quarta-feira, março 11, 2009

adeus tio

Sempre me considerei um sortudo em ter uma família como a minha. Somos amigos, somos unidos, somos família como todas deveriam ser. Sempre achei que fossemos intocáveis, perfeitos e felizes. O ideal de família foi-me transmitido da melhor maneira pelas melhores pessoas. Crescer e aprender com eles fazem de mim a pessoa que sou. E estou grato por isso. Amo os meus primos, amo os meus tios e tias, amo os meus pais, irmã e avós. Hoje foi um dia triste. Mais uma despedida precipitada. E isso dói que se farta. Dói a valer. Perder um pilar da família é dos sentimentos mais estranhos que posso ter. A família feliz, amiga, unida, intocável é abalada pela lei da vida. Sabemos que é assim. As pessoas nascem para morrer. Tudo bem, aceito. O que me fode a cabeça é perder um tio tão novo. E o que me fode ainda mais a cabeça é que não podemos fazer absolutamente nada contra isso. Sabemos da notícia e resta-nos esperar. E durante esta espera desesperamos. Ele está ali...mas já não o olhamos normalmente. Olhamos já com saudade. Com uma tristeza gigantesca. Com esperança. (In)felizmente esta espera, apesar de dolorosa, foi rápida. E o tio Luís já não volta. E a família fica mais pobre. Uma pessoa com um enorme coração, humilde, prestável, lutador, Amigo. Uma pessoa especial para nós. Para mim. Lá se vão os calduços na careca do Padreco, lá se vão as amoras do Picha Gorda, lá se vão as massagens nas nossas orelhas do tio Luís. E que saudades que vou sentir tuas...

"A amizade não se faz...constrói-se"
"Devagarinho aos remos que o mar está encrespado"