta nem tem resposta...). É claro que estes são o exemplo menos mau, porque existem outras pessoas que nem falam connosco! Têm vergonha de conhecer alguém como eu e então deixam de falar, tornam-se pseudo importantes e donos de um nariz empinado de todo o tamanho. Ou é isso ou então a minha cara sofreu grandes alterações com a puberdade e essas coisas todas envolvidas no processo de envelhecimento. No entanto nem tudo está perdido, e quando menos esperamos encontramos um velho amigo ou colega que nos dá uma alegria desgraçada aqui dentro. Temos vontade de contar tudo sobre a nossa vida, saber tudo sobre a dele, mas como a pressa é muita ficamo-nos por um abraço e uns sorrisos (não daqueles amarelos, mas dos puros).
Resumindo, os bons e verdadeiros amigos são para sempre. Os outros “amigos” cheiram a couves e acabam por se revelar quem realmente são: uns verdadeiros montes de merda.