quinta-feira, dezembro 29, 2005

...antes de adormecer

O fim do ano está próximo e todos se preparam para a grande noite. Acho piada a isto. Aquele momento em que contamos “10,9,8,7,6,5,4,3,2,1...”. Sentimo-nos felizes por este ano acabar e começar outro. O novo ano é sempre melhor, ou pelo menos é o que se espera dele. Para mim é mais um dia igual aos outros, só com uma diferença... temos desculpa para fazer uma festa (como se fosse preciso).
Terminado o assunto do ano novo, passo ao que realmente (me) interessa: o momento em que nos deitamos na cama. Todas as noites me deito e todas as noites passo por isto: Quando apago a luz e me tapo com os lençóis começa um dos melhores momentos que tenho na vida. Fico de olhos abertos a olhar para o tecto onde as estrelas brilham pouco, olho para a luzinha vermelha da televisão, olho para os desenhos na parede que se transformaram em silhuetas pretas... enquanto faço isto, penso no dia que tive, nas coisas que vou fazer amanhã, nas pessoas que estão cá, nas pessoas que estão lá, nas pessoas que cá estiveram e que cá não voltam. Por vezes o silêncio esmaga-me e as lágrimas saem. Penso no excelente mundo em que vivemos e na merda de pessoas que ele tem, penso nos meus amigos e na sorte que tive. Penso na minha infância, que foi das melhores que uma criança pode ter, penso na morte que mais tarde ou mais cedo me vai acontecer... Sinto que o mundo é enorme e que nunca o vou conhecer por completo, e por outro lado vejo-o minúsculo como a cabeça de um alfinete. Afinal é só um planeta no meio do infinito, e este é o limite.
É neste curto espaço de tempo, que encontro quem já não posso ver, viajo por sítios que não vou conhecer e que realizo sonhos que simplesmente não passam disso. É neste curto espaço de tempo que o meu coração acelera cheio de ansiedade e felicidade, e é neste curto espaço de tempo que o meu coração pára e me deixa deprimido...com saudade.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

happy birthday jesus

É natal. De ano para ano a situação piora. As pessoas são obrigadas a comprar prendas quer queiram quer não! É incrível! Vendo bem as coisas, o natal é o dia de aniversário de um sujeito que pelos vistos fez muita coisa por todos nós. A única coisa que não me entra na cabeça é a dimensão desta festa! O homenzinho fez alguns milagres e tal, foi crucificado, mais tarde ressuscitou (outra festa) e pronto...basicamente foi isto. A questão que se coloca é: será que isto lhe dá o direito de ter uma festa em memória dele? Ainda por cima a maior de todas! Compramos prendas uns para os outros, enfeitamos as casas, ficamos com aquele espirito parvo...e quando chega o dia 25 festejamos com toda a família e comemos à grande e à francesa. Se pensarmos bem, trata-se do aniversário de um homem morto há uns bons aninhos! Quando alguém morre, deixamos de festejar o seu aniversário! Porque raio é que temos de festejar o dele? Ele morreu, nunca o conhecemos e ainda por cima não é da nossa família! O natal é uma festa estranha e sem sentido nenhum. É um aniversário sem aniversariante, tem muitos bolos mas nenhum com velas, tem muitas prendas mas nenhuma é para o fulano que faz anos. Não digo que o natal é escusado e desnecessário, porque não o é. Provavelmente é o único dia do ano em que conseguimos juntar a família toda, reunida à mesa a falar, a rir e a recordar. Na minha opinião o natal devia ser melhor fundamentado, porque com esta história do aniversário do rapazito dos milagres, isto não faz muito sentido...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

deficientes e eficientes

Olhar para um zarolho é das coisas que nos deixam mesmo mal. Pensamos sempre: “Qual é o olho para o qual devo olhar?”. Ele pode estar a falar durante minutos, mas nós na verdade, nem estamos ralados com o que ele diz, estamos é preocupados se olhamos para o olho certo. Isto serve para convencermo-nos de que não nos faz impressão falar com um zarolho, e que ele pode estar à vontade e sentir-se bem com ele próprio. Aliás, quando estamos com alguém gostamos sempre de dizer que temos um amigo deficiente, ceguinho ou surdo, e que isso não trava qualquer tipo de relação com ele. E mais! Somos tão bons, que nem damos conta da deficiência do nosso super amigo! ...é claro que não concordo com isto. Posso estar errado ao afirmar que as pessoas dizem isto da boca para fora, e não do fundo do coração, mas sinceramente acho que a maioria não consegue separar a deficiência em si da pessoa. Eu pelo menos quando falo com um zarolho, um maneta ou um de cadeira de rodas, não consigo evitar de pensar (nem que seja por um segundo), que ele é deficiente. Infelizmente existem pessoas com deficiências físicas e motoras, umas mais visíveis ou problemáticas que outras... não vamos é fingir que essas mesmas deficiências não estão lá, e não vamos ficar orgulhosos de conseguir ter uma amizade ou uma simples conversa com um deficiente. A próxima vez que falarem comigo reparem nos pelinhos e pontos negros que tenho no nariz! São o máximo! Óptimos para evitar ouvir a minha conversa.

terça-feira, novembro 29, 2005

pode-me dar uma mãozinha?

Mais uma voltinha no comboio, mais uma história...e esta bastante paranormal. Apanhei o comboio das 17h30, e lá me sentei no primeiro lugar que vi livre. O comboio arrancou e lá me aconcheguei e encostei-me ao vidro. Os meus olhos ardiam e fechavam cada vez mais. Tudo estava pronto para a bela da soneca. É claro que não foi bem assim...vi uma rapariga sentar-se ao meu lado, muito exaltada, abriu a mala, tirou de lá um caderno todo colorido e abriu-o. Deu para ver que se tratava de um texto escrito à mão, uma espécie de poema...não percebi muito bem devido à falta de legibilidade da coisa. Ela lá se acalmou e eu voltei ao meu início de sesta. Eu estava com a mochila em cima das pernas e com as mãos em cima da mochila. Já estava na fase em que bastava fechar os olhos e adormecia, quando olhei lá para fora, e vi um grande movimento na estrada. Tinha havido um desastre, nada de grave, uma pancadinha, uns faróis partidos e um pára-choques arranhado. Voltei a fechar os olhos e nesta altura ouvi: “Desculpe...posso-lhe fotografar as mãos? É que são muito bonitas”....O que eu dava para sair dali...Lá soltei uma gargalhada envergonhada e respondi “Ai é? Obrigado, podes tirar, é na boa” (não,não era na boa...eu estava era completamente vermelho e estava com medo que a minha cabeça rebentasse). Ela lá focou as minhas belas mãos, e clic, já está. Agradeceu-me e disse que estava cheia de vergonha, mas que não conseguiu resistir. Eu disse-lhe que não havia problema e virei-me para o vidro (a merda disto tudo é que já estava de noite, e os vidros ficam espelhados...logo quando olhava para o vidro, não via a paisagem, mas sim a vizinha fotógrafa). Ficou um ambiente estranho e eu tinha de agir. Voltei-me para ela e perguntei-lhe se estava a tirar algum curso de fotografia. Ela respondeu-me que não, que era só um hobbie, e calou-se. A partir daqui não podia fazer mais nada...além de não ser bom a fazer conversa, não havia nada a dizer. Lá me virei novamente para o meu cantinho, e tentei dormir, mas em vão. Já eu pensava noutros assuntos quando mais uma vez a rapariga disse: “Desculpe...posso-lhe fazer mais uma pergunta?”. Eu disse que sim. “Posso-lhe perguntar o que faz? É que estou aqui com umas ideias para as fotografias, blá blá blá”. Eu comecei a falar, ela disse-me que estava no 12º e que queria ir para filosofia, mas que adorava fotografar. De repente levanta-se, disse obrigado mais uma vez e correu para a porta. Enfim, um momento surreal para mais tarde recordar, nem que seja num diário de pitas. A questão é...qual é a beleza de umas mãos cheias de calos, cortes e pelos? Só a mim...

segunda-feira, novembro 28, 2005

chocolate a mais

Hoje perdi a cabeça e resolvi gastar as minhas economias numa prenda de natal antecipada...de mim para mim. Sabe bem fazer estas coisas de vez em quando. Acabei por comprar um livro sobre bonecada e personagens animados, e o DVD do filme “Charlie e a fábrica de chocolate”. Ouvi falar deste filme há uns tempos , mas nunca me despertadou grande curiosidade. É claro, é um filme do Tim Burton e não podia deixar de ver, mas mesmo assim não estava muito convencido. Hoje estou convencido e realmente só podemos opinar sobre algo quando temos fundamento para isso. Mais uma vez fiquei apaixonado por um filme do Tim Burton. É um filme que nos faz chorar, rir e sobretudo pensar. Pensar em nós próprios, na nossa infância, na nossa educação e no que nos tornamos como pessoas. É um filme que nos faz sentir bem com o que temos e com o que somos (dependendo de cada um...). Por detrás da magia , imaginação e fantasia do filme, existe uma critica aos métodos aplicados na educação das crianças, que vão sair prejudicadas para o resto da vida.
Quantos de nós já não passámos no corredor dos brinquedos num supermercado qualquer e assistimos a uma enorme birra de uma criança, a chorar, a berrar, a bater nos próprios pais, só porque quer este brinquedo. É claro...os pais dão o brinquedo para o puto se calar. Erro! Devia era levar um par de estalos no rabo e o resultado era bem positivo a nível educacional (...sim, porque a nível “nadegal” já não é bem assim). Outro exemplo são as crianças que ficam horas e horas em frente à televisão, e limitam-se a acumular todo o lixo que lhes é posto à frente. Erro! Os pais deviam desligar a televisão e correr com o puto para fora de casa, para socializar com outras crianças, esfolar os joelhos, engolir berlindes e rebentar estalinhos. Outro problema pode ser o excesso de orgulho no filho: “o meu filho fez isto, aquilo e aquele outro”. “tirou 100% a matemática, a português e a geografia!”. “Não acredito! Só tiraste 98% a matemática...ficas de castigo a fazer exercícios!” Erro! São coisas positivas, mas onde foi parar a diversão e os tempos livres? Pais que exigem em demasia deviam ir aparar a relva do jardim. Resumindo, cinco estrelas para o filme e nota negativa para alguns pais. Quem anda à chuva molha-se.

sexta-feira, novembro 25, 2005

cada macaco no seu galho

Que o mundo está repleto de malucos já eu sabia...o que eu não sabia é o nível a que eles podem chegar. E não estou a falar de malucos que entram no comboio a berrar, que cumprimentam toda a gente e ainda recitam um poema ou contam uma anedota, não falo dos malucos que têm grandes conversas com o amigo imaginário, não falo dos malucos que andam na rua de barbatanas nos pés e de cuecas na cabeça. Não, não são esses o problema, aliás, se calhar o mundo era um sítio bem mais agradável e cheio de arco-íris se houvessem mais malucos desses. Os malucos de que falo não agem inconscientemente, pelo contrário. Sim, possuem graves problemas psicológicos, mas não são inconscientes! Não consigo compreender este tipo de pessoas que gostam de ver as pessoas mal umas com as outras, que gostam de mesquices e de arranjar problemas. Contam mentiras e fazem de uma frase inofensiva um enorme escândalo. Em vez de brincarem com a vida deles metem-se na vida dos outros, como se fosse um passatempo. Tenho pena dessas pessoas...muita mesmo. Normalmente tem-se "pena" das crianças que morrem à fome num país do qual nem sequer sabemos o nome, mas sinceramente, tenho mais pena destes malucos. São autênticos parasitas, maníacos, anormais, de ideias fixas, lunáticos, paranóicos, que não têm razão, alienados, dementes. Não suportam ver alguém feliz, que arranjam um esquema qualquer, do mais reles possível, para conseguirem o que querem. É triste vê-los esforçarem-se com tanta dedicação e no fim aquilo não dar frutos. Não conseguem o que querem e isso só os enfurece e revolta mais. As verdadeiras amizades e o verdadeiro amor nunca, mas nunca se vão vergar perante tais tentativas de destruição. Quando eu era mais novo lembro-me de matar moscas, mosquitos e bichos chatos com insecticida...Agora, acho que uma bala era a solução.

sexta-feira, novembro 18, 2005

cuspidelas e beatas

Depois de uma semana fechado em casa, a ver o fundo da sanita, a tremer de frio debaixo de cinco kg de cobertores, e com dores no estômago como nunca tinha tido antes (ou se calhar já...), devido a uma intoxicação alimentar, fiz-me à estrada...ou melhor, à rua. Acordei às oito horas em ponto, nem muito cedo, nem muito tarde. Lá me despachei com calma, coisa que não costumo fazer, comprei o jornal, a camioneta veio logo mal eu cheguei à paragem, apanhei o comboio mesmo quando ele estava a sair, arranjei um belo lugar, sentei-me a ler o DNA, a temperatura estava boa, tudo corria na perfeição. Estava-me a correr bem o dia, apesar de ser sexta-feira. Quando saí do comboio estava mais fresquinho, mas até soube bem respirar fundo (não muito que o fumo dos cigarrinhos devia estar quase a aparecer). Dei ainda uns 20 e tal passos e o meu pé direito escorrega ligeiramente para a frente... tinha acabado de pisar uma cuspidela enorme e uma beata toda desfeita. Aquilo criou ali uma papa que me deu vómitos. “Ok”- pensei eu, nem todos os dias são assim perfeitos, e não vai ser uma cuspidela esquecida por algum anormalóide que me vai estragar o dia. Passei a vaga de fumo, enquanto arrastava o meu ténis pelo chão e lá retornei o caminho até à escola. Ao subir já a rua da minha escola olhei para o “telhado” de Lisboa e fiquei apavorado com o tamanho da árvore de Natal que está na praça do Comércio... Não fiquei surpreendido por ela ser tão grande, por mim até podia ir até à lua, fiquei foi chocado com o tamanho da estupidez de quem manda fazer aquilo. A ideia e o dinheiro envolvido em todo o processo, a estupidez que é bater estes records para o Guiness, e ainda a estúpida felicidade dos portugueses que ficam radiantes ao ver a maior árvore de Natal do mundo e arredores (e que é NOSSA, é bom referir), a brilhar! Naquele momento sentem-se bem, em paz e harmonia! As crises, guerras e depressões são esquecidas! Já ninguém passa fome, já ninguém é espancado violentamente até à morte, já ninguém corta a filha aos bocados, já ninguém dorme debaixo da ponte, já não existem confrontos em todo o mundo! A paz e o amor foram alcançados graças à nossa árvore de Natal e ao seu espirito natalício! Orgulho lusitano acima de tudo. Viva o natal, viva portugal...

quinta-feira, novembro 17, 2005

take 2

O fruto proibido é o mais apetecido, mas há coisas que ainda me surpreendem... Desde que me conheço (bonita expressão), que faço isto, e sinceramente acho que não vai mudar até eu morrer. Faço-o instintivamente, e só me prova que o ser humano é mesmo uma espécie que gosta de ver sofrer...e de sofrer mesmo. Vamos a conduzir numa auto-estrada, e lá bem ao fundo está um saco de plástico preto agarrado ao asfalto. Aproximamo-nos e reparamos que afinal não é um saco, mas sim um animal...mais perto, cada vez mais perto, o nosso olhar fixa-se no pobre desgraçado e....."QUE NOJO!!! É um cão esborrachado, e tinha as tripas à mostra e os olhos para fora!!!". É claro que naquele segundo vimos o estado do animal, mas instintivamente olhamos para lá outra vez, uma espécie de take 2 da cena, e... "Que NOJOO!!! Está mesmo morto! Viste aquilo??? Ai, não quero olhar!".
Mas porque raio é que olho sempre para animais mortos na estrada? Deve ser para me sentir pior, porque 1º: Eu já sabia que aquilo era um cão. 2º:Já sabia que estava morto e 3º: Sim , as tripas estavam mesmo de fora. Acho que todos nós temos esta pontinha de maldade ou curiosidade, seja lá o que for. Outro exemplo deste "repetir de acções", é o cheirar um iogurte azedo ou algo que está podre. Cheiramos aquilo uma vez, e rapidamente fazemos uma careta e viramos esta para o lado. Ganhamos coragem e cheiramos outra vez! Agora temos a certeza que é do iogurte e que não foi nenhuma falha do nosso olfacto. Mas mesmo assim, vamos fazer o teste com outra pessoa e dar-lhe esse enorme prazer! Uma cabeça pensa sempre melhor que duas, e é desta que vamos tirar as conclusões! "Cheira lá este iogurte, não cheira a azedo?". É claro que a pessoa faz a tal careta, encolhe-se toda e confirma. O iogurte está azedo. Tanto sofrimento, mas gostamos de fazê-lo várias vezes.
Isto também se aplica a feridas ou lesões no nosso corpo: "Se carrego aqui dói-me...AUUU......AAAUUU......................aaaAAAUUU....".

quinta-feira, novembro 03, 2005

acto de insanidade

Acabei de cometer algo que nunca pensei vir a fazer. Estava deitado na cama, a ver televisão para ver se adormecia, quando subitamente me deu uma enorme vontade de comer batatas fritas ensopadas em ketchup. Levantei-me, fui até à cozinha, e por azar havia tudo o que precisava...despejei as batatas num prato e de seguida cobri-as de ketchup. Este fez de cobertor às batatas, e estas ficaram muito bem tapadinhas. Dirigi-me para o quarto e aqui suicidei-me aos bocadinhos. As batatas ficaram pesadas e moles, os meus dedos estavam escorregadios, o ketchup entranhou-se nas minhas unhas, enfim, um verdadeiro festim! Comi aquilo tudo, e senti-me como um americano obeso, estúpido e cheio de problemas cardiovasculares. Daqui a alguns quartos de hora a minha barriga vai começar-se a queixar e claro...com toda a razão. No fim, ainda comi uma tangerina e uma banana para me tentar enganar, mas sei que não vai dar resultado. Enfim, antes uma dor de barriga do que morrer queimado.

terça-feira, outubro 18, 2005

O nevoeiro cancerígeno

Lá estava eu, sentado no banco do comboio encostado ao vidro a olhar para o rio Tejo...ou era isso ou olhava para o outro lado e via centenas de pessoas apertadas quase a caírem-me a cima. Chegamos à última paragem, Cais do Sodré. As pessoas entram em euforia, tentam alcançar o botão para abrir a porta o mais rápido possível. Eu fico sentadinho à espera que a maior parte das pessoas saia para não ser atropelado. Levanto-me, ponho as mãos nos bolsos, dirijo-me para a porta, saio do comboio e pronto...é aqui que a verdadeira aventura começa: As pessoas que foram a correr para a porta tinham uma razão para isso: queriam acender o seu cigarrinho o mais depressa possível. As nuvens de fumo tomam conta do Cais do Sodré e eu lá tento desviar-me delas. Por momentos sinto-me o D. Sebastião, mas a tosse que o fumo me provoca lembra-me que não. Tento suster a respiração, mas lá acabo por ser invadido. Enfim, ao menos estas pessoas esperam por chegar à rua, e não fumam dentro de espaços fechados...digo eu.
A questão do tabaco que nunca irá mudar... “Ah, eu quando quiser paro de fumar, eu consigo controlar isto”. Acho que fumar só mostra o nível de estupidez da pessoa... a sério. Fumar MATA, não? Cada vez que falo sobre isto dizem-me “Fumar é mau, mas tu também bebes álcool e isso também é prejudicial”... a minha resposta é: “Eu não ando a atirar com cerveja à cara de ninguém, e se prejudico alguém esse alguém sou eu”. Fumem à vontade, suicidem-se aos bocadinhos, a vida é vossa : ) Não me obriguem é a levar com a vossa ignorância. Se eu morrer de cancro e se for devido ao fumo que inalei durante estes anos todos, não quero que os fumadores (que não tiveram qualquer tipo de respeito) se ponham a lamentar a minha morte. Eu juro que venho cá abaixo outra vez só para espancar a pessoa violentamente. Os chocos com tinta deitam tinta.

sexta-feira, setembro 23, 2005

nos funerais não há croquetes

O Sr. Armando estava na sua habitual corrida matinal, quando de repente deu-lhe um aperto no coração, os olhos quase que saíram para fora e o pescoço encheu-se de veias. O Sr. Armando caiu no chão e morreu ali. A partir daqui o Sr. Armando tornou-se mais conhecido e numa melhor pessoa. Cada vez que alguém morre, existe sempre um grupo grande de pessoas que gostam de dizer o quanto eram amigas do Sr. Armando. " Coitadinho do Armando pá.. ele era tão boa pessoa!" (Pode ter sido um verdadeiro filho da mãe, mas agora que está morto convém dizer que era uma jóia de pessoa). "Epá, ainda no outro dia estive com ele na fila do supermercado!" (Com ele e com mais 7 ou 8 pessoas.. qualquer uma podia ter morrido). "Eu conhecia-o há uns 5 ou 6 anos" (Parabéns...). Enfim, frases deste tipo ouvem-se, tornando-se numa competição. Podíamos não conhecer nada de nada do defunto, mas agora parece que já somos da família. Parece que falamos dos mortos só mesmo para dizer que o conhecíamos, e que falávamos com ele! "Aquele viu o morto no outro dia? Então...eu vi-o ontem a passar na camioneta, GANHEI, toma toma!".
Passa-se exactamente a mesma coisa com pessoas conhecidas. Temos necessidade de dizer a toda a gente que já demos passagem ao carro do actor X ou Y, ou que já falamos com o apresentador Z.
Os mortos estão mortos e agora é tarde para dizer-lhes o que pensávamos deles. Se falámos com ele ontem ou anteontem não interessa! Falamos com pessoas todos os dias e qualquer uma pode ser a próxima. Nos funerais não existem croquetes por isso deixem-se disso.

quinta-feira, setembro 15, 2005

tudo bem?

Acordo de manhã, levanto-me, vou à casa de banho, como o pequeno almoço e saio de casa. Lá ao fundo vem aquela pessoa que conhecemos há alguns anos, mas nunca conversamos a sério, nem temos grande intimidade para isso. Cruzamos um olhar ao longe, e de seguida baixamos a cabeça até nos cruzarmos lado a lado. Aqui levantamos a cabeça, damos um sorriso amarelo e perguntamos: "Tudo bem?" em simultâneo, e seguimos os nossos caminhos sem grandes preocupações e com esperança de não encontrar mais alguém daquele tipo. Um dia destes vou mudar isto, só mesmo para ver a reacção da pessoa. Ela pergunta-me: "Tudo bem?"...e eu em vez de dizer "Tudo bem?" digo algo do género: "Nem por isso. Agora que falas nisso está tudo mal! Acordei mal disposto, fartei-me de vomitar, estou de diarreia, a unha encravada do pé não ajuda nada, e o meu cagado morreu esta madrugada! E contigo, está tudo bem?". Ahahahah, havia de ser bonito! A pessoa tinha de ficar ali especada à espera que eu lhe explicasse a minha vida toda. Se calhar era capaz de dar resultado... quando a pessoa me visse ao longe mudava logo de direcção ou escondia-se numa loja qualquer a pensar: "Oh não, lá vem o maluquinho que não se consegue ficar com um 'tudo bem?'"

segunda-feira, setembro 12, 2005

a pinha que caiu

Era uma vez um menino de 6 anos que tinha uma daquelas piscinas insufláveis no quintal. Este tinha uma zona de relva e outra com pinheiros. O pai do menino resolveu colocar a piscina debaixo dos pinheiros para fazer sombra, mas não sabia que ao fazer isto iria mudar completamente o futuro do menino...
Numa quente tarde de verão só se ouviam as mãos da criança a chapinhar na água da piscina. Fazia-se sentir uma brisa, suficiente para agitar os pinheiros. O menino continuava a brincar cá em baixo, com um enorme sorriso de orelha a orelha. Se há momentos de felicidade, aquele era um deles! Era tudo perfeito...mas de um momento para o outro tudo mudou. O vento desta vez agitou bastante o pinheiro e lá de cima caiu uma pinha. O menino assustado com o uivar do pinheiro, olhou para cima e abriu a boca... a pinha entrou violentamente na boca do menino, ficando presa na garganta. A criança não podia gritar e estava a sufocar. O pai, que estava na garagem a colocar as jantes novas no carro, estranhou o silêncio e correu de imediato para o quintal. Ficou abismado com o sucedido. Correu até ao filho, apertou-lhe a garganta e espremeu-a até a pinha sair. O menino não chorou, nem sequer berrou...estava branco como papel e foi agarrar-se ao patinho de borracha que tinha ganho numa promoção de uns cereais.
O menino cresceu e tornou-se num rapaz forte e bastante inteligente. Estava na faculdade a tirar o curso de engenharia e só lhe faltavam alguns meses para termina-lo. Certo dia acabou as aulas e veio de autocarro, como era costume, até casa. Ao sair do autocarro olhou para o quintal, que só tinha relva pois os pinheiros tinham sido cortados semanas após a tragédia, e ficou com um olhar estranho. A tragédia estava-lhe a passar perante os seus olhos, parecia que estava a reviver aquele momento! O jovem assustado deu dois passos atrás, pôs as mãos na cara e começou a chorar. Ainda a lágrima não tinha corrido a cara toda, o rapaz ouviu um buzinão e de repente ficou tudo preto. O autocarro da escola tinha-lhe passado por cima e o jovem morreu. Moral da história: As piscinas não se põem debaixo dos pinheiros, e ao darem dois passos para trás certifiquem-se que não vem nenhum autocarro da escola. Paz.

domingo, setembro 11, 2005

meu querido domingo

Hoje é domingo............................podia acabar este texto aqui, e o domingo estava falado. Mas para ocupar mais espaço vou falar das coisas que caracterizam este dia tão estúpido e dispensável. É o dia em que as avós, mães e filhos se levantam mais cedo para ir à missa; é o dia em que os pais saem à rua e erguem os seus fatos de treino tricolores junto dos amigos que já estão no café a beber martinis e minis; é o dia em que os pais passam grande parte da manhã a passear de mercearia em mercearia à procura do almoço; é o dia do grande churrasco em família; é o dia em que só dão filmes estúpidos para toda a família na televisão; é o dia de ir dar a voltinha dos tristes à serra de Sintra e ao Guincho; é o dia em que se ligam as telefonias e se ouve o relato do futebol, o desporto rei; é o dia em que o jantar é só um petiscozinho; é o dia em que vamos para a cama cedo porque segunda feira é já amanhã e há trabalho. Resumindo...o domingo é um dia diferente dos outros, mas o que poderia ser bom torna-se no mau. Se eu pudesse hibernava todos os domingos, passava de sábado para segunda, ou então arranjava outro nome para o domingo. Eu não consigo ir à praia no domingo, só de pensar que está cheia de gente. Prefiro ficar em casa a queimar pestanas em frente a um monitor e a escrever textos estúpidos. Essa é que é essa. É claro que daqui a uns anos, quando eu trabalhar que nem um escravo, vou implorar a deus-nosso-senhor-todo-poderoso-milagroso-e-fofinho que me dê muitos e muitos domingos, para poder aproveitar o tempo com a familia, ir à missa, ouvir o relato da bola, dar a voltinha dos tristes, etc. etc....O que me vale é que as bananas não têm caroço e são fáceis de descascar.

sexta-feira, setembro 09, 2005

anda cá que eu já te digo!

Depois de uma longa pesquisa e de um intenso estudo, concluí que os pais ao darem o segundo nome no nome aos filhos têm como intenção dominá-los, imobilizando-os rapidamente e sem qualquer tipo de contacto físico. É como se tocassem no seu ponto fraco, vejamos: O Luís cujo nome completo é Luís Filipe Açorda de Marisco, está muito bem no seu quarto a ouvir música em altos berros (bonita expressão), e a sua mãe Laurinda está na cozinha com o jantar quase pronto. Nesta altura ela chama-o para ir por a mesa: "Luís, anda por a mesa!". O Luís ouviu qualquer coisa, mas não se dá ao trabalho de baixar o volume. Mais uma vez a mãe chama-o, mas desta vez em alta voz: "LUIS, ANDA POR A MESA JÁ TE DISSE!". O Luís percebeu claramente o que a mãe lhe disse, mas mesmo assim ignora-a, preferindo ouvir a harmoniosa voz do vocalista metaleiro que se farta de berrar. A mãe pousa a colher de pau (sorte para o Luís), desliga o bico do fogão, vai direito ao quarto, abre a porta e aqui diz as palavras mágicas: "LUIS FILIPE, vai imediatamente por a mesa, já te disse!". Sem nada a fazer o pequeno Luís baixa a cabeça e caminha em passos lentos para a mesa. É incrível o poder que o segundo nome tem sobre nós. Ele só existe para os pais refilarem connosco e nos mandarem fazer coisas! Eles só os utilizam nestas alturas de maior tensão ou nas etiquetas das prendas de natal. E realmente nada podemos fazer, somos obrigados a fazer o que eles querem. Esta é a lei.
No meu caso é diferente. Visto que não tenho segundo nome, este é substituído por uma colher de pau ou por uma simples chapada. O método também é bastante eficaz e produtivo. Mal oiço "Ricardo vem cá ou vai lá", eu já estou cá ou lá.

quarta-feira, agosto 24, 2005

tem horas?

Já há algum tempo que penso nisto, mas como é um assunto que pode ferir algumas pessoas nunca escrevi nada sobre ele...mas hoje ganhei coragem e a todos os que se sentirem mal, comam um kiwi que faz bem. De certeza que já passaram por isto, vão muito bem na rua (até podem ir muito mal, não interessa), quando alguém resolve perguntar as horas: "Desculpe, tem horas?". Até aqui tudo bem, nada de anormal, mas é quando esticamos o braço para ver o relógio que estragamos tudo...porque é que fechamos a mão quando vemos as horas? Alguém me explique isto, que está fora das minhas capacidades de compreensão. Erguemos o punho como se fossemos socar alguém! Se calhar é mesmo isso. Estamos tão bem na rua, e lá vem um chato perguntar as horas, realmente só dá vontade de lhe bater. É que toda a gente faz isto, e isto não é coisa que se aprenda na escola : "Menino Joãozinho, mostre-me lá de novo as horas, e desta vez de mão fechada! Não é com esses dedos todos esticados!". Ele há coisas que a razão desconhece e esta é uma delas. Por isso já sabem, quando alguém vos perguntar as horas arrotem e desatem a correr.

quarta-feira, agosto 17, 2005

a humilhação do animal, a ignorância do ser humano.

Já há uns anos que se realizam em Cascais as festas do mar, e numa das tardes a praia torna-se o alvo das atenções. Não para ver futebol de praia, não para ver alguma prova dentro de água, mas sim para ver 200 ótarios a fugirem de uma vaca... O animal sai apressado para a areia e começa atrás destes grandes heróis. Estes fogem a sete pés, atiram-se para a água e escondem-se atrás de barcos. A estupidez máxima começou. A vaca está confusa, assustada e parada a olhar para todos os lados. Como ela não se mexe começam alguns ótarios a atirarem areia para atiça-la e convida-la a dar-lhes uma cornada nas nádegas. A vaca resolve correr e com sorte consegue apanhar um, ao qual dá uma sova bem dada. É claro como o bicho está em desvantagem todos os 200 ótarios correm em direcção à vaca na tentativa de salvar o amiguinho, que nesta altura já está esborrachado e cheio de ematomas e areia no corpo todo. Agarram a vaca por todos os lados, puxam-lhe o rabo, dão-lhe pontapés e chapadas e o público aplaude! O homenzinho consegue sair dali, e todos se afastam à espera que ela ataque outra vez. Qual será a piada disto? Porque atrai tanta gente? Estou seriamente a pensar escrever uma carta à camara municipal de Cascais, na qual vou colocar uma lista de novas atracções, para melhorar a festa! Em vez de vacas podiam por leões na praia atrás das pessoas, arame farpado nos muros (para não conseguirem fugir), e alguns crocodilos à beira de água. Também pensei em minas espalhadas pelo areal, mas não sei se teremos orçamento para isto tudo. Enfim, acho que as coisas ficavam mais equilibradas entre o animal e o homem. Aí sim, eu levantava-me e batia palmas. Ah, e se alguém saisse de lá com vida ganhava um excelente prémio! Uma batedeira electrica ou umas panelas. Cascais ia ficar a ganhar com certeza.

quinta-feira, junho 30, 2005

tenho saudades de musgo

oh triste vida! o que é feito do musgo? o musgo que se apanhava nas tardes frias de inverno, o musgo que se arrancava das pedras, o musgo que se punha nos presépios na altura do natal...nunca gostei de presépios. Se pensarmos bem na palavra e se a dissermos muitas vezes torna-se mesmo estúpida...presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios,presépios, ahahahhaha. O melhor de tudo são as personagens dele.Os bonecos nunca são proporcionais, o menino jesus está sempre muito feliz para quem nasceu numa pocilga ou num curral cheio de merda de vaca, o Zé e a Maria são sempre os mesmos...ele em pé e ela de joelhos (sem comentários) e os três reis magos estão sempre desgraçados: existe sempre um sem metade da cabeça, outro que não se aguenta em pé e outro que é um playmobil. Nos presépios mais elaborados existem patos em lagos de papel celofane azul amachucado, ovelhas com pinipons ao lado, pontezinhas cheias de um pó branco (deve ser neve..ou então é mesmo pó acumulado do ano inteiro), e claro, a estrela gigantesca que está presa com arame em cima da gruta, do curral, da pocilga do menino jesus coitadinho. Eu prefiro kiwis, mas cada um sabe de si.

há dias felizes

Viva amiguinhos que têm a triste ideia de visitar este blog : ) já há um tempo que nao escrevia aqui qualquer coisa, devido à maravilhosa escolinha....é claro. Tenho novas histórias para vos contar, e surpresa das surpresas foi a caminho da escola. A primeira foi bastante engraçada..saí do comboio no cais do sodré (essa zona tão limpinha e asseada de Lisboa) ainda num estado meio zombie, no meio daquela gente toda aos encontrões, a fumarem etc etc... finalmente consegui sair daquele aglumerado,fiquei feliz e consegui respirar (pouco, mas consegui), e quando pensei estar livre...um amiguinho chinês que estava ao meu lado, teve a brilhante ideia de tapar a narina direita, virar a cabeça para o lado esquerdo (que por acaso era onde eu estava) e expirar com uma brutalidade incrível tudo o que tinha lá dentro...A minha sorte foi ter reparado naquilo a tempo e parei, porque se tivesse dado mais um passo tinha levado com muco chinês verde, bem quentinho, nas minhas queridas pernas. Se ele me tivesse acertado, acho que pegava num calhau da calçada e batia-lhe tanto na cabeça até lhe abrir o crânio...depois cuspia-lhe em cima para ver se ele gostava. Já sabem, olhos bem abertos pois nunca se sabe de onde elas aparecem! Na vinda para casa, vim a dormir no comboio. Já estava a entrar naquela fase em que me babo todo quando de repente começo a ouvir berros...mas não eram berros normais. Eram berros de quem está a ter um filho pelo rabo. Abri os olhos e tentei perceber o que se passava...eram umas cinco pitas histéricas aos berros umas com as outras. "Querido Pai Natal, este ano quero uma arma....."

terça-feira, abril 19, 2005

todos para a terra deles

"O medo do outro é o próprio contrário do amor. Esquece-se isso quando se pensa que o amor está ligado ao erotismo, à sexualidade e aos prazeres da carne. A questão do amor opõe-se ao ódio, isto é, ao medo dos outros. O ódio nasce do medo."
Paul Virilio in Cibermundo:A Política do Pior
É incrivel como é que ainda existem pessoas que menosprezam outras raças. Há um tempo estava eu num bar e chegou um grupo (autênticos otários), em que o individuo mais pequeno devia ter 1 metro e 80 cm. Pediram grandes canecas de cerveja e começou a festa...levantaram-se, gritaram canticos e estenderam o braço em frente. "Pela nação, white skin é a solução!". Como é que gente como esta ainda existe? E o pior de tudo é que estão a crescer! É fácil depararmo-nos com simbolos fascistas, racistas e afins, nas claques de futebol! Este estilo de vida, com forte ligação à extrema direita é completamente asqueroso e nojento! Mas este tipo de mentalidade não fica por aqui, estando muitas, de uma maneira mais reservada, na cabeça de muita gente. Quantas vezes já ouvimos frases do tipo "eu gosto de pretos, mas é na terra deles"; "andam-nos aqui a roubar o emprego", etc etc etc!! É este tipo de preconceito que me irrita profundamente! Primeiro de tudo estamos no século XXI, e não existem limites de fronteira a nível racial, portanto um amarelo, um verde, um preto, um vermelho, um roxo pode ser um português, acima de tudo é um cidadão do mundo. Segundo, eles não nos roubam os empregos, eles apenas ocupam o emprego que nós portugueses não queremos, por acharmos que é uma porcaria e que não se ganha bem. Enfim, são tantas as formas de racismo e de estupidez que encontramos a toda a hora, que seria impossivel descreve-las aqui....isto fica incompleto, mas não me apetece escrever mais! Além disso nem sei a cor do meu chapéu de chuva : /

sábado, abril 16, 2005

o mistério das garrafas

Está uma bela noite, o jogo de futebol acabou, seguem-se perguntas de jornalistas e comentários dos treinadores. Lá estão eles sentados a falar para um microfone...e ao lado deste o que está? Eu digo-vos! 1º - uma garrafa da água natural. 2º - uma garrafa de coca-cola 3º - uma garrafa com um liquido de cor viva (laranja ou azul claro). A questão é esta...os treinadores estão ali uns cinco minutos, e raramente tocam numa destas garrafas, quanto muito na de água, então o que será que acontece às garrafas que eles não bebem? Ficam lá guardadas para a próxima jornada? Os jornalistas levam para casa? É um dos grandes mistérios da Humanidade, que eu vou tentar descobrir! A lâmpada do candeeiro do meu quarto não funciona :/

terça-feira, abril 05, 2005

a leitura faz bem aos ossos

Não sou uma daquelas pessoas que devora livros atrás de livros, mas gosto muito de ler, e quando tenho o meu tempinho livre vou folheando uns livros e absorvendo alguma cultura. É pena que os livros sejam tão caros! Ontem fui comprar um livro e passei-me com o preço :/ ...mas comprei-o na mesma! Não vou deixar de ler só por serem muito caros e além disso quando for grande quero ter uma vastissima colecção de livros! A questão que se levanta é a seguinte: se os livros fossem mais baratos e acessiveis a um maior número de pessoas, será que estas liam mais? Não sei mesmo... será que o livro se vai perder e ser esquecido? Quanto aos jornais diários já nem digo nada....cada vez mais as pessoas trocam um bom jornal (que se paga obviamente) por um jornalezo que lhes é distribuido gratuitamente. Há quem diga que é uma boa iniciativa, e que as pessoas lêem mais. A minha opinião é contrária, porque esses jornais são de pouca ou nenhuma qualidade e o serviço informativo é escasso e pobrezinho...sem falar do excesso de publicidade em todas as páginas que vão influenciar o cidadão a comprar determinado produto. Se as pessoas continuarem a trocar bons jornais por "estas coisas", a sociedade vai enfraquecer a nível informativo e cultural, dando lugar a uma maior falta de civismo, e a um estreitamento mental (tão caracteristico dos portugueses) muito mais profundo. :) Ler faz bem aos ossos e não só! Podemos melhorar muito, mas mesmo muito a nossa linda mentalidade. É bom sairmos deste mundozinho e entrarmos no mundo dos livros e das suas histórias, através da nossa imaginação. Os meus lençois são de flanela e são muito fofinhos e macios, o que me proporcionam um sono rico em cálcio e vitaminas.

domingo, março 27, 2005

cheira a mofo...

Já não me lembro a ultima vez que escrevi aqui....quer dizer, se olhar diz ali a data, fez ontem precisamente 1 mês. Estou quase a fazer 22 anos...faltam sensivelmente duas horas...isto de fazer anos tem muito que se lhe diga, mas não vou dizer nada porque não me apetece escrever. Ora bem, vou antes falar de mim...sinto-me vazio. Deve ser esse o termo correcto, porque estou a perder alguma coisa...não sei bem o que (nunca sei nada, engraçado). Há uns tempos eu sabia quem era, o que queria, o que gostava...mas agora é diferente. Fartei-me de ser alguém. Fartei-me de ter uma imagem e de ser quem os outros pensam que sou...isto é extremamente confuso para descrever aqui. Só sei que o sinto na minha linda cabeça. Já não me dou ao trabalho de explicar às pessoas os meus ideais, ou criticar os erros (a meu ver) deles. Não vale a pena. A juventude está perdida e o mundo também. Espero ter uma vida à minha maneira com o minimo de problemas possiveis, e morrer feliz.

sábado, fevereiro 26, 2005

come tudo!

De certeza que já levaram um raspanete dos vossos pais, por não terem comido tudo o que estava no prato. "Tanta gente a passar fome e tu deixas tudo no prato!". Este comentário é dos mais utilizados e é um dos mais parvos! Por exemplo, eu estou a jantar, e como até ficar satisfeito, mas deixo qualquer coisa no prato....é o caos! O horror! Como é que posso deixar comida no prato com tanta gente a morrer à fome!!! ...Vamos tentar resolver isto : 1º ponto- Se eu já estou satisfeito não me vou empanturrar de comida, só porque existem pessoas a morrer à fome. 2º ponto - Se elas estão a morrer à fome a culpa não é minha. 3º ponto - Não é por comer o que deixei no prato que essas pessoas vão ficar saudáveis e mais felizes. 4º ponto - As galinhas são um animal mesmo muito estúpido. Eu sei que quando nos dizem isso é para vermos que temos muita sorte em ter o que muitos não têm...mas se calhar a expressão não é a melhor. Um bem haja.

O menino e a bola

Era uma vez um menino que gostava muito de brincar com a sua bola de futebol. O menino foi brincar para o parque com a bola, esta foi contra uns ramos e furou. O menino ficou triste e a bola ficou furada.

Fim.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Ah febra!!!

O rabo de uma rapariga é assim tão importante? Todos os dias me deparo com um indivíduo do sexo masculino a olhar e a admirar o traseiro de uma fêmea. É o instinto animal a manifestar-se. Até mesmo se um rapaz estiver a falar com alguém, e passar uma rapariga no outro lado do passeio, o olhar do rapaz desvia-se da pessoa com quem está a falar e fixa-se (nem que seja por uns milésimos de segundo) no rabiosque da rapariga. É claro que já fui vitima deste instinto, e já vi muitos rabos....mas no fim fico a pensar porque raio é que fiz aquilo! Não sei responder...mas também não me sinto culpado. Tento evitar isso ao máximo porque simplesmente não faz sentido, ao contrário de alguns homens nojentos, gordurosos e sarnentos, que deixam a fêmea passar, contam até 3 e depois viram-se e ficam a olhar de boca aberta (alguns chegam-se a babar), para o trofeu de caça. O homem mais desinibido chega mesmo a atirar piropos em voz alta: “ah ganda patanisca!” “ ah febra!” entre outros. Eu gosto muito de queijo fresco com pimenta e um nadinha de sal.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

dia dos namorados

o dia dos namorados é muito bonito :) É neste dia em que se trocam prendas, beijinhos e muito amor. Até aqui não há mal nenhum....mas será que é preciso este dia para se fazerem estas coisas??? Eu vejo este dia como uma espécie de obrigação. "É dia dos namorados? Então vou ter que comprar umas prendas, oferecer flores e preparar um jantar romantico"....HÁ MAIS DIAS DURANTE O ANO!!! Se gostam mesmo de uma pessoa, ela vai saber! Não é preciso andarmos com estas tretas todas atrás! Não é por um jantar, ou umas flores que se vão separar....(digo eu...isto agora depende da mentalidade de cada um). Amem à vossa maneira, e não se sintam pressionados com que o resto do mundo faz............fonix...esqueçam, caguem. não tenho nada a ver com isto. é só a minha opinião :) merda de post....

guerra de sexos

ontem passei na fnac e deparei-me com a quantidade de livros que existem a falar mal dos homens. Mulheres que falam do homem como se fosse um animal domesticável. Como conseguir um homem; os homens são todos iguais; Manipule o seu marido; Faça dele um cãozinho; ...é claro que não são estes os nomes ,mas poderiam muito bem ser. A ideia com que fico é que existem aí mulheres muito infelizes....e parvalhonas! (tenham calma, que já chego aos homens). Mas porquê a razão desses livros? É tudo obra daquelas mulheres que defendem o seu sexo com unhas e dentes, as mulheres são as maiores, elas é que têm o filho, elas é que sofrem, enquanto o homem é só força e futebol. Minhas senhoras....matem-se. Sinceramente, os homens não são todos iguais e deixem-se dessas merdas de poder feminino e o camano. É claro que podem haver, e estou certo que sim, homens estúpidos e ignorantes que vos tratam mal e que pensam que a mulher só serve para a cama e cozinha....mas se for esse o caso dos vossos maridos, divorciem-se! Ainda vão a tempo! Se calhar as burras são vocês que foram na conversa deles....ai ai . Bem, quanto aos homens... não se dedicam tanto a este tipo de escrita e leitura, mas sim à leitura de revistas com carros e gajas boas. Ficam babados com a rapariga da capa da revista, deliciam-se com o interior da revista, aquilo é uma verdadeira alegria! Estes se calhar são os homens que as tais mulherzinhas falam! Isto começa a fazer sentido....são homens que acham que a mulher serve para lavar tachos e para procriar. A todos estes senhores....matem-se! A guerra do sexo sem sentido nenhum! Isto é uma questão de conhecer as pessoas, a sua mentalidade e maneira de ser, não tem nada a ver com o facto de ter pénis ou vagina! Deixem-se de merdas seus machistas e suas feministas. O 7up faz gases.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

kill them all

Mas o que vai na cabeça desses individuos que andam a bombardear inocentes transeuntes, no carnaval? Este ano não foi excepção e já fui vitima de um ataque :) O que vale é que me baixei e o balão passou por cima. Estava um frio de rachar, e aqueles anormais a atirarem balões! Isto é de doidos....sim, isto é de doidos, os balões. Porque atirar ovos é de anormalóides da pior espécie....ovos? Mas que raio...as coisas são feitas para terem um determinado objectivo: sabonete para lavar as mãos, um livro para ler, uma cadeira para sentar, e ovos para comer!!! não para atirar a pessoas! Eu não consigo encontrar a piada disso. Será que é suposto ter piada? Alguém me explique!!! Qualquer dia andam esses gajos a atirarem garrafas de vidro e a desculparem-se com aquela frase estúpida: é carnaval, ninguém leva a mal : /

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

codename: tough luck

mas afinal o que é isso do azar... eu devo andar lá perto. Quinta feira, dia 3 de Fevereiro, 15h17, sala 4.15, frequencia de forma visual!que bom :) . A porta abriu-se e lá fomos nós ocupando os lugares. Sentei-me num bom lugar, ao lado de dois colegas. Tudo estava a nosso favor! Podiamos sacar das cábulas caso fosse preciso, tirar dúvidas uns aos outros, isto sem o professor ver! Tudo corria bem! Lembro-me de ter dito: "Agora o professor vinha aqui e dizia que tinhamos de ir lá para a frente! hahahah, era lixado!"................mas porquê? porque raio fui eu falar!? O homem dirigiu-se cá para trás e disse : "Vou fazer aqui umas alterações de lugares". O meu coração bateu forte e acelerou... Apontando o dedo e fechando um olho, foi escolhendo a vitima.....Eram 56 pessoas na sala......eu fui o escolhido! "Você" - apontando para mim - "pode ir para a mesa da frente" . Lá fui eu, com um sorriso amarelo na cara, e com um enorme desgosto por dentro!Parecia uma criança, a fazer-me de forte quando lhe roubam um chupa chupa! Tinham-me tirado aquele chupa chupa : / bastards.... PORQUÊ A MIM? Tou farto. Sou eu que levo com pombos na cara; sou eu que sou picado por dezenas de abelhas depois de ter levantado uma inofensiva pedra; sou eu que caio todo vestido numa piscina; sou eu que quando escolho um chocolate numa máquina, esse chocolate é o único que não sai; sou eu que fico sem travões em plena estrada; etc , etc....Já diz o povo: um azar nunca vem só : /




...........Nota: ao escrever este post, fiquei sem ligação à internet, o que fez com que eu perdesse o texto :) tive de escrever tudo de novo! :) paz e amor, não matem os javalis.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

dica da semana


Quando estiverem com a escova de dentes e a pasta dentifrica na mão lembrem-se duma coisa: a quantidade de pasta que põem na escova! Tentem colocar menos pasta e vão ver que o resultado é o mesmo. Não vale a pena seguirem o exemplo dos anuncios da televisão, em que as senhoras do sorriso branco agrafado na cara, besuntam a escova toda com pasta! É óbvio que mais de metade da pasta vai ser desperdiçada. Lembrem-se disto todos os dias e vão ver que a vossa vida vai mudar, tal como a minha! Sou uma pessoa muito mais feliz , com dentes fortes e saudáveis!

como fazer para não ser engolido?

"Primeiro, retomando a língua. A salvação virá da escrita e da linguagem. Se refundarmos a língua, podemos resistir. Senão, corremos o risco de perder a língua e a escrita. Em seguida, retomando o outro para não o perder, isto é, recusando o divórcio. Se as nossas sociedades continuam a caminhar para uma individualidade solitária, através do casal separado e da família monoparental, não haverá resistência possível. Portanto, retomar a língua, voltar a falar-se e retomar o outro, acasalar-se e não descasalar-se. Hoje, trocam-se gestos, mas cada vez menos palavras. A mulher e o homem que trabalham fazem gestos, fazem amor...mas quanto a falar em conjunto, é o «silêncio dos cordeiros». finalmente, é necessário retomar mundo. Não se pode fantasiar com o além do mundo, sobre o para além da Terra e sobre o para além do homem. O para além da Terra é a conquista espacial, é «ir na direcção das estrelas». É uma ilusão, só há um planeta habitado. Nenhum planeta é considerado habitável pelos astrónomos e pelos astrofísicos. É possível que, algures no infinito do Universo, haja milhares de planetas habitáveis. Mas, por agora, não há outro planeta como o nosso. Quanto a criar atmosfera artificial na Lua ou em Marte, com quem é que estão a gozar?
É necessário também parar de fantasiar sobre o para além do homem com a robótica. Uma quantidade de livros falam da superação do homem pela inteligência artificial e pelas tecnologias de assistência, como se Frankenstein voltasse. Não há o para além do homem. Nesse plano, o homem é terminal, ele é o fecho das maravilhas de Deus, como o diz Hildegarde de Bingen. O homem não é o centro do mundo, ele é o fim do mundo. Não há homem melhorável. não há eugenismo da espécie humana. O fantasma do para além da Terra é liquidá-la, o fantasma do outro é de o liquidá-lo em benefício do anjo-máquina."

Paul Virilio in Cibermundo:A Política do Pior

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Lights Out

Looking back with anger, looking back with joy and laughs
don't ask me all those questions, cause I don't have the answers now
I tried to hold back all my thoughts and all my dreams
just to make things better, I was using myself past my means

But all those days are gone
and I can't find the path that I should follow
I'm walking unknown land
mile after mile I search the way back to my mind
and I can not believe how hard it is to find
when I'm down

I used to make things easy, I used to be a happy guy
but now things seem so different, that I can't even play the game
I got to try to find the way through all this now
so what I need now, is someone to read the map cause I don't know how

I feel ashamed and I'm to blame
cause I tried to be, I tried to see things from my side
and I also bleed, I also need some space
it's time to close this case

by Millencolin

mais vale só que mal acompanhado


"(...) estupidez não é ausência de inteligência mas resistência activa à inteligência.
A genuína estupidez é um privilégio ganho com o esforço da luta contra a clareza e a vitalidade mentais. Não consiste, portanto, na simples ausência delas.
É certo que os seres humanos em geral têm uma facilidade inata em recorrer à estupidez; isto não lhes assegura, todavia, o refinamento e o tecnicismo que podemos encontrar nos verdadeiros campeões da estupidez, os grandes estúpidos - como passaremos a chamar-lhes, em singela mas justa homenagem à sua capacidade estupidológica. Estes indivíduos excepcionais conquistam um lugar cimeiro na enorme galeria dos estúpidos históricos pela habilidade e profundo conhecimento demonstrados na extinção da inteligência individual ou colectiva (geralmente de ambas). Há que diferenciá-los, consequentemente, dos chamados débeis mentais.
Com efeito um deficiente mental, trate-se de um simples imbecil ou de um completo idiota, não é, de modo nenhum, um grande estúpido. Falta-lhe o essencial: aquele mínimo de inteligência capaz de realçar o mérito dos que lhe resistem. A estupidez necessita da inteligência como a sombra necessita da luz: em ambos os casos, a segunda empresta recorte à primeira. Um estúpido a sério é sempre alguém que se distingue pela bravura com que desbarata as manifestações inteligentes, exorciza os fantasmas da clareza mental e contribui para a manutenção da obscuridade à detestável e complicativa inteligência.
Vemos, assim, que a verdadeira e típica estupidez é plenamente activa possuindo, como característica básica, a resistência anti- inteligente. (...) O estúpido é, precisamente, alguém que, para resistir à inteligência, estreita a mente, ignora informação, fecha-se em si mesmo. Retrai-se perante toda a dilatação de horizontes induzida pela inteligência. "

Vitor J. Rodrigues in Teoria Geral da Estupidez Humana


segunda-feira, janeiro 31, 2005

O principe encantado

Era uma vez um principe encantado, com um sinal pequenino na cara, e que vivia num reino muito colorido, cheio de animais e amor! Os anos passaram, e o principe cresceu e tornou-se rei! ...mas com ele também cresceu o sinal. Era cancro e o rei morreu. Fim.

domingo, janeiro 30, 2005


os pinguins gostam de neve

tenho os pés frios

tenho os pés frios, porque está muito frio. as aulas fizeram uma pausa e agora estão as frequências à porta. detesto-as. detesto as frequências. simplesmente detesto! não é por estudar, nem por ficar preso em casa o dia todo...detesto esta época porque vejo pessoas a fazer batota, a cabular. não digo que umas cábulas não dão jeito, para nos lembrarmos de certas matérias esquecidas que estudamos previamente, mas cábulas feitas sem nenhum estudo por detrás....é isso que me irrita. ver certas pessoas passarem á frente de outras, para ficarem com as melhores salas (que muitas das vezes não são as delas), para ficarem com os melhores lugares! irrita-me, pois certamente vão passar a essa disciplina sem perceberem nada do que foi dado... por outro lado, estão os que estudam, que querem perceber alguma coisa, e que no fim são prejudicados por estes alarves das frequências. têm piores resultados porque nem sempre se lembram de tudo, como é natural! não se pode fazer muita coisa...também recorro às cábulas quando não me lembro de alguma coisa...mas tenho pena que as coisas não sejam feitas de outra maneira, e que os futuros licenciados em qualquer área venham a sê-lo, assim, cabulando cruelmente e brutalmente! lol .

os pinguins gostam de neve

ah......olá, este é o meu blog ou que raio é isto. Os pinguins gostam de neve e de sardinhas. é verdade. http://photos1.blogger.com/img/3/3297/640/penguin.jpg