sexta-feira, novembro 18, 2005

cuspidelas e beatas

Depois de uma semana fechado em casa, a ver o fundo da sanita, a tremer de frio debaixo de cinco kg de cobertores, e com dores no estômago como nunca tinha tido antes (ou se calhar já...), devido a uma intoxicação alimentar, fiz-me à estrada...ou melhor, à rua. Acordei às oito horas em ponto, nem muito cedo, nem muito tarde. Lá me despachei com calma, coisa que não costumo fazer, comprei o jornal, a camioneta veio logo mal eu cheguei à paragem, apanhei o comboio mesmo quando ele estava a sair, arranjei um belo lugar, sentei-me a ler o DNA, a temperatura estava boa, tudo corria na perfeição. Estava-me a correr bem o dia, apesar de ser sexta-feira. Quando saí do comboio estava mais fresquinho, mas até soube bem respirar fundo (não muito que o fumo dos cigarrinhos devia estar quase a aparecer). Dei ainda uns 20 e tal passos e o meu pé direito escorrega ligeiramente para a frente... tinha acabado de pisar uma cuspidela enorme e uma beata toda desfeita. Aquilo criou ali uma papa que me deu vómitos. “Ok”- pensei eu, nem todos os dias são assim perfeitos, e não vai ser uma cuspidela esquecida por algum anormalóide que me vai estragar o dia. Passei a vaga de fumo, enquanto arrastava o meu ténis pelo chão e lá retornei o caminho até à escola. Ao subir já a rua da minha escola olhei para o “telhado” de Lisboa e fiquei apavorado com o tamanho da árvore de Natal que está na praça do Comércio... Não fiquei surpreendido por ela ser tão grande, por mim até podia ir até à lua, fiquei foi chocado com o tamanho da estupidez de quem manda fazer aquilo. A ideia e o dinheiro envolvido em todo o processo, a estupidez que é bater estes records para o Guiness, e ainda a estúpida felicidade dos portugueses que ficam radiantes ao ver a maior árvore de Natal do mundo e arredores (e que é NOSSA, é bom referir), a brilhar! Naquele momento sentem-se bem, em paz e harmonia! As crises, guerras e depressões são esquecidas! Já ninguém passa fome, já ninguém é espancado violentamente até à morte, já ninguém corta a filha aos bocados, já ninguém dorme debaixo da ponte, já não existem confrontos em todo o mundo! A paz e o amor foram alcançados graças à nossa árvore de Natal e ao seu espirito natalício! Orgulho lusitano acima de tudo. Viva o natal, viva portugal...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda ontem estive a falar nao na arvore de natal propriamente dito, keu ainda n tive oportunidade de a ver, mas do quão triste é ver as câmaras municipais gastarem rios de dinheiro com decorações,electricidade,lampadas fundidas...e haver tanta fome,tanto frio..tanta desgraça na rua com pessoas pobres. Pelo menos durante o inverno..e nao n é por ser a epoca de natal (pq natal é qd o homem ker)mas sim por tar realmente mais frio..devia de existir um projecto kualker de "recolher os fundos keram para as merdas kas camaras municipais gastam durante esta epoca e vamos akecer o estomago e a alma de alguem mais desfavorecido".
É triste.

Anónimo disse...

o povo portugues é pioneiro na arte de esquecer tudo o resto por coisas minimas...