Há idolos e mascotes que duram para sempre...outros não duram mais do que um momento. Ficam esquecidos nos arquivos da história, e de vez em quando lá os vão buscar para a inauguração ou para apoiarem alguma causa. É o caso da Rosa Mota ou do Gil. Este desgraçado foi feliz durante a Expo98...agora tem uma fundação de apoio a crianças e vai envelhecendo nas entradas do parque das nações. A Rosa Mota lá vai aparecendo para inaugurar um campeonato de meia tigela de atletismo, ou para dar a cara por uma causa. O Eusébio, rei do futebol noutros tempos, anda agora a rastejar-se pelos corredores e cantos obscuros do Estádio da Luz. Quando é que é chamado? Quando o Benfica joga contra o Sporting, quando o Benfica vai à liga dos campeões (coisa rara hoje em dia) e quando o Benfica faz anos. Vendo bem as coisas, talvez seja a vida de atleta que é mesmo assim. Um dia campeões, noutro esquecidos. O que me faz mais confusão é o destino que as mascotes levam...O Gil e a Docas, o Strike (o cão castanho do mundial dos estados unidos), o Ciao (aquele bacano com cubos verdes,brancos e vermelhos e uma bola de futebol a fazer de cabeça, do mundial de Itália), a Neve e o Gliz (das olimpiadas de inverno em Turim)...desemprego certamente...muitos entregues às drogas e ao álcool...em caso extremo o suicidio. Quando for grande vou criar uma série de desenhos animados, em que todas as mascotes entram! Todos a morar no mesmo bairro, com histórias bem caricatas, um fartote animado! Não desesperem mascotes, aqui o eu tem a solução!
PS: Quanto ao Eusébio, Rosa Mota e afins, têm de se aguentar à bronca.
terça-feira, julho 03, 2007
sexta-feira, junho 01, 2007
mentalidade portuguesa

"A ilustração representa o povo português e a sua mentalidade. Tenta demonstrar e criticar alguns dos valores nacionais, que continuam bem presentes e a assombrar a cabeça dos portugueses. Portugal continua o país dos Descobrimentos, do fado, de Fátima e do futebol. A sardinha é rainha e o galo de Barcelos é rei...e ainda há espaço para um tal de Salazar (que de morto parece não ter muito). São valores a que nos acostumámos, que foram passando de geração em geração, e que são quase impossiveis de dissociar da imagem de Portugal.
Na ilustração essa mentalidade está representada através de um polvo/cérebro/caveira, que com os seus tentáculos apanha um peixe desprevenido (ou seja, o português). A imagem simboliza a força negativa que esses valores têm (na medida em que não existe evolução), e pretende servir de alerta a todos nós. É tempo de ultrapassar a ideia de que Portugal é só isto. É tempo de acreditar em Portugal como um país criativo, talentoso e ambicioso, no qual existe muito mais do que valores que nos prendem ao passado."
(a minha ilustração para o concurso ilustra_portugal)
terça-feira, maio 29, 2007
o poder do vidro
É impressão minha, ou as pessoas ficam intimidadas com os vidros? Bom, assim nem faz muito sentido, por isso vamos lá esclarecer: Imaginem duas pessoas a falar uma com a outra. Até aqui normal...agora experimentem colocar um vidro no meio delas. Começam logo a gesticular as mãos, baixam a voz em vez de berrarem e a figura...bem, essa é de urso. Será que a pessoa que baixa a voz pensa que está a enganar a outra? "ah, tenho um vidro à frente, vou só mexer a boca, e pronunciar palavras muito lentamente". Se colocassemos um bocado de madeira no meio da conversa, as duas pessoas desatavam aos berros para conseguirem comunicar...com o vidro não acontece! O vidro intimida. Me jane, tu Tarzan.
segunda-feira, maio 28, 2007
gelatina no tacho
Sou uma daquelas pessoas que normalmente gosta de comer tudo, e nunca fui esquisito com comida, nem nunca rejeitei nada da infantilóide roda dos alimentos. Mas há algo que me ultrapassa...porque razão é que os nossos pais têm uma paixão por coisas nojentas a nível gastronómico? É rara ou nenhuma a vez que torcem o nariz a alguma coisa! E como se não bastasse, adoram esses pequenos nojos, o que nos faz mais confusão. Eles é mãozinha de vaca, ovas cozidas, ensopado de enguias, e o meu preferido de todos: cabeça de peixe cozido! Como é que alguém vai aos céus a chupar uma cabeça de peixe, cheia de miolos moles, olhos brancos e outras partes gelatinosas? Talheres para o lado, arregaçam a manguinha e cá vai disto. O festim começa: abrem o cranio, sugam líquido e muco de vários orifícios, mastigam miolos, lambem gelatina, etc etc etc. Uma verdadeira cena tirada de um filme do Indiana Jones. O verdadeiro confronto de gerações sem dúvida.
sexta-feira, maio 25, 2007
cagadelas célebres
A questão com que me defronto hoje é esta: Será que as celebridades cagam? E quando falo em celebridades falo naquelas a sério, e não das outras feitas em três tempos, em programas feitos em três tempos de canais feitos em três tempos. Não consigo imaginar o Jack Nicholson a evacuar. Elvis Presley,Johnny Depp, Billy Corgan, David Bowie...esses não fazem deslizar nada, de certeza! E se homens já é difícil, reparem nas mulheres. Cameron Diaz, Lilly Allen, Fiona Apple, Audrey Tautou entre muitas outras, não empurram o cocó para fora! Uma coisa é certa, as celebridades evaporam merda e este post é ridículo.
terça-feira, maio 22, 2007
adeus formiga
Ontem estava no comboio, à espera que este desse o apito final, quando me deparei com uma formiga no banco da frente. Estava sozinha, desorientada e perdida. Lá me coloquei no papel desta e pensei: " Estou feita ao bife". Imaginem o que ela vai ter de andar para sair do comboio..eu acho uma tarefa impossivel. Descer o banco, conseguir ir até à porta, com sorte esta está aberta, consegue descer até aos carris e depois logo se vê. Tenho a certeza de que não vai voltar a ver a familia, e tenho a certeza de que ela vai morrer antes de chegar aos carris. Triste fado o da formiga, que foi parar dentro do comboio sem saber muito bem como. Um bem haja a ti formiga, pode ser que hoje te veja...esborrachada contra o vidro.
sexta-feira, abril 20, 2007
terça-feira, abril 17, 2007
quarta-feira, março 07, 2007
mostarda no nariz
Existem lugares que reconhecemos mal os cheiramos. Um dos meus preferidos: as mercearias! Aquele cheirinho de especiarias misturado com pãozinho quente acabado de sair do forno, ainda um leve aroma a bacalhau, e por vezes um travozinho a detergentes ou cadernos de duas linhas da escola primária, ainda por abrir. Um mundo onde abundam cheiros e que criam um tão especial. Outro cheiro que nos revela o lugar, mas que não sou grande adepto, é o cheiro do talho. Mal passamos por aquelas cortinhas de plástico (que costumam ter um porco desenhado), e levamos logo com um chapadão de aroma a carne. Carne de bovinos,caprinos, ovinos e suínos mortos e em pedaços, entram de uma maneira tão violenta pelas nossas narinas que nem temos dúvidas: é o talho. Um cheiro violento, mas mesmo daqueles hardcore, é o dos "pseudo-lavabos" das tascas. Neste universo o cheirinho a urina é rei, sempre o foi! Urina por vezes centenária, está salpicada nas paredes e sempre "entornada" no chão. O segredo é colocar o nariz dentro da t-shirt e ficar o menos tempo possível lá dentro. De volta aos bons aromas: é Domingo, estamos na cama até tarde e é então que um tentáculo de fumo branco nos invade o quarto e nos acorda...o que será? É ele...o grande cheiro, aliás O cheiro! O aroma! O verdadeiro orgasmo aromático!O grande...REFUGADO DO ALMOÇO DE DOMINGO!!! Cenouras, cebolas, pimentos, azeite e afins, todos eles dançam felizes dentro do tacho! Um bem haja aromático camaradas!
quinta-feira, março 01, 2007
dor
Hoje escrevo sobre dor. Não, não é um post com altos níveis depressivos, pelo contrário. É sobre estar vivo e utilizar a dor para comprovar tal facto. Existem momentos em que precisamos de libertar ira acumulada, sentimentos que nos apertam o pescoço, e palavras que estão presas. Uma dica: violência em nós próprios. Não se trata de andar ao murro e à cabeçada ao vizinho, mas sim a nós! À nossa pessoa. É um excelente anti-stress, falo por experiência própria. O mais recente acto de violência que apliquei em mim, foi num jardim, onde existem arbustos. Objectivo: Correr direito aos arbustos, e tentar saltar por cima deles. Têm grandes probabilidades de ficarem arranhados (devido aos ramos), de ganharem umas nódoas negras nas canelas, cotovelos e joelhos, ou se a queda for maior podem mesmo ficar à rasca dos músculos e ossos! Derrotados, suados, falhados, maltratados e cansados vão ser os adjectivos colados à nossa testa! O stress nesta altura já passou a vossa fronteira pessoal e basta agora recuperar das mazelas. Existem inúmeros actos de auto-violência com que se podem divertir (aconselho no Verão mergulharem numa piscina e darem "chapas". O vosso corpo vai ficar bem vermelho). Nota: Os actos de auto-violência acompanhados de uma boa dosagem de álcool vão ser bem mais divertidos! Caso não gostem muito de maltratar o vosso corpo por fora...bem, nesse caso abram uma garrafa de vinho, liguem a aparelhagem,e ponham o Sr. Jim Morrison a cantar...
"Show me the way
To the next whiskey bar
Oh, don't ask why
Oh, don't ask why
For if we don't find
The next whiskey bar
I tell you we must die"
"Show me the way
To the next whiskey bar
Oh, don't ask why
Oh, don't ask why
For if we don't find
The next whiskey bar
I tell you we must die"
terça-feira, janeiro 30, 2007
maldita naftalina
Após uma pausa de quase dois meses sem escrever nada aqui, cá estou eu para vos fazer perder tempo com coisas ridiculas. Antes de mais quero desejar um bom natal atrasado e boas entradas atrasadas a todos os visitantes deste site...ou seja, eu, a minha mãe, e todos aqueles que carregaram ali em cima no "next blog" e aterraram aqui. Não tenho nada de interessante para contar, por isso vou relatar aqui duas histórias passadas com a minha pessoa.
A primeira é já um clássico: "O ataque do pombo". Cena: Cais do Sodré, 10 minutos para as 8h (mais coisa menos coisa), um frio daqueles que congela qualquer extremidade do corpo. As portas do comboio abrem, mãos dentro do casaco e lá vou eu. Centenas de pessoas marcham apertadas, afinal é hora de ponta. Estou quase na saída, o barulho é caótico, ensurdecedor, mas mesmo assim consigo ouvir algo a aproximar-se. O meu sensor aranha avisa-me que algo está muito perto...perto demais. A reacção foi olhar para o lado. Quando me apercebi já era tarde, tinha levado com um pombo na cara e este tentava bater as asas para sair dali. Choque, repugnância e impotência frente ao sucedido. O pombo seguiu o seu caminho, eu segui o meu. Nunca mais fui o mesmo.
A segunda, mais recente: "o ataque do vidro". Cena: comboio da linha de Cascais, a meio de uma tarde quente. Estou sentado, e à minha frente está um amigo, com o qual faço conversa. Esta começa a esgotar-se e é então que resolvo puxar de um assunto, mas algo interrompe-me. Alguma coisa está a bater nos vidros, e aproxima-se. Calo-me, e tento perceber o que se passa lá fora. É neste momento que passa um comboio no sentido oposto, com algo preso (um ferro talvez), que vai riscando todos os vidros do meu comboio...quando chega à minha janela não tem mais nada: Parte o vidro em milhões de bocadinhos, que são projectados para cima de mim. Sacudi o cabelo, tinha pontinhas vermelhas de sangue nos braços e sentia os vidrinhos colados nas minhas costas e pescoço. As pessoas ficaram chocadas, perguntaram se estavamos bem (sim, desta vez tive a companhia do meu compincha) e atrás de nós apareceu o Sr. Revisor aka Pica. -"Estão bem? Não se aleijaram?" nós-"O vidro partiu e ficamos cobertos de vidros...nada de grave" Sr. Revisor aka Pica - "Ah, está bem....então vão para a outra carruagem". Fim.
Estão relatadas duas histórias. Já desenferrugei os dedos. Moral das histórias: Há coisas fantásticas não há?
A primeira é já um clássico: "O ataque do pombo". Cena: Cais do Sodré, 10 minutos para as 8h (mais coisa menos coisa), um frio daqueles que congela qualquer extremidade do corpo. As portas do comboio abrem, mãos dentro do casaco e lá vou eu. Centenas de pessoas marcham apertadas, afinal é hora de ponta. Estou quase na saída, o barulho é caótico, ensurdecedor, mas mesmo assim consigo ouvir algo a aproximar-se. O meu sensor aranha avisa-me que algo está muito perto...perto demais. A reacção foi olhar para o lado. Quando me apercebi já era tarde, tinha levado com um pombo na cara e este tentava bater as asas para sair dali. Choque, repugnância e impotência frente ao sucedido. O pombo seguiu o seu caminho, eu segui o meu. Nunca mais fui o mesmo.
A segunda, mais recente: "o ataque do vidro". Cena: comboio da linha de Cascais, a meio de uma tarde quente. Estou sentado, e à minha frente está um amigo, com o qual faço conversa. Esta começa a esgotar-se e é então que resolvo puxar de um assunto, mas algo interrompe-me. Alguma coisa está a bater nos vidros, e aproxima-se. Calo-me, e tento perceber o que se passa lá fora. É neste momento que passa um comboio no sentido oposto, com algo preso (um ferro talvez), que vai riscando todos os vidros do meu comboio...quando chega à minha janela não tem mais nada: Parte o vidro em milhões de bocadinhos, que são projectados para cima de mim. Sacudi o cabelo, tinha pontinhas vermelhas de sangue nos braços e sentia os vidrinhos colados nas minhas costas e pescoço. As pessoas ficaram chocadas, perguntaram se estavamos bem (sim, desta vez tive a companhia do meu compincha) e atrás de nós apareceu o Sr. Revisor aka Pica. -"Estão bem? Não se aleijaram?" nós-"O vidro partiu e ficamos cobertos de vidros...nada de grave" Sr. Revisor aka Pica - "Ah, está bem....então vão para a outra carruagem". Fim.
Estão relatadas duas histórias. Já desenferrugei os dedos. Moral das histórias: Há coisas fantásticas não há?
terça-feira, dezembro 05, 2006
adoptar netos
Há quem faça filhos, há quem os compre, há quem os roube, há quem os mate e há quem os adopte. Para os adoptar é preciso ir lá à “loja dos filhos” e trazer um. Com sorte talvez tenham promoções para o Natal. Leve dois orfãos, receba um de borla...ranhoso! Bem, mas a questão que me anda a moer o juizo durante esta semana é a seguinte: Porque é que só se podem adoptar filhos? Não se pode adoptar um neto? Ou um sobrinho? Porque é que temos de adoptar filhos! Imaginemos um casal, com três lindos meninos. Estes cresceram, mas para desilusão dos pais, não tiveram filhos! Isto porque um era infértil, outro era homosexual e o terceiro...morreu. Todas as hipoteses deste casal (agora já velhinho), de terem netos, foram por água abaixo! Solução? Adoptar um neto! Não é fácil? Se é possível adoptar um filho, acho que devia ser possível adoptar um neto! Vamos tornar velhinhos felizes e com netos! Jesus é uma cebola!
quarta-feira, novembro 15, 2006
este dia está azedo
Nem todos os dias podem ser bons e agradáveis, e existem dias que nos correm mal do principio ao fim. Sentimo-nos em baixo, depressivos, revoltados e ansiosos que o dia acabe depressa. A situação repete-se várias vezes por mês ou semana, e é por isso que acho que se deveria criar uma instituição onde pudessemos trocar os dias maus por dias bons! Centro de Reclamação e Troca de Dias Maus, o CRTDM. O dia correu-lhe mal? Não desespere, pode trocá-lo por outro! Ainda não pensei muito bem se haveria algum tipo de pagamento...poderia funcionar por pontos, não sei. E só os dias uteis é que poderiam ser trocados (férias e feriados não incluidos). Imaginem que saiam de casa, apanhavam chuva, perdiam o comboio por 4 segundos, um transeunte espirráva-vos em cima, eram assaltados, o trabalho corria-vos mal, entre muitos outros possíveis azares. Não tinham que se preocupar, dirigiam-se ao CRTDM e pediam o vosso dia novamente! Era trocado imediatamente. Mais um dia na vossa vida! Ou então é mais uma ideia assim assim. Cheira a faneca.
quarta-feira, novembro 08, 2006
a alheta
Se existe sítio que eu gostava de visitar é a Alheta. Estou sempre a dizer que vou lá, mas aqui entre nós ainda não realizei tal sonho. Agora que me debruço sobre o assunto, a Alheta deve ser um lugar bastante agradável, com um clima excelente para passar férias ou quem sabe cinco minutos apenas. Oiço dizer: “bem, vou-me por na Alheta, até amanhã”....hmmm, neste caso não é uma questão de férias, mas uma passagem rápida, logo a Alheta está mais perto do que pensávamos! Mas também há quem diga: “Quero é acabar os estudos, arranjar trabalho e por-me na Alheta!”. Aqui a Alheta ganha força...há quem queira chegar à Alheta e o mais rápido possível! Será essa a nossa missão na vida? Será esse o sentido da vida? Chegar à Alheta? Sinceramente não acredito...os que vão, voltam logo, e os que dizem que vão para sempre estão sempre cá, logo se foram, não ficaram...confuso? Além disso se fossemos todos parar à Alheta, este lugar seria pior que Tóquio, Nova Iorque, São Paulo ou até mesmo Amadora! Seria uma enorme concentração de pessoas! Se assim for nunca quero passar pela Alheta. Um bem haja aos Alhetenses e ao seu turismo.
sexta-feira, novembro 03, 2006
poesia rápida e barata
E lá estava eu...deitado, a perder-me na imensidão do espaço
Tu apareceste...olhaste-me, e depois dum sorriso veio o abraço
Apertei-te com força...a saudade era muita, o sentimento era estranho...
Foi então que me apercebi, não eras tu...era um sonho.
Silêncio, tédio e revolta...os três inimigos esmagam-me sem qualquer aviso
Sem forças acabo por chorar, como se me doesse o dente do siso
A esperança ou salvação não está em caramelos ou figos...
A esperança e a salvação está nos verdadeiros amigos!
Magoaste-me o dispositivo que me bombeia o sangue
Feriste-me por dentro...e por fora
Tenho uma faca espetada e só espero que esta merda estanque
Ou é desta que eu bato a bota e me vou embora...
As lágrimas saem como se não parasse de chover
Preciso de uma arma...ou à falta de coragem duma bebedeira
Preciso de berrar, desabafar, gritar e sofrer
Preciso de amigos..preciso de Casal da Eira
Atiram-me com palavras que não mereço
Rotulam-me com nomes que desconheço
Ouvi-los seria matar a minha identidade
Cresçam, apareçam, larguem a puberdade...
Espanco-te meu amor
Porque é o que mereces
Alimentaste esta dor
E agora estremeces...
Convidei-te para este sitio, tão especial para nós
Senta-te, olha agora o por do sol...
Puxei o gatilho da arma do Mós
PUM!....já só existo eu..eu e o por do sol
Penetro-te como se não houvesse amanhã
Eu gemo e tu gritas como uma atrasada
Resolvo tapar-te a cara com uma almofada
Calas-te...parece mesmo que não existe amanhã.
Tu apareceste...olhaste-me, e depois dum sorriso veio o abraço
Apertei-te com força...a saudade era muita, o sentimento era estranho...
Foi então que me apercebi, não eras tu...era um sonho.
Silêncio, tédio e revolta...os três inimigos esmagam-me sem qualquer aviso
Sem forças acabo por chorar, como se me doesse o dente do siso
A esperança ou salvação não está em caramelos ou figos...
A esperança e a salvação está nos verdadeiros amigos!
Magoaste-me o dispositivo que me bombeia o sangue
Feriste-me por dentro...e por fora
Tenho uma faca espetada e só espero que esta merda estanque
Ou é desta que eu bato a bota e me vou embora...
As lágrimas saem como se não parasse de chover
Preciso de uma arma...ou à falta de coragem duma bebedeira
Preciso de berrar, desabafar, gritar e sofrer
Preciso de amigos..preciso de Casal da Eira
Atiram-me com palavras que não mereço
Rotulam-me com nomes que desconheço
Ouvi-los seria matar a minha identidade
Cresçam, apareçam, larguem a puberdade...
Espanco-te meu amor
Porque é o que mereces
Alimentaste esta dor
E agora estremeces...
Convidei-te para este sitio, tão especial para nós
Senta-te, olha agora o por do sol...
Puxei o gatilho da arma do Mós
PUM!....já só existo eu..eu e o por do sol
Penetro-te como se não houvesse amanhã
Eu gemo e tu gritas como uma atrasada
Resolvo tapar-te a cara com uma almofada
Calas-te...parece mesmo que não existe amanhã.
quarta-feira, outubro 11, 2006
macacos do nariz
O nosso corpo é uma máquina extremamente bem desenvolvida, mas apesar disso temos de lidar todos os dias com matérias menos bonitas, nomeadamente as fezes, a urina, a saliva, a especturação e...os macacos. A dúvida de hoje debruça-se sobre esse aglumerado de sujidade entranhado nas nossas fossas nasais e pendurado nos pelos das mesmas. Os macacos não têm um nome mais sério? Algo mais credível? Todas as outras têm : fezes-merda / urina-mijo / saliva-cuspo / especturação-escarreta. Porque razão os macacos não têm direito a um nome mais profissional e científico? Eles são macacos porque estão pendurados lá dentro certo? Então se calhar deveriam ser chamados de “primatas nasais” ou “símios nasais”. Qualquer coisa menos macacos do nariz. Eles também têm direito a um nome bonitinho! A luta continua! Eu tiro primatas nasais com o dedo e só depois é que colo ao papel.
segunda-feira, outubro 09, 2006
sexta-feira, outubro 06, 2006
a minha colecção

a menina Jorgina
Era uma vez uma menina
Extremamente aventureira
O seu nome era Jorgina
E resolveu subir a uma nespereira
Tinha tanto de maria-rapaz
Que mais parecia o vizinho João
De repente o tronco faz “trazzz”
Lá caiu ela com os cornos no chão
Jorgina berrou e chorou
Mas rapidamente limpou as lágrimas
Lá se levantou e gritou:
“Sou uma mulher de armas!”
Forte e confiante
Encheu o peito de ar
Deu um passo em frente
E ouviu algo a activar
Uns segundos depois
Deu-se uma grande explosão
Jorgina estava desfeita em 24 ou em 22
Pois tinha pisado uma mina no chão
Extremamente aventureira
O seu nome era Jorgina
E resolveu subir a uma nespereira
Tinha tanto de maria-rapaz
Que mais parecia o vizinho João
De repente o tronco faz “trazzz”
Lá caiu ela com os cornos no chão
Jorgina berrou e chorou
Mas rapidamente limpou as lágrimas
Lá se levantou e gritou:
“Sou uma mulher de armas!”
Forte e confiante
Encheu o peito de ar
Deu um passo em frente
E ouviu algo a activar
Uns segundos depois
Deu-se uma grande explosão
Jorgina estava desfeita em 24 ou em 22
Pois tinha pisado uma mina no chão
terça-feira, outubro 03, 2006
wash & clean
A vontade de ir à casa de banho aparece quando menos esperamos, ou quando nos dá menos jeito. Foi em plena aula que me deu a vontade e eis que surge a grande questão: O que siginifica w.c? As tentativas iam sendo atiradas ao ar. A primeira que me surgiu foi Wash & Clean. Fazia sentido, mas não tinha certezas. Optei então por um caminho mais religioso...a.C (antes de Cristo), d.C (depois de Cristo)... w.C (wow!Christ!), no sentido de fazer esforço em demasia para “algo cair”. Hmmm, definitivamente não era esta a resposta. Isto não é assunto para deixar a meio e resolvi procurar numa coisa chamada internet. Eis o resultado desta cof intensiva cof pesquisa:
“WC pode significar:
(do inglês water closet, "armário da água") para Vaso sanitário / Sanita.“
É claro que fiquei surpreendido por tamanha estupidez. Water Closet? Já me estou a imaginar a abrir o armário e toma lá urina! Por este andar lavava as mãos e os dentes na gaveta das meias, e os pés na gaveta das t-shirts! E claro, que num wc existem sempre problemas de saneamento, logo o sr. canalizador tinha de entrar em acção e desentupir-me a “merda da gaveta” das camisolas! Bom, com isto tudo proponho que o significado de w.c seja alterado! A minha hipótese (Wash & Clean) faz mais sentido e só assim teremos um futuro promissor neste universo sanitário! Um bem haja bem cheirosinho.
“WC pode significar:
(do inglês water closet, "armário da água") para Vaso sanitário / Sanita.“
É claro que fiquei surpreendido por tamanha estupidez. Water Closet? Já me estou a imaginar a abrir o armário e toma lá urina! Por este andar lavava as mãos e os dentes na gaveta das meias, e os pés na gaveta das t-shirts! E claro, que num wc existem sempre problemas de saneamento, logo o sr. canalizador tinha de entrar em acção e desentupir-me a “merda da gaveta” das camisolas! Bom, com isto tudo proponho que o significado de w.c seja alterado! A minha hipótese (Wash & Clean) faz mais sentido e só assim teremos um futuro promissor neste universo sanitário! Um bem haja bem cheirosinho.
quinta-feira, setembro 14, 2006
cheira a enchidos
A pedido de muitas familias cá estou eu para mais um post parvo. Cá vai. Quando arrotamos cheira a chouriço. Depois de um almoço, o nosso corpinho tem necessidade de expulsar gases e afins...logo o arroto ou o peido tornam-se hábitos diários. O interessante nisto tudo é que o arroto cheira sempre a chouriço, independentemente de termos almoçado carne, peixe, azevias ou hortaliça. O cheiro que vem cá de dentro é de chouriço (há quem o defina como bife, mas eu prefiro chouriço...salvo seja). Mas calma, esta característica do arroto não se fica por aqui. O cheiro dum arroto é algo sem escrúpulos, pois denuncia-nos a qualquer hora e lugar. Podemos estar numa aula, no comboio, no cinema, seja onde for, e até o arroto ser daqueles que mais parecem um soluço (silenciosos com um pinote da cabeça), a questão é que o cheiro denuncia-nos sempre! Segundos depois parece que estamos numa fábrica de chouriços ou numa tasca nortenha. O cheiro é intenso e não dá para disfarçar (nota: se estiverem em grupo tentem esquivar-se, pode ser que resulte; se estiverem a sós com alguém...bem, enterrem a cabeça na terra ou comecem a espumar-se da boca). Será que os pinguins arrotam a chouriço?
sexta-feira, julho 21, 2006
febre amarela
Existem certas coisas que não fazem sentido. Uma delas são as legendas amarelas. Conseguem tornar um bom filme num péssimo filme, e no entanto são só legendas. Sentamo-nos no sofá, temos as pipocas, temos a bebida, os pés estão descalços, os estores estão quase fechados, parece estar tudo pronto para o inicio do filme. Play no comando e cá vai disto! Levantamos o som para nos entregarmos totalmente ao filme e eis que este começa...o genérico é a passagem para dentro do filme, para a sua história, e desperta-nos emoções e alguma ansiedade. A música é a cereja em cima do bolo, e consegue mesmo pôr-nos com pele de galinha. Sentimo-nos bem porque definitivamente o filme promete! O genérico acaba de uma maneira subtil, aparece um personagem que resolve falar, resultando nas maravilhosas legendas amarelas...os nossos olhos contraem-se com a luminosidade da coisa, o nosso coração ameaça uma paragem cardíaca, o nosso cérebro tenta não acreditar naquilo que viu e aguardamos petrificados, suados e a engolir em seco pela próxima fala e legenda. Rapidamente ela resolve aparecer e é aqui que o sentimento de revolta misturado com frustração apodera-se de nós. Caímos como um peso morto no sofá, os nossos olhos ficam vermelhos e é dada a ordem para as lágrimas partirem. As pipocas espalham-se pelo chão, envolvendo-se com cotão e alguns pelos do gato. Uma tarde de cinema caseiro foi por água abaixo, dando lugar a uma tarde depressiva, em que a única questão que fazemos a nós próprios é: “Mas porquê?”.
quinta-feira, julho 13, 2006
senhor agente da autoridade
Chui, s. m. (gír.) polícia.
Chui é uma palavra estranha e que ninguém usa. Em todos estes anos de vida, nunca ouvi ninguém dizer chui. Só a utilizam nas traduções dos filmes e sinceramente também não compreendo...usem polícia em vez de chui! Alguém já ouviu dizer na rua: “Oh senhor chui, pode-me dizer onde fica esta rua?” ou então “Socorro, chamem os chuis!”. Sendo assim existem vários tipos de chui, vejamos: Chui à paisana, chui militar, chui de trânsito, chui sinaleiro, chui a cavalo, cães chui e o meu preferido: chui de choque. Tantos chuis e nenhum consegue intimidar, nem mesmo o chui de choque. Nunca ouvimos ninguém a dizer na escola que o pai dele era chui! Polícia era...agora chui, nunca! Que vergonha...imaginem a turma toda a gozar com a criança: “O teu pai é chui! O teu pai é chui!”. Traumas que ficam para sempre com certeza. Mudando radicalmente de assunto, hoje regressava a casa de comboio, vinha a falar com um amigo, passou um comboio na outra linha, o vidro da janela rebenta e ficámos cobertos de vidros. Vidros na cabeça, vidros na cara, vidros na roupa, vidros nas costas, vidros nos braços, vidros nos pés. Lá fiquei cheio de pontinhos vermelhos de sangue no braço. Acho que é um caso para a chui judiciária.
Chui é uma palavra estranha e que ninguém usa. Em todos estes anos de vida, nunca ouvi ninguém dizer chui. Só a utilizam nas traduções dos filmes e sinceramente também não compreendo...usem polícia em vez de chui! Alguém já ouviu dizer na rua: “Oh senhor chui, pode-me dizer onde fica esta rua?” ou então “Socorro, chamem os chuis!”. Sendo assim existem vários tipos de chui, vejamos: Chui à paisana, chui militar, chui de trânsito, chui sinaleiro, chui a cavalo, cães chui e o meu preferido: chui de choque. Tantos chuis e nenhum consegue intimidar, nem mesmo o chui de choque. Nunca ouvimos ninguém a dizer na escola que o pai dele era chui! Polícia era...agora chui, nunca! Que vergonha...imaginem a turma toda a gozar com a criança: “O teu pai é chui! O teu pai é chui!”. Traumas que ficam para sempre com certeza. Mudando radicalmente de assunto, hoje regressava a casa de comboio, vinha a falar com um amigo, passou um comboio na outra linha, o vidro da janela rebenta e ficámos cobertos de vidros. Vidros na cabeça, vidros na cara, vidros na roupa, vidros nas costas, vidros nos braços, vidros nos pés. Lá fiquei cheio de pontinhos vermelhos de sangue no braço. Acho que é um caso para a chui judiciária.
terça-feira, junho 27, 2006
o gosto discute-se
“O gosto não se discute”. Quantas e quantas vezes ouvimos esta frase nas nossas vidas? Acho que o exemplo mais notável é a nível cultural. O gosto não se discute? A merda é que não se discute! Vão-me dizer que quem gosta dessas novas bandas feitas às três pancadas tem algum gosto? São essas pessoas que me vão dizer que o gosto não se discute? Basta de ignorância e vamos assumir os nossos gostos! Gostam, tudo bem. Mas porquê? Conseguem explicar? Cada um come do que gosta, mas será que esta desculpa do “gosto não se discute” se vai manter para abafar bandas sem o mínimo de qualidade que se limitam a plagiar e a roubar músicas, ou mesmo o incentivo à violência e à destruição? Esta desculpa ainda pega? Muito sinceramente, se o gosto ainda não se discute, deveria começar a discutir-se! Não para insultar a pessoa, ou para deitá-la abaixo, mas sim para absorver informação e para ouvir uma explicação do porquê. A sério que gostava mesmo de saber as razões que levam as pessoas a irem por tais caminhos (que decerto não serão por motivos sociais como o medo de rejeição em grupos, ou a solidão, longe disso cofcof). Como já disse, cada um come do que gosta...é pena é que só comam o que lhes dão. Isso é que me faz confusão e que me revolta. Podem-me até dizer que aquela música é engraçada e que gostam dela, mas adianto já que é mentira. Aposto que nunca se deu ao trabalho de ir ver a letra, de ver o lamechas e inútil que aquilo é, e que realmente só o é para ganhar dinheiro (que mais?). Passa-se o mesmo com filmes, séries, programas, álbuns, livros e obras de arte. Já é normalissimo (infelizmente) irmos a uma exposição de um artista qualquer e alguém dizer: “Não gosto muito deste artista, prefiro mais o outro” ou “Aquela mancha de tinta e rabiscos? Aquilo também eu fazia!”...pois, mas não o fez, e se não gosta é porque não conhece. Também torço o nariz a muita coisa, mas é normal porque não conheço. É preciso haver uma preparação, uma recolha antes de nos atirarmos de cabeça a algum objecto de cultura. É óbvio que nestas torções de nariz (e é grande) consigo avaliar coisas realmente más, de qualidade medíocre, mas aí sou o primeiro a dizer: “Que merda é esta?”. É claro que não me quero armar em superior nem manipular ninguém (se bem que às vezes....). Concluindo, o meu concelho é Cascais, mas o meu conselho é o seguinte: Comam o que quiserem. Certifiquem-se que não é merda. Vocês vão saber.
PS. Morte aos D’ZRT e afins. Um bem haja.
PS. Morte aos D’ZRT e afins. Um bem haja.
sábado, junho 24, 2006
ficção, fonte de inspiração
A ficção toma conta de nós e nós seguimos as suas regras sem nos questionarmos. É triste ver que a maioria das pessoas se rege por ideias que os filmes transmitem. Filmes fáceis como comédias românticas servem de exemplo a seguir. O casal que se conhece por puro acaso numa lavandaria, num avião ou qualquer outra ocasião completamente estúpida, acaba sempre por passar grandes momentos junto ao mar, a ver o pôr do sol, ou no parque a rebolar ao som daquelas músicas nojentas que se ouvem vezes e vezes sem conta nas rádios da populaça e da juventude rebelde. Surgem sorrisos, frases e pensamentos muito profundos que surpreendem a rapariga, os beijos são sempre mágicos, e claro, todas as quecas são divinais! As velas estão lá, a cama é gigantesca, o casal é sempre bonito e bem constituído, os orgasmos são de outro mundo, acordam sempre com um sorriso na cara, e lá vão (ela com a camisa dele vestida) tomar um pequeno almoço completo e nutritivo, com muita fruta, cereais, café, leite, torradas e waffles É tão perfeito que até me dá vontade de vomitar. Isto é perfeito demais! As coisas não funcionam assim, e ainda bem. É que todas estas coisas que se fazem nos filmes vão sendo assimiladas pelas raparigas (mais sensíveis e essas coisas todas), e quando um rapaz tenta surpreende-la com algo que lhe deu trabalho, a coisa não resulta. Porquê? Porque ela estava à espera de mais alguma coisa. Como no filme! E se não é como no filme, não é bom e não chega. Deixem-se de merdas, amem como deve ser ou seja, à vossa maneira, e não se deixem levar por filmes mesquinhos e inúteis.
quinta-feira, junho 08, 2006
o flashback mentiroso
A nossa vida é feita de lembranças, sejam elas boas, más, mal cheirosas, gordas ou ásperas. Passamos num sitio e o nosso cérebro transporta-nos logo para uma determinada situação, passada ou não naquele local. É como se voltássemos a reviver o momento, de uma maneira um pouco dispersa a nível de sentidos, mas concreta a nível de sentimentos. Apesar desta falha de sentidos, nomeadamente o olfacto, o tacto, o paladar e a audição, a visão é o único sentido que conseguimos reviver da melhor maneira. Conseguimos imaginar a ponte tal como ela era, ver a cara das pessoas, olhar para o céu que estava azul, resumindo, tudo o que estava ao alcance do nosso campo visual. A questão que fica é a seguinte: Porque é que nos filmes e nas novelas, quando alguém tem um flashback, imagina sempre uma cena já gravada, com a personagem já incluída! Passo a explicar, vemos uma cena em que uma rapariga tropeça numa casa de tremoço, e que vai direitinha ao chão, mas no último segundo um jovem loiro e de olhos azuis consegue agarrar a rapariga, e não a deixa estatelar-se no chão. É aqui que a química desabrocha, os olhares ficam colados um ao outro e com sorte ainda há um beijinho (sem língua). A cena dá lugar a outra, mais tarde a tal rapariga está a limpar o chão do quarto, vê uma casca de tremoço, de repente olha para o infinito: a imagem fica toda branca e qual é o flashback que ela tem? É o nosso flashback! O do nosso campo visual e não do dela! A mesma cena, igualzinha à original! Mas será que ninguém se lembra de filmar o que ela viu realmente? Os olhos dela deviam ser a câmara de filmar, logo devíamos ver um passeio, um tropeçar, um chão e uma casca de tremoço a ficarem mais próximos, um jovem a agarrar e a levantar, e por fim os olhos do rapaz! Por acaso gostava de visualizar as minhas lembranças assim, cheias de ângulos e a ver-me como estava. A culpa é dos tremoços.
sexta-feira, junho 02, 2006
a bela bandeira
Estamos em altura de campeonato do mundo de futebol e como não poderia deixar de ser, a bandeira nacional invadiu janelas, varandas e terraços. Sinceramente não acho muita piada a essa febre, mas também não quero falar disso agora. É um caminho muito fácil e ia acabar por ficar deprimido. Do que quero mesmo falar é da bandeira. Da nossa bandeira! A bandeira que serve para pendurar no estendal, a mesma que fica cinzenta de andar presa no tubo de escape dum automóvel, aquela que fica rasgada e amarelada depois de tanto tempo ao ar livre, a tal bandeira que é puxada e atirada ao chão depois de uma inauguração de uma estátua ou instituição. Normalmente as bandeiras são bastante simples, duas ou três cores e acabou. Não digo que sejam bonitas, mas comparadas à portuguesa conseguem dar-me um sorriso na cara. Adiante, a nossa bandeira é feia. Ninguém pode dizer o contrário. É um facto. O vermelho e o verde não combinam. Dizem que o vermelho representa o sangue derramado em batalhas, mas será necessário aquele vermelho? Verde é a cor da esperança, e essa é a última a morrer...mas também morre. O brasão de armas de Portugal também não tem futuro nenhum...a esfera armilar é muito complexa, o escudo português contém cinco escudetes azuis com bolinhas brancas e à volta deste estão os sete castelos amarelinhos em fundo vermelho, que em nenhuma bandeira são iguais! Já vi castelos que se parecem com templos chineses. Uma bandeira verdadeiramente portuga que faz lembrar um belo cozido à portuguesa, cheio de coisas que não combinam umas com as outras...bem, a diferença é que o cozido resulta no fim.
quarta-feira, maio 31, 2006
riscos altos
Normalmente, quando olhamos para o céu vemos sempre um azul que vai até à linha do horizonte, umas quantas nuvens, umas gaivotas, um avião, e sempre, mas sempre...dois risquinhos de fumo branco e paralelos, que se vão perdendo à medida em que avançam. Donde vêm estes riscos? Podem-me dizer que são jactos que andam por aí a passear e em manobras, mas sinceramente isto é obra extra terrestre. Afinal de contas Portugal não pode ter assim tantos aviões, ou pode? Se são mesmo aviões gostava mesmo de saber a vida dos pilotos. Acordam, tomam o pequeno almoço, vão para a base (que nem deve existir), e depois fazem pés...ao céu? Existe mesmo alguém que faz isto? E o que fazem lá em cima? Portugal precisa de se preocupar com algum ataque terrorista vindo do céu!? Eu gosto dos riscos, mas dos aviões nem tanto. Qualquer dia andam a comprar submarinos assim do nada....ah...pois, esses também já os temos. Amo-te Portugal.
domingo, maio 21, 2006
quinta-feira, maio 18, 2006
uma pia para dois
Imaginem uma pessoa num centro comercial, na maior calma, a ver montras, a passar algum tempo com a família...entretanto dá-lhe uma enorme dor de barriga. Dirige-se à casa de banho certo? Se a pessoa é um homem dirige-se à casa de banho dos homens, e se for mulher opta pela casa de banho feminina como é óbvio. A questão que agora se levanta é esta: se for um deficiente, vai à casa de banho dos deficientes, mas não tem oportunidade de escolha! Só existe uma casa de banho para deficientes! É um WC unisexo! Incrível. Serão os deficientes como os anjos? Não têm sexo e órgãos reprodutores? É certo e sabido que quando um homem dejecta é um pitéu do piorio, mas uma coisa é um homem cheirar e outra coisa é uma mulher cheirar! As mulheres deficientes não têm escolha e só lhes resta levar com aquele refugado em cima. E os homens deficientes vão continuar a levar com pensos higiénicos usados nos caixotes do lixo da casa de banho? Sinceramente acho que não faz sentido limitarem-se a construírem uma só casa de banho para deficientes. Por essa lógica quando um deficiente fosse preencher um documento ou algum impresso teria de colocar no sexo, não um M, não um F, mas sim um D. E os kiwis? Onde ficam no meio disto tudo?
quinta-feira, maio 11, 2006
you're my hero
Hoje dei uso a uma coisa que não utilizava há muito mas muito tempo...não comecem já a entrar por caminhos perversos e diabólicos, que não é por aí. O que utilizei foi nada mais nada menos que o meu amigo bidé (palmas). O meu amigo bidé (palmas) tem um nome bem engraçado. Bi-Dé, ou seja duas vezes Dé. São dois Dés. Bem, continuando, sempre olhei para o bidé de lado e nunca lhe dei grande confiança. Afinal de contas é um objecto bastante estranho, para fins ainda mais estranhos. Mas hoje teve de ser. Há dias em que o que sai dentro de nós é bastante pastoso e torna-se difícil fazer uma limpeza a 100% à área envolvente. O rolo de papel higiénico que estava a meio, caminhava a puxadas longas para o fim, e os resultados não eram visíveis (digamos que o teste do algodão não estava a dar certo). Não sou pessoa para desistir de uma coisa, mas hoje a merda ganhou-me e tive de pedir assistência ao meu amigo bidé (palmas). Sem ele estava feito em merda (literalmente). Um bem haja a todos os bidés por esse mundo fora.
domingo, abril 30, 2006
a luz está cara
É certo e sabido que a electricidade está cada vez mais cara. Já começamos a fazer algum esforço para poupá-la e para não estarmos constantemente com a televisão ou o computador ligados. Nas escolas sempre se incentivou à poupança da luz (e não só), tendo como objectivo fixar estas ideias nos mais novos, que são a esperança disto tudo....ou não. O mal disto é que existem produtos anti pedagógicos, que passam a toda a hora na televisão, nomeadamente as telenovelas. Já repararam que em todas (e quando digo todas são mesmo todas) cada vez que alguma personagem chega a casa, as luzes estão sempre acesas? E quando abrem a porta, acendem mais umas quantas não vá aquela luz de presença ser fraquinha e o rapazinho ir contra um bidé (pode acontecer). Depois de estarem a beber um belo chiripiti no enorme sofá de pele, na enorme sala, decidem ir para a enorme cama, e o que é que fazem? Dizem boa noite e até amanhã e a luz fica ligada. Deve ser o trauma do Papão ou qualquer coisa desse género.
Outra maravilha das telenovelas são os pequenos almoços em família. Os pais estão sempre na mesa juntamente com o puto mais novo (que apesar de ser o mais traquinas é ainda o mais pontual). O irmão mais velho chega, cumprimenta os pais com um beijo e começa a comer. Mais tarde chega a irmã do meio, uma pita histérica que nunca tem tempo para comer porque tem de apanhar boleia do namorado mafioso que tem uma mota e não usa capacete. A pita limita-se a cumprimentar os pais por alto, pega numa torrada e siga! Lá vai ela ter com o Tó. É claro que os irmãos lembram-se que estão atrasados para a escola e fogem a sete pés. O pai também vê que já passa das 9h00 e toca de se levantar, dar um beijinho cheio de torrada à esposa e segue caminho. Fica a pobre mulher sentada, com uma mesa cheia de comida que dava para alimentar metade do continente africano, e que praticamente ninguém lhe tocou. Resta-lhe ligar a televisão e ver o programa do Goucha.
Outra maravilha das telenovelas são os pequenos almoços em família. Os pais estão sempre na mesa juntamente com o puto mais novo (que apesar de ser o mais traquinas é ainda o mais pontual). O irmão mais velho chega, cumprimenta os pais com um beijo e começa a comer. Mais tarde chega a irmã do meio, uma pita histérica que nunca tem tempo para comer porque tem de apanhar boleia do namorado mafioso que tem uma mota e não usa capacete. A pita limita-se a cumprimentar os pais por alto, pega numa torrada e siga! Lá vai ela ter com o Tó. É claro que os irmãos lembram-se que estão atrasados para a escola e fogem a sete pés. O pai também vê que já passa das 9h00 e toca de se levantar, dar um beijinho cheio de torrada à esposa e segue caminho. Fica a pobre mulher sentada, com uma mesa cheia de comida que dava para alimentar metade do continente africano, e que praticamente ninguém lhe tocou. Resta-lhe ligar a televisão e ver o programa do Goucha.
sexta-feira, abril 21, 2006
o fio da banana
Uma banana é daqueles frutos que toda a gente gosta. Tem um ar tropical, é diferente dos outros na forma, não dá trabalho a descascar e é a causa principal de grandes quedas cinematográficas. O único se não são mesmo aqueles fiozinhos irritantes que temos que puxar antes de trincar a banana. Pegam-se à mão, e passamos ainda ali uns minutos à procura dos mais escondidos. Fica aqui uma ideia para todos os que estejam ligados ao comércio da banana. Bananas sem fio! Existem azeitonas sem caroço, ananás às rodelas, pêssegos descascadinhos! Nada é impossível, e não custa nada investirem na banana. Afinal de contas ela merece. Banana frita também se mastiga.
segunda-feira, março 27, 2006
assalto à mão pedrada
Há muito tempo que não sou vitima de um assalto. Das duas uma: Ou tenho cara de sem abrigo e nem se dão ao trabalho de me pedir dinheiro, ou então saí do público alvo dos assaltantes (aquela idade dos 12 aos 16). Começo a ficar com saudades de um bom assalto! O último, foi há uns 8 anos e devo dizer que foi um belo assalto, digno de um filme…pronto, talvez esteja a exagerar. Era sábado e vinha eu com o meu primo do cinema e acabada a sessão lá fomos apanhar o autocarro. Tivemos de passar um túnel e do outro lado vi uns rapazolas a dirigirem-se para o túnel. Na altura nem associei as cenas, e quando lá chegámos abaixo estavam 7 ou 8 putos (com os seus 50, 60 centímetros), cada um com a sua pedra na mão. Fiquei abismado com aquilo tudo! Não era de susto, era mesmo de espanto e felicidade! É que normalmente os assaltos são com facas e não com calhaus. Vieram com a bela da conversa: “Sócio, deixa lá ver o relógio e a carteira”. Adoro esta parte do sócio, pois só demonstra a atenção e simpatia dos assaltantes connosco. Deixam-nos à vontade e como se fossemos da família. Eu disse-lhes que não tinha nada mas a cebola que tinha ao pulso era vistosa demais. Puxaram-me do relógio, mas eu agarrei-o com tanta força, que um deles teve de me dar uma cabeçada nos lábios para o largar. Apesar disto não o larguei e lá consegui mete-lo no bolso. Aos poucos íamos saindo do túnel e quando olhei para a paragem do autocarro estavam umas 6 pessoas a olharem para nós! Isto foi muito para o meu coração, porque além das pedras, havia público a ver-nos! Pronto, não bateram palmas ao espectáculo, mas acho que isso era pedir muito. Na altura em que estava a olhar para as pessoas veio um dos chavalecos, meteu-me a mão no bolso e lá tirou uma nota de 1000 escudos. Resultado, o meu primo ficou sem tabaco e isqueiro, eu fiquei sem mil paus e com um lábio inchado, e as pessoas assistiram a um belo momento. Isto sim é qualidade e organização nas coisas. Um bem haja a essas pessoas e ao gang do calhau por uma tarde tão emocionante.
nada
Aqui estou eu sem fazer nada. O fazer nada não existe porque se o fazemos ele deixa de existir. Se fizermos o nada estamos a fazê-lo logo estamos a fazer alguma coisa, logo não é nada! Ou será nada? O nada existe afinal de contas ou não existe? O nada nada na sua essência mais pura e crua! Na minha opinião nunca fazemos o nada enquanto existimos, porque estamos vivos e a respirar e mesmo que estejamos parados estamos a fazer alguma coisa.
O nada tanto resulta numa resposta afirmativa ou negativa, e tem o mesmo significado, vejamos: “O que estás a fazer” Resposta afirmativa: “Nada” (logo está a fazer). Resposta negativa: “Não estou a fazer nada” (logo não está a fazer). Na primeira está a fazer o nada, na segunda já não está, mas o resultado é a mesma merda! Não está a fazer porra nenhuma...mas continua sentado e a respirar. Devia haver uma palavra que representasse o nada enquanto estamos vivos. O nada é para mortos! Eles é que não fazem nada...bem, eles e os políticos (mas este é um nada mais grave).
Conclusão: Quem nada não se afoga.
O nada tanto resulta numa resposta afirmativa ou negativa, e tem o mesmo significado, vejamos: “O que estás a fazer” Resposta afirmativa: “Nada” (logo está a fazer). Resposta negativa: “Não estou a fazer nada” (logo não está a fazer). Na primeira está a fazer o nada, na segunda já não está, mas o resultado é a mesma merda! Não está a fazer porra nenhuma...mas continua sentado e a respirar. Devia haver uma palavra que representasse o nada enquanto estamos vivos. O nada é para mortos! Eles é que não fazem nada...bem, eles e os políticos (mas este é um nada mais grave).
Conclusão: Quem nada não se afoga.
quarta-feira, março 22, 2006
em caso de emergência
Lá estava eu dentro do autocarro, em mais uma jornada para a escola, quando olho para o vidro do autocarro e reparei nos autocolantes que dizem “Quebrar em caso de emergência”, que se encontram colados em algumas janelas. Nunca tinha pensado muito neste assunto, mas agora que penso...é uma verdadeira parvoíce. Imaginemos que o autocarro vai atolado de gente, e que num dia chuvoso os pneus derrapam e o único destino é a ribanceira. Ai, ai, autocarro do avesso, gritos para um lado, cabeças e braços para o outro, sangue a jorrar e o medo e a adrenalina no limite. Vamos lá ver agora uma coisa...no meio deste caos todo quem é o cabeçudo que vai buscar aquele martelinho vermelho e depois ainda se põe à procura da janelinha certa para partir? É que só algumas é que têm o autocolante!!! É preciso ter isso em conta! Não se ponham a partir janelas assim à papo-seco porque ainda se metem num sarilho desgraçado com a empresa de autocarros. Por isso já sabem, se algum dia o vosso autocarro resolver ir visitar a ribanceira, os vossos intestinos ficarem espalhados pelo chão do autocarro e um dos vossos olhos saltar para o colo do vosso companheiro de viagem, não entrem em pânico e escolham bem a vossa janela! Está dada a dica.
terça-feira, março 14, 2006
verdade verdadinha
A verdadeira verdade é na verdade verdadeiramente trágica. Esta é a conclusão que tiro das relações que as pessoas têm com pessoas que não gostam. Não gostamos de uma pessoa, ponto final. Não é não gostar por não gostar, mas ela é estúpida, só faz merda nas costas dos outros, e é das tais pessoas que como não têm vida própria tentam-se infiltrar e destruir a vida do próximo. Infelizmente existem pessoas assim, o problema é quando nos cruzamos com elas: Temos que lhes falar e dar um sorriso para esta pensar que está tudo bem, caso contrário os problemas surgem. Resumindo, temos de ser cínicos para as coisas não piorarem. Se não lhes falarmos vão meter na cabeça que não gostamos delas (o que é verdade) e não nos vão parar de chatear até encontrarem uma explicação (explicação esta que por mais explicada que seja, não vai ser entendida...). Pedem-nos para sermos nós próprios e que digamos a verdade doa o que doer, mas na verdade querem é ouvir uma mentira da nossa boca, porque sabem que se a verdade sair vai-lhes doer...doer não, mas vão ter medo que a sua falsa imagem (de boa pessoa) vá por água abaixo. Sinceramente gostava que as pessoas que não gostam de mim viessem ter comigo e me dissessem na cara. Tornava-se tudo mais simples! Deixava de haver cinismo, joguinhos de amizade e facadinhas nas costas. Porque raio é que as pessoas complicam? Não é obrigatório gostarmos uns dos outros, e tentarmos mostrar que somos boas pessoas a toda a gente! E se não formos boas pessoas? O que é que os outros têm a ver com isso? Metam a boa imagem pelo cú acima e sigam a vossa vida.
quinta-feira, março 02, 2006
good old friends
Creio que todos já passamos por alguém e esse alguém não nos retribui o cumprimento. São pessoas que conhecemos ao longo da vida, mas que devido ao tempo que passa, deixam de nos falar. Tenho vários exemplos assim. Quando era mais chavalo tinha amigos com quem andava sempre, e considerava-os os meus melhores amigos. Passávamos os dias juntos, de manhã até à noite! Nas férias só púnhamos os pés em casa para as refeições. O bizarro disto tudo é que o tempo passa, seguimos as nossas vidas, as brincadeiras e façanhas deixam-se de se fazer, e só fica um enorme vazio. Pessoas que eu abraçava, falava, com quem me ria e brincava são agora ex-amigalhaços e passaram a ser simplesmente “conhecidos”, em que a maior frase que trocamos é “Então, tudo bem?” (e esta nem tem resposta...). É claro que estes são o exemplo menos mau, porque existem outras pessoas que nem falam connosco! Têm vergonha de conhecer alguém como eu e então deixam de falar, tornam-se pseudo importantes e donos de um nariz empinado de todo o tamanho. Ou é isso ou então a minha cara sofreu grandes alterações com a puberdade e essas coisas todas envolvidas no processo de envelhecimento. No entanto nem tudo está perdido, e quando menos esperamos encontramos um velho amigo ou colega que nos dá uma alegria desgraçada aqui dentro. Temos vontade de contar tudo sobre a nossa vida, saber tudo sobre a dele, mas como a pressa é muita ficamo-nos por um abraço e uns sorrisos (não daqueles amarelos, mas dos puros).
Resumindo, os bons e verdadeiros amigos são para sempre. Os outros “amigos” cheiram a couves e acabam por se revelar quem realmente são: uns verdadeiros montes de merda.
Resumindo, os bons e verdadeiros amigos são para sempre. Os outros “amigos” cheiram a couves e acabam por se revelar quem realmente são: uns verdadeiros montes de merda.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
do the evolution
Estou aqui sentado à espera da Odete Inspiração e a olhar para o vídeo...só estou a olhar para ele porque a televisão rebentou. Tenho uma cassete lá enfiada que diz “Vídeo Clips” com um azul já todo comido a caneta de feltro, por baixo disto ainda diz “futebol- benfica” escrito com uma esferográfica azul, e se fizermos ainda mais um esforço conseguimos distinguir algo escrito a lápis...”Fa”...não se percebe bem. Bom, a piada é que estou a ter um ataque de saudades...saudades de gravar programas, videoclips, entrevistas e afins, que estejam a dar na televisão. Tenho saudades de colar com um enorme cuidado as fitas das cassetes que se partiam. As cassetes de música a mesma coisa. Tenho cassetes com algumas músicas, algumas retiradas de um cd, outras retiradas de algum programa da rádio, enfim, bocadinhos preciosos que íamos recolhendo e armazenando nestes objectos de re-re-re-re-re-re-re-re-re-gravação. Tenho pena que este hábito desapareça aos poucos, dando lugar às novas tecnologias, nomeadamente os mp3. É claro que podemos gravar sempre um cd com as nossas músicas preferidas e pô-lo no carro a tocar, mas não é a mesma coisa! As músicas vão estar completas e com grande qualidade, mas infelizmente perde-se “aquela magia”. E ainda falo de cd’s, que temos pouco espaço de manobra para encaixarmos as melhores músicas, porque se falar de leitores de mp3, nem nos damos ao trabalho de seleccionar as eleitas! Enfiam-se logo as pastas lá para dentro e temos música para 2 anos seguidos. As cassetes estão-se a extinguir e não podemos fazer nada. São as vantagens e desvantagens da evolução.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
de plantas a papel
Hoje de manhã tive a fazer as minhas necessidades. É sentado na sanita que penso sobre a maioria das coisas em geral, mas hoje por acaso foi mesmo sobre o que estava a fazer. Depois de fazermos o que temos a fazer, olhamos para o lado e lá está o nosso salvador: o papel higiénico. Só acho triste é ser ele o nosso salvador! Milhões de anos passaram e não existe muita evolução no modo como limpamos o cú! Passámos de folhas de plantas a folhas de papel! Grande evolução realmente...só conseguem é fazer o papel mais suave e com cheirinho (grande coisa!). Senhores designers, criativos e idiotas, não conseguem arranjar melhor coisa que isto?É um processo de higiene nojento e retardado! É que passar um bocado de papel pelo rabo acima não é lá muito a minha ideia de desenvolvimento e progressão tecnológica. O contrário se passa noutros processos de higiene: lavar os dentes (fazem-se escovas eléctricas, fazem-se escovas que limpam a língua, fazem-se escovas que chegam a todo o lado) ; fazer a barba (as lâminas e as máquinas são cada vez mais, maior conforto e suavidade, menos irritação na pele) ; tomar banho (novos shampos contra a caspa e enfraquecimento dos cabelos, gel e sabonetes cheios de PH neutro e Aloé vera). Isto é o futuro, por isso vamos lá pensar nos nossos filhos, e inventar qualquer coisa para limpar o cú como deve ser! Outra coisa é o bidé...mas nem me atrevo a ir por aí. Crocodilo no dentista!
domingo, fevereiro 05, 2006
a morte cheira a betadine
“O meu nome é Judy, tenho 17 anos e estou morta. Manda este e-mail a 30 pessoas senão daqui a 5 dias morrerás. Isto não é uma brincadeira! Um aviso de amigo... Jim Turner não acreditou neste e-mail e apagou-o. Passado 5 dias morreu de causa inexplicável. Mary Bryan não enviou este e-mail passado 1 hora de o ter recebido. 5 dias depois desapareceu e morreu....!!Atenção não brinquem com o fogo!!”
Acabei de receber este mail de alguém que não conheço. Não sei se hei de rir ou de chorar... Estas coisas deprimem-me seriamente, e mais uma vez eis a prova da estupidez do ser humano. A mensagem vem de uma tal Judy que pelos vistos está morta...mas continua a ter acesso à internet. É bom saber que o Todo Poderoso lá em cima gosta de se manter a par das tecnologias e que se actualiza. A Judy continua e diz que o mail tem de ser reenviado a 30 pessoas ou então morremos! Ah, e não é brincadeira! Parece que o Jim e a Mary também estão lá por cima, com a Judy, justamente porque não deram importância a este mail bastante assustador. No fim diz para não brincarmos com o fogo...isto não é novidade, já a minha avó me dizia isto quando eu era puto: “não brinques com o fogo ou fazes xixi na cama!”.
O cómico disto tudo é o desespero das pessoas, que as leva a enviar mails para toda a gente, sem sequer as conhecerem. Tenham calma que aqui ninguém vai morrer por causa de um mail estúpido e sem originalidade nenhuma. Se morrerem é mesmo por atropelamento, ou durante um assalto, ou com um ataque de coração, o costume. Judy, o Sr. Jesus tem banda larga?
Acabei de receber este mail de alguém que não conheço. Não sei se hei de rir ou de chorar... Estas coisas deprimem-me seriamente, e mais uma vez eis a prova da estupidez do ser humano. A mensagem vem de uma tal Judy que pelos vistos está morta...mas continua a ter acesso à internet. É bom saber que o Todo Poderoso lá em cima gosta de se manter a par das tecnologias e que se actualiza. A Judy continua e diz que o mail tem de ser reenviado a 30 pessoas ou então morremos! Ah, e não é brincadeira! Parece que o Jim e a Mary também estão lá por cima, com a Judy, justamente porque não deram importância a este mail bastante assustador. No fim diz para não brincarmos com o fogo...isto não é novidade, já a minha avó me dizia isto quando eu era puto: “não brinques com o fogo ou fazes xixi na cama!”.
O cómico disto tudo é o desespero das pessoas, que as leva a enviar mails para toda a gente, sem sequer as conhecerem. Tenham calma que aqui ninguém vai morrer por causa de um mail estúpido e sem originalidade nenhuma. Se morrerem é mesmo por atropelamento, ou durante um assalto, ou com um ataque de coração, o costume. Judy, o Sr. Jesus tem banda larga?
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
nós e os outros
A imagem que temos do mundo é simples: Existimos nós, os que nos rodeiam e depois o resto do planeta com o qual nunca haveremos de ter contacto (a longo prazo). Os “outros” vão ficar para sempre na miséria, nós vamos continuar a ter pena deles, e pouco mais. É o mundo em que vivemos e nada vai mudar apesar das ajudas, campanhas e manifestações contra todas as injustiças. Ouvi a semana passada que dentro de 12 anos ,os orangotangos vão-se extinguir, devido à destruição do seu habitat. Enquanto a noticia passa, ficamos chocado, temos pena, e revoltamo-nos...quando a noticia acaba e passa a outra, preocupamo-nos é com as lesões do plantel do Benfica que vai jogar com o Gil Vicente ou coisa assim. É engraçado as pessoas reagirem assim. Só prova o quanto egocêntricos somos e que o egoísmo faz parte do ser humano, quer queiramos quer não. Vemos guerras no “tal país” em que morrem centenas de crianças por dia, e abanamos a cabeça ; assistimos a motins em França onde o caos é a palavra de ordem, e já dizemos alguma coisa ; existe um atentado em Espanha e suamos um bocadinho ; houve um desastre no Minho envolvendo um autocarro com 43 pessoas e quase que libertamos uma lágrima ; em Lisboa rebentou um cano e é tema de conversa para 1 semana ; o nosso vizinho foi assaltado e enchemo-nos de medo ; temos a unha do pé encravada...é o fim do mundo!!! Somos assim e não há volta a dar. Quanto mais próximo de nós está a desgraça mais nos borramos, prova disso é quando ouvimos na televisão: “Homem de 56 anos mata a família toda, mija-lhes em cima e continua a monte (bonita expressão)”, perguntamos sempre: “Isto foi cá?”. Peço desculpa a todos os animais em geral por existir e por pertencer a esta espécie vergonhosa que é o Homem.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
internet pelas costuras
Ando com isto na cabeça há algum tempo. Todos os dias criam-se milhares de sites, blogs, páginas pessoais, e-mails e afins. Milhões de ficheiros são postos online: fotos, filmes, sons, sendo a maior parte deles lixo digital. Será que isto não tem fim? O espaço online é ilimitado? Será que a internet não corre o risco de rebentar pelas costuras? Tenho um e-mail que não utilizo, e tenho outro que uso para me registar em certos sites...esta é outra: o registar utilizadores! Para onde vão estes dados? Alguma vez serão eliminados? Não estou muito dentro do assunto dos bits e dos bites, mas sinceramente acho que virá o dia em que esta questão dará origem a uma revolução virtual. Vão existir campanhas de poupança de internet e de dados. O espaço utilizado vai ter que ser pago, e cada vez vai ser mais caro usufruir da internet. Ou então o espaço na internet é mesmo infinito e eu cheiro a churros.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
espelho meu, espelho meu
As pessoas são estranhas. Tentam dar uma boa imagem delas próprias na maneira como se vestem, na maneira como agem, na maneira como se expressam. Fazem de tudo para alegrar ao próximo, mentindo ou não, depende do caso. Percorro os olhos pela multidão apressada que entra no metro, e vejo botas cheias de pelo, óculos gigantescos que cobrem a testa, cintos com picos, cristas cheias de gel, enfim, um autêntico desfile. O engraçado é que estas coisas aparecem num dia e desaparecem noutro sem nos apercebermos. Copiam-se uns aos outros, só para se sentirem bem com o resto da sociedade, ou gostam realmente do que vestem? Aposto que se chegam ao espelho de manhã e dão voltinhas e mais voltinhas em busca da imagem perfeita, imagem esta que foi pré estabelecida por alguém que se deve julgar superior aos outros neste campo. Existe uma enorme preguiça mental na cabeça das pessoas, que se limitam a usar o que lhes é imposto. Gostam e consomem porque sim, porque está na moda, e porque adoram ouvir “Ai, as tuas botas são tão giras! São iguais às minhas mas com menos pelo!”. Sinceramente acho que de manhã a pessoa deveria dirigir-se ao espelho e olhar para os seus olhos e ver o que se passa lá dentro. Julgar-se a si própria e tirar algumas conclusões. Ou gosta mesmo de vestir o que está na “moda”, ou se tem medo de enfrentar as criticas (que de válidas nada têm) sobre a sua maneira de se vestir, expressar ou agir. Tenham calma pinguins, o 25 de Abril há de chegar à vossa terra.
quarta-feira, janeiro 18, 2006
abençoada paciência
se há dias em que uma pessoa se revolta, hoje foi um deles. A dor de cabeça chegou quando estava dentro do metro. Não sei porquê, mas cada vez que ando no metro as veias da minha cabeça ficam inchadas e prestes a rebentar. Enfiei-me no comboio, respirei fundo, pus os óculos e dediquei trinta e dois minutos à leitura. Chegado a Cascais fui direito aos autocarros, para regressar a casa. A hora era má, e haviam filas à espera que chegassem os autocarros para estes ficarem bem cheios e apertados. Como eu não sabia onde começava a fila do meu, fiquei fora desta. Lá chegaram os dois autocarros, cada um para a sua fila. Foi então que as pessoas que estavam numa fila repararam que deviam estar noutra, e vice versa. O caos instalou-se. Eu lá me fui aproximando da porta do meu autocarro, quando começo a ouvir uma querida senhora: “Estas pessoas passam à frente! Estou ali na fila há mais de meia hora, e não há respeito”. Ela continuou a ladrar durante uns bons segundos. Eu lá deixei a simpática senhora passar à minha frente para ver se esta se calava. O engraçado é que a senhora estava na outra fila...Enfim, há espaço para todos no autocarro e não nos vamos chatear. Tentei-me acomodar no meio daquela gente toda, e arranjei um espacinho ao pé da porta da saída. Quando o autocarro parava numa paragem eu lá me encolhia para as pessoas saírem. Missão um pouco complicada visto que aquilo estava atolado de gente. É claro que com paciência corre tudo bem. Paragem após paragem a minha ginástica repetia-se, tudo corria bem até a tal senhora carregar no botão. As portas abriram-se, eu abri passagem, as pessoas foram saindo sem problemas, e nisto a puta da velha (que não tem outro nome) ganha fôlego e ladra para o ar: “Mas o que é que se passa com as pessoas?! Põem-se aqui e não deixam passar!!!”. Eu juro...a minha vontade foi de espancar aquela puta desgraçada, dar-lhe um pontapé nas costas enquanto ela saía, atirar-lhe uma chapada na nuca, sei lá! Tantas hipóteses! Estive mesmo perto de ir parar à esquadra por agressão a uma idosa. Puta da velha...Em vez disso levantei a voz e respondi: “É preciso é calma”. Não foi tão bom como queria, mas ao menos disse alguma coisa. Cheguei a casa e comi bolachas de água e sal com doce de morango.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
pobre Barnabé
a noite estava calma, o céu salpicado de estrelas e a lua estava tão cheia que quase transbordava. O Barnabé estava a dormir na sua cama e a sonhar que era pequenino em relação ao mundo. Tudo à sua volta era gigantesco e ele sentia-se perdido. Andava desorientado num mundo em que as pessoas eram enormes “blocos”, vestidos de castanhos e cinzentos. Eram pouco simpáticas, assustadoras e conseguiam gelar o coração a qualquer um que se atrevesse a olhar para estas. As ruas eram frias, com pouca luminosidade, os caminhos escorregadios e com enormes rachas e falhas. O Barnabé não corria, nem chorava... não que ele não o quisesse fazer, mas não queria dar nas vistas. Assustado e cheio de frio, tentou procurar um sitio onde se pudesse esconder e se sentisse seguro. Ao olhar sempre de lado para as criaturas, o Barnabé não viu onde pôs o pé, tropeçou numa casca de pistacho, e foi de encontro ao joelho de uma das criaturas! Esta pegou no pobre Barnabé pela gola da camisa e em menos de um segundo devorou-o, mastigando-o 5 vezes.
O Barnabé acordou a suar, e com o coração a bater muito rápido. Estava tudo escuro e resolveu sair da cama para ir beber água à casa de banho. Não conseguiu dar com os chinelos, por causa do escuro e seguiu caminho para não acordar ninguém. Estava de olhos bem abertos (mas em vão), e com as mãos esticadas para evitar alguma parede. Quando sentiu que já estava perto da casa de banho baixou os braços e deu um passo em frente. O azar do Barnabé é que não estava realmente em frente da porta da casa de banho, mas sim ao lado desta, cerca de uns 20 centímetros, suficientes para bater violentamente e brutalmente com o dedo pequenino do pé esquerdo na parede. O dedo partiu-se, a unha dividiu-se em duas (saltando uma para o chão), a parede sujou-se de sangue e o Barnabé acordou a família toda com um enorme: “FODA-SE!”.
Moral da história: A luz está cara.
O Barnabé acordou a suar, e com o coração a bater muito rápido. Estava tudo escuro e resolveu sair da cama para ir beber água à casa de banho. Não conseguiu dar com os chinelos, por causa do escuro e seguiu caminho para não acordar ninguém. Estava de olhos bem abertos (mas em vão), e com as mãos esticadas para evitar alguma parede. Quando sentiu que já estava perto da casa de banho baixou os braços e deu um passo em frente. O azar do Barnabé é que não estava realmente em frente da porta da casa de banho, mas sim ao lado desta, cerca de uns 20 centímetros, suficientes para bater violentamente e brutalmente com o dedo pequenino do pé esquerdo na parede. O dedo partiu-se, a unha dividiu-se em duas (saltando uma para o chão), a parede sujou-se de sangue e o Barnabé acordou a família toda com um enorme: “FODA-SE!”.
Moral da história: A luz está cara.
terça-feira, janeiro 03, 2006
assentos erguidos
Vamos lá ver se nos entendemos de uma vez por todas. Porque é que cada vez que um homem vai à casa de banho e deixa o assento levantado quando sai de lá, as mulheres refilam sempre? Mandam sempre aquela boca que somos porcos, mal educados e uns machistas de primeira. Isso está completamente errado minhas amigas. O trabalho que vocês têm a baixar o assento, é o mesmo trabalho que nós temos ao levantar o assento (e a tampa por vezes). Logo, não se queixem! Se querem sempre o assento para baixo tudo bem, mas quando fizerem o que têm a fazer ponham-no para cima que também temos direito. Ao menos assim não enchemos o assento com urina, ahaahah. É que realmente é mesmo coisa de mulher... passam a vida a preocuparem-se com coisas mesquinhas, sem interesse nenhum! Tempestades em copos de água! Ai Adão Adão...
segunda-feira, janeiro 02, 2006
run Forrest, run
nunca gostei de ginástica e aulas de educação física ...talvez porque as experiências que tive não foram das melhores...calções gigantescos para os lados, mas curtinhos para baixo, uma enorme t-shirt na qual o logotipo da escola ficava-me na barriga em vez de ser no peito. As inúmeras voltas que dei à escola, às 8 da manhã, com frio e com chuva. O corta-mato, esse grande evento no qual participavam dois tipos de concorrentes: os que queriam ir, e o que não queriam ir (mas que eram obrigados). Eu fazia parte deste último grupo e era daqueles que só lá estavam para encher. Lembro-me do meu primeiro corta-mato...arranquei ao lado de um amigo meu, e até estávamos confiantes, apesar do frio que se fazia sentir! Quem sabe se não chegaríamos ao fim!!!...Fiquei a saber na primeira volta. Não chegámos ao fim. Íamos bem colocados, bem demais para ser franco, quando nos aproximámos de um carreiro bastante estreito, lamacento e escorregadio. De um lado a grade da escola, do outro uma ravina cheia de arbustos e ervas daninhas. Abrandámos o passo, mas não foi suficiente para evitar a queda do meu amigo. Deu um mergulho de cabeça naquela piscina de lama. O meu primeiro instinto, como bom camarada que era, foi parar e ajudá-lo a levantar, para seguirmos em frente, mas quando olhei para trás vi uma manada de tipos enormes, a gritarem que nem umas bestas e ainda por cima o fato da ginástica assentava-lhes como uma luva! É claro que o meu instinto de camaradagem foi por água abaixo, dando lugar ao instinto de sobrevivência! Encostei-me à grade e assisti ao atropelamento do meu amigo. Já não bastava o rapaz estar ali deitado todo sujo de lama, e tinha de levar com umas 80 pisadelas nas costas, pernas e cabeça. O comboio lá passou e lá tentei socorrer, o que sobrava, do desgraçado. Ele chorava baba, ranho...e lama. Lá se levantou e fomos ao encontro da barraquinha das urgências, improvisada ali no meio do campo de futebol. Eu sentia-me um herói (apesar do fato XL de ginástica não ajudar muito para o estereótipo) , a ajudar o meu amigo! Quando lá chegámos ele explicou o sucedido ainda com as lágrimas a correr pela cara. O responsável pelo apoio médico, “extremamente comovido” com a situação, disse-lhe o seguinte: “Toma lá um pacotinho de açúcar que isso passa!” e deu uma valente gargalhada junto do seu pessoal. Aquele dia não foi dos melhores para o meu amigo, disso tenho a certeza.
quinta-feira, dezembro 29, 2005
...antes de adormecer
O fim do ano está próximo e todos se preparam para a grande noite. Acho piada a isto. Aquele momento em que contamos “10,9,8,7,6,5,4,3,2,1...”. Sentimo-nos felizes por este ano acabar e começar outro. O novo ano é sempre melhor, ou pelo menos é o que se espera dele. Para mim é mais um dia igual aos outros, só com uma diferença... temos desculpa para fazer uma festa (como se fosse preciso).
Terminado o assunto do ano novo, passo ao que realmente (me) interessa: o momento em que nos deitamos na cama. Todas as noites me deito e todas as noites passo por isto: Quando apago a luz e me tapo com os lençóis começa um dos melhores momentos que tenho na vida. Fico de olhos abertos a olhar para o tecto onde as estrelas brilham pouco, olho para a luzinha vermelha da televisão, olho para os desenhos na parede que se transformaram em silhuetas pretas... enquanto faço isto, penso no dia que tive, nas coisas que vou fazer amanhã, nas pessoas que estão cá, nas pessoas que estão lá, nas pessoas que cá estiveram e que cá não voltam. Por vezes o silêncio esmaga-me e as lágrimas saem. Penso no excelente mundo em que vivemos e na merda de pessoas que ele tem, penso nos meus amigos e na sorte que tive. Penso na minha infância, que foi das melhores que uma criança pode ter, penso na morte que mais tarde ou mais cedo me vai acontecer... Sinto que o mundo é enorme e que nunca o vou conhecer por completo, e por outro lado vejo-o minúsculo como a cabeça de um alfinete. Afinal é só um planeta no meio do infinito, e este é o limite.
É neste curto espaço de tempo, que encontro quem já não posso ver, viajo por sítios que não vou conhecer e que realizo sonhos que simplesmente não passam disso. É neste curto espaço de tempo que o meu coração acelera cheio de ansiedade e felicidade, e é neste curto espaço de tempo que o meu coração pára e me deixa deprimido...com saudade.
Terminado o assunto do ano novo, passo ao que realmente (me) interessa: o momento em que nos deitamos na cama. Todas as noites me deito e todas as noites passo por isto: Quando apago a luz e me tapo com os lençóis começa um dos melhores momentos que tenho na vida. Fico de olhos abertos a olhar para o tecto onde as estrelas brilham pouco, olho para a luzinha vermelha da televisão, olho para os desenhos na parede que se transformaram em silhuetas pretas... enquanto faço isto, penso no dia que tive, nas coisas que vou fazer amanhã, nas pessoas que estão cá, nas pessoas que estão lá, nas pessoas que cá estiveram e que cá não voltam. Por vezes o silêncio esmaga-me e as lágrimas saem. Penso no excelente mundo em que vivemos e na merda de pessoas que ele tem, penso nos meus amigos e na sorte que tive. Penso na minha infância, que foi das melhores que uma criança pode ter, penso na morte que mais tarde ou mais cedo me vai acontecer... Sinto que o mundo é enorme e que nunca o vou conhecer por completo, e por outro lado vejo-o minúsculo como a cabeça de um alfinete. Afinal é só um planeta no meio do infinito, e este é o limite.
É neste curto espaço de tempo, que encontro quem já não posso ver, viajo por sítios que não vou conhecer e que realizo sonhos que simplesmente não passam disso. É neste curto espaço de tempo que o meu coração acelera cheio de ansiedade e felicidade, e é neste curto espaço de tempo que o meu coração pára e me deixa deprimido...com saudade.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
happy birthday jesus
É natal. De ano para ano a situação piora. As pessoas são obrigadas a comprar prendas quer queiram quer não! É incrível! Vendo bem as coisas, o natal é o dia de aniversário de um sujeito que pelos vistos fez muita coisa por todos nós. A única coisa que não me entra na cabeça é a dimensão desta festa! O homenzinho fez alguns milagres e tal, foi crucificado, mais tarde ressuscitou (outra festa) e pronto...basicamente foi isto. A questão que se coloca é: será que isto lhe dá o direito de ter uma festa em memória dele? Ainda por cima a maior de todas! Compramos prendas uns para os outros, enfeitamos as casas, ficamos com aquele espirito parvo...e quando chega o dia 25 festejamos com toda a família e comemos à grande e à francesa. Se pensarmos bem, trata-se do aniversário de um homem morto há uns bons aninhos! Quando alguém morre, deixamos de festejar o seu aniversário! Porque raio é que temos de festejar o dele? Ele morreu, nunca o conhecemos e ainda por cima não é da nossa família! O natal é uma festa estranha e sem sentido nenhum. É um aniversário sem aniversariante, tem muitos bolos mas nenhum com velas, tem muitas prendas mas nenhuma é para o fulano que faz anos. Não digo que o natal é escusado e desnecessário, porque não o é. Provavelmente é o único dia do ano em que conseguimos juntar a família toda, reunida à mesa a falar, a rir e a recordar. Na minha opinião o natal devia ser melhor fundamentado, porque com esta história do aniversário do rapazito dos milagres, isto não faz muito sentido...
quarta-feira, dezembro 14, 2005
deficientes e eficientes
Olhar para um zarolho é das coisas que nos deixam mesmo mal. Pensamos sempre: “Qual é o olho para o qual devo olhar?”. Ele pode estar a falar durante minutos, mas nós na verdade, nem estamos ralados com o que ele diz, estamos é preocupados se olhamos para o olho certo. Isto serve para convencermo-nos de que não nos faz impressão falar com um zarolho, e que ele pode estar à vontade e sentir-se bem com ele próprio. Aliás, quando estamos com alguém gostamos sempre de dizer que temos um amigo deficiente, ceguinho ou surdo, e que isso não trava qualquer tipo de relação com ele. E mais! Somos tão bons, que nem damos conta da deficiência do nosso super amigo! ...é claro que não concordo com isto. Posso estar errado ao afirmar que as pessoas dizem isto da boca para fora, e não do fundo do coração, mas sinceramente acho que a maioria não consegue separar a deficiência em si da pessoa. Eu pelo menos quando falo com um zarolho, um maneta ou um de cadeira de rodas, não consigo evitar de pensar (nem que seja por um segundo), que ele é deficiente. Infelizmente existem pessoas com deficiências físicas e motoras, umas mais visíveis ou problemáticas que outras... não vamos é fingir que essas mesmas deficiências não estão lá, e não vamos ficar orgulhosos de conseguir ter uma amizade ou uma simples conversa com um deficiente. A próxima vez que falarem comigo reparem nos pelinhos e pontos negros que tenho no nariz! São o máximo! Óptimos para evitar ouvir a minha conversa.
terça-feira, novembro 29, 2005
pode-me dar uma mãozinha?
Mais uma voltinha no comboio, mais uma história...e esta bastante paranormal. Apanhei o comboio das 17h30, e lá me sentei no primeiro lugar que vi livre. O comboio arrancou e lá me aconcheguei e encostei-me ao vidro. Os meus olhos ardiam e fechavam cada vez mais. Tudo estava pronto para a bela da soneca. É claro que não foi bem assim...vi uma rapariga sentar-se ao meu lado, muito exaltada, abriu a mala, tirou de lá um caderno todo colorido e abriu-o. Deu para ver que se tratava de um texto escrito à mão, uma espécie de poema...não percebi muito bem devido à falta de legibilidade da coisa. Ela lá se acalmou e eu voltei ao meu início de sesta. Eu estava com a mochila em cima das pernas e com as mãos em cima da mochila. Já estava na fase em que bastava fechar os olhos e adormecia, quando olhei lá para fora, e vi um grande movimento na estrada. Tinha havido um desastre, nada de grave, uma pancadinha, uns faróis partidos e um pára-choques arranhado. Voltei a fechar os olhos e nesta altura ouvi: “Desculpe...posso-lhe fotografar as mãos? É que são muito bonitas”....O que eu dava para sair dali...Lá soltei uma gargalhada envergonhada e respondi “Ai é? Obrigado, podes tirar, é na boa” (não,não era na boa...eu estava era completamente vermelho e estava com medo que a minha cabeça rebentasse). Ela lá focou as minhas belas mãos, e clic, já está. Agradeceu-me e disse que estava cheia de vergonha, mas que não conseguiu resistir. Eu disse-lhe que não havia problema e virei-me para o vidro (a merda disto tudo é que já estava de noite, e os vidros ficam espelhados...logo quando olhava para o vidro, não via a paisagem, mas sim a vizinha fotógrafa). Ficou um ambiente estranho e eu tinha de agir. Voltei-me para ela e perguntei-lhe se estava a tirar algum curso de fotografia. Ela respondeu-me que não, que era só um hobbie, e calou-se. A partir daqui não podia fazer mais nada...além de não ser bom a fazer conversa, não havia nada a dizer. Lá me virei novamente para o meu cantinho, e tentei dormir, mas em vão. Já eu pensava noutros assuntos quando mais uma vez a rapariga disse: “Desculpe...posso-lhe fazer mais uma pergunta?”. Eu disse que sim. “Posso-lhe perguntar o que faz? É que estou aqui com umas ideias para as fotografias, blá blá blá”. Eu comecei a falar, ela disse-me que estava no 12º e que queria ir para filosofia, mas que adorava fotografar. De repente levanta-se, disse obrigado mais uma vez e correu para a porta. Enfim, um momento surreal para mais tarde recordar, nem que seja num diário de pitas. A questão é...qual é a beleza de umas mãos cheias de calos, cortes e pelos? Só a mim...
segunda-feira, novembro 28, 2005
chocolate a mais
Hoje perdi a cabeça e resolvi gastar as minhas economias numa prenda de natal antecipada...de mim para mim. Sabe bem fazer estas coisas de vez em quando. Acabei por comprar um livro sobre bonecada e personagens animados, e o DVD do filme “Charlie e a fábrica de chocolate”. Ouvi falar deste filme há uns tempos , mas nunca me despertadou grande curiosidade. É claro, é um filme do Tim Burton e não podia deixar de ver, mas mesmo assim não estava muito convencido. Hoje estou convencido e realmente só podemos opinar sobre algo quando temos fundamento para isso. Mais uma vez fiquei apaixonado por um filme do Tim Burton. É um filme que nos faz chorar, rir e sobretudo pensar. Pensar em nós próprios, na nossa infância, na nossa educação e no que nos tornamos como pessoas. É um filme que nos faz sentir bem com o que temos e com o que somos (dependendo de cada um...). Por detrás da magia , imaginação e fantasia do filme, existe uma critica aos métodos aplicados na educação das crianças, que vão sair prejudicadas para o resto da vida.
Quantos de nós já não passámos no corredor dos brinquedos num supermercado qualquer e assistimos a uma enorme birra de uma criança, a chorar, a berrar, a bater nos próprios pais, só porque quer este brinquedo. É claro...os pais dão o brinquedo para o puto se calar. Erro! Devia era levar um par de estalos no rabo e o resultado era bem positivo a nível educacional (...sim, porque a nível “nadegal” já não é bem assim). Outro exemplo são as crianças que ficam horas e horas em frente à televisão, e limitam-se a acumular todo o lixo que lhes é posto à frente. Erro! Os pais deviam desligar a televisão e correr com o puto para fora de casa, para socializar com outras crianças, esfolar os joelhos, engolir berlindes e rebentar estalinhos. Outro problema pode ser o excesso de orgulho no filho: “o meu filho fez isto, aquilo e aquele outro”. “tirou 100% a matemática, a português e a geografia!”. “Não acredito! Só tiraste 98% a matemática...ficas de castigo a fazer exercícios!” Erro! São coisas positivas, mas onde foi parar a diversão e os tempos livres? Pais que exigem em demasia deviam ir aparar a relva do jardim. Resumindo, cinco estrelas para o filme e nota negativa para alguns pais. Quem anda à chuva molha-se.
Quantos de nós já não passámos no corredor dos brinquedos num supermercado qualquer e assistimos a uma enorme birra de uma criança, a chorar, a berrar, a bater nos próprios pais, só porque quer este brinquedo. É claro...os pais dão o brinquedo para o puto se calar. Erro! Devia era levar um par de estalos no rabo e o resultado era bem positivo a nível educacional (...sim, porque a nível “nadegal” já não é bem assim). Outro exemplo são as crianças que ficam horas e horas em frente à televisão, e limitam-se a acumular todo o lixo que lhes é posto à frente. Erro! Os pais deviam desligar a televisão e correr com o puto para fora de casa, para socializar com outras crianças, esfolar os joelhos, engolir berlindes e rebentar estalinhos. Outro problema pode ser o excesso de orgulho no filho: “o meu filho fez isto, aquilo e aquele outro”. “tirou 100% a matemática, a português e a geografia!”. “Não acredito! Só tiraste 98% a matemática...ficas de castigo a fazer exercícios!” Erro! São coisas positivas, mas onde foi parar a diversão e os tempos livres? Pais que exigem em demasia deviam ir aparar a relva do jardim. Resumindo, cinco estrelas para o filme e nota negativa para alguns pais. Quem anda à chuva molha-se.
sexta-feira, novembro 25, 2005
cada macaco no seu galho
Que o mundo está repleto de malucos já eu sabia...o que eu não sabia é o nível a que eles podem chegar. E não estou a falar de malucos que entram no comboio a berrar, que cumprimentam toda a gente e ainda recitam um poema ou contam uma anedota, não falo dos malucos que têm grandes conversas com o amigo imaginário, não falo dos malucos que andam na rua de barbatanas nos pés e de cuecas na cabeça. Não, não são esses o problema, aliás, se calhar o mundo era um sítio bem mais agradável e cheio de arco-íris se houvessem mais malucos desses. Os malucos de que falo não agem inconscientemente, pelo contrário. Sim, possuem graves problemas psicológicos, mas não são inconscientes! Não consigo compreender este tipo de pessoas que gostam de ver as pessoas mal umas com as outras, que gostam de mesquices e de arranjar problemas. Contam mentiras e fazem de uma frase inofensiva um enorme escândalo. Em vez de brincarem com a vida deles metem-se na vida dos outros, como se fosse um passatempo. Tenho pena dessas pessoas...muita mesmo. Normalmente tem-se "pena" das crianças que morrem à fome num país do qual nem sequer sabemos o nome, mas sinceramente, tenho mais pena destes malucos. São autênticos parasitas, maníacos, anormais, de ideias fixas, lunáticos, paranóicos, que não têm razão, alienados, dementes. Não suportam ver alguém feliz, que arranjam um esquema qualquer, do mais reles possível, para conseguirem o que querem. É triste vê-los esforçarem-se com tanta dedicação e no fim aquilo não dar frutos. Não conseguem o que querem e isso só os enfurece e revolta mais. As verdadeiras amizades e o verdadeiro amor nunca, mas nunca se vão vergar perante tais tentativas de destruição. Quando eu era mais novo lembro-me de matar moscas, mosquitos e bichos chatos com insecticida...Agora, acho que uma bala era a solução.
sexta-feira, novembro 18, 2005
cuspidelas e beatas
Depois de uma semana fechado em casa, a ver o fundo da sanita, a tremer de frio debaixo de cinco kg de cobertores, e com dores no estômago como nunca tinha tido antes (ou se calhar já...), devido a uma intoxicação alimentar, fiz-me à estrada...ou melhor, à rua. Acordei às oito horas em ponto, nem muito cedo, nem muito tarde. Lá me despachei com calma, coisa que não costumo fazer, comprei o jornal, a camioneta veio logo mal eu cheguei à paragem, apanhei o comboio mesmo quando ele estava a sair, arranjei um belo lugar, sentei-me a ler o DNA, a temperatura estava boa, tudo corria na perfeição. Estava-me a correr bem o dia, apesar de ser sexta-feira. Quando saí do comboio estava mais fresquinho, mas até soube bem respirar fundo (não muito que o fumo dos cigarrinhos devia estar quase a aparecer). Dei ainda uns 20 e tal passos e o meu pé direito escorrega ligeiramente para a frente... tinha acabado de pisar uma cuspidela enorme e uma beata toda desfeita. Aquilo criou ali uma papa que me deu vómitos. “Ok”- pensei eu, nem todos os dias são assim perfeitos, e não vai ser uma cuspidela esquecida por algum anormalóide que me vai estragar o dia. Passei a vaga de fumo, enquanto arrastava o meu ténis pelo chão e lá retornei o caminho até à escola. Ao subir já a rua da minha escola olhei para o “telhado” de Lisboa e fiquei apavorado com o tamanho da árvore de Natal que está na praça do Comércio... Não fiquei surpreendido por ela ser tão grande, por mim até podia ir até à lua, fiquei foi chocado com o tamanho da estupidez de quem manda fazer aquilo. A ideia e o dinheiro envolvido em todo o processo, a estupidez que é bater estes records para o Guiness, e ainda a estúpida felicidade dos portugueses que ficam radiantes ao ver a maior árvore de Natal do mundo e arredores (e que é NOSSA, é bom referir), a brilhar! Naquele momento sentem-se bem, em paz e harmonia! As crises, guerras e depressões são esquecidas! Já ninguém passa fome, já ninguém é espancado violentamente até à morte, já ninguém corta a filha aos bocados, já ninguém dorme debaixo da ponte, já não existem confrontos em todo o mundo! A paz e o amor foram alcançados graças à nossa árvore de Natal e ao seu espirito natalício! Orgulho lusitano acima de tudo. Viva o natal, viva portugal...
quinta-feira, novembro 17, 2005
take 2
O fruto proibido é o mais apetecido, mas há coisas que ainda me surpreendem... Desde que me conheço (bonita expressão), que faço isto, e sinceramente acho que não vai mudar até eu morrer. Faço-o instintivamente, e só me prova que o ser humano é mesmo uma espécie que gosta de ver sofrer...e de sofrer mesmo. Vamos a conduzir numa auto-estrada, e lá bem ao fundo está um saco de plástico preto agarrado ao asfalto. Aproximamo-nos e reparamos que afinal não é um saco, mas sim um animal...mais perto, cada vez mais perto, o nosso olhar fixa-se no pobre desgraçado e....."QUE NOJO!!! É um cão esborrachado, e tinha as tripas à mostra e os olhos para fora!!!". É claro que naquele segundo vimos o estado do animal, mas instintivamente olhamos para lá outra vez, uma espécie de take 2 da cena, e... "Que NOJOO!!! Está mesmo morto! Viste aquilo??? Ai, não quero olhar!".
Mas porque raio é que olho sempre para animais mortos na estrada? Deve ser para me sentir pior, porque 1º: Eu já sabia que aquilo era um cão. 2º:Já sabia que estava morto e 3º: Sim , as tripas estavam mesmo de fora. Acho que todos nós temos esta pontinha de maldade ou curiosidade, seja lá o que for. Outro exemplo deste "repetir de acções", é o cheirar um iogurte azedo ou algo que está podre. Cheiramos aquilo uma vez, e rapidamente fazemos uma careta e viramos esta para o lado. Ganhamos coragem e cheiramos outra vez! Agora temos a certeza que é do iogurte e que não foi nenhuma falha do nosso olfacto. Mas mesmo assim, vamos fazer o teste com outra pessoa e dar-lhe esse enorme prazer! Uma cabeça pensa sempre melhor que duas, e é desta que vamos tirar as conclusões! "Cheira lá este iogurte, não cheira a azedo?". É claro que a pessoa faz a tal careta, encolhe-se toda e confirma. O iogurte está azedo. Tanto sofrimento, mas gostamos de fazê-lo várias vezes.
Isto também se aplica a feridas ou lesões no nosso corpo: "Se carrego aqui dói-me...AUUU......AAAUUU......................aaaAAAUUU....".
Mas porque raio é que olho sempre para animais mortos na estrada? Deve ser para me sentir pior, porque 1º: Eu já sabia que aquilo era um cão. 2º:Já sabia que estava morto e 3º: Sim , as tripas estavam mesmo de fora. Acho que todos nós temos esta pontinha de maldade ou curiosidade, seja lá o que for. Outro exemplo deste "repetir de acções", é o cheirar um iogurte azedo ou algo que está podre. Cheiramos aquilo uma vez, e rapidamente fazemos uma careta e viramos esta para o lado. Ganhamos coragem e cheiramos outra vez! Agora temos a certeza que é do iogurte e que não foi nenhuma falha do nosso olfacto. Mas mesmo assim, vamos fazer o teste com outra pessoa e dar-lhe esse enorme prazer! Uma cabeça pensa sempre melhor que duas, e é desta que vamos tirar as conclusões! "Cheira lá este iogurte, não cheira a azedo?". É claro que a pessoa faz a tal careta, encolhe-se toda e confirma. O iogurte está azedo. Tanto sofrimento, mas gostamos de fazê-lo várias vezes.
Isto também se aplica a feridas ou lesões no nosso corpo: "Se carrego aqui dói-me...AUUU......AAAUUU......................aaaAAAUUU....".
quinta-feira, novembro 03, 2005
acto de insanidade
Acabei de cometer algo que nunca pensei vir a fazer. Estava deitado na cama, a ver televisão para ver se adormecia, quando subitamente me deu uma enorme vontade de comer batatas fritas ensopadas em ketchup. Levantei-me, fui até à cozinha, e por azar havia tudo o que precisava...despejei as batatas num prato e de seguida cobri-as de ketchup. Este fez de cobertor às batatas, e estas ficaram muito bem tapadinhas. Dirigi-me para o quarto e aqui suicidei-me aos bocadinhos. As batatas ficaram pesadas e moles, os meus dedos estavam escorregadios, o ketchup entranhou-se nas minhas unhas, enfim, um verdadeiro festim! Comi aquilo tudo, e senti-me como um americano obeso, estúpido e cheio de problemas cardiovasculares. Daqui a alguns quartos de hora a minha barriga vai começar-se a queixar e claro...com toda a razão. No fim, ainda comi uma tangerina e uma banana para me tentar enganar, mas sei que não vai dar resultado. Enfim, antes uma dor de barriga do que morrer queimado.
terça-feira, outubro 18, 2005
O nevoeiro cancerígeno
Lá estava eu, sentado no banco do comboio encostado ao vidro a olhar para o rio Tejo...ou era isso ou olhava para o outro lado e via centenas de pessoas apertadas quase a caírem-me a cima. Chegamos à última paragem, Cais do Sodré. As pessoas entram em euforia, tentam alcançar o botão para abrir a porta o mais rápido possível. Eu fico sentadinho à espera que a maior parte das pessoas saia para não ser atropelado. Levanto-me, ponho as mãos nos bolsos, dirijo-me para a porta, saio do comboio e pronto...é aqui que a verdadeira aventura começa: As pessoas que foram a correr para a porta tinham uma razão para isso: queriam acender o seu cigarrinho o mais depressa possível. As nuvens de fumo tomam conta do Cais do Sodré e eu lá tento desviar-me delas. Por momentos sinto-me o D. Sebastião, mas a tosse que o fumo me provoca lembra-me que não. Tento suster a respiração, mas lá acabo por ser invadido. Enfim, ao menos estas pessoas esperam por chegar à rua, e não fumam dentro de espaços fechados...digo eu.
A questão do tabaco que nunca irá mudar... “Ah, eu quando quiser paro de fumar, eu consigo controlar isto”. Acho que fumar só mostra o nível de estupidez da pessoa... a sério. Fumar MATA, não? Cada vez que falo sobre isto dizem-me “Fumar é mau, mas tu também bebes álcool e isso também é prejudicial”... a minha resposta é: “Eu não ando a atirar com cerveja à cara de ninguém, e se prejudico alguém esse alguém sou eu”. Fumem à vontade, suicidem-se aos bocadinhos, a vida é vossa : ) Não me obriguem é a levar com a vossa ignorância. Se eu morrer de cancro e se for devido ao fumo que inalei durante estes anos todos, não quero que os fumadores (que não tiveram qualquer tipo de respeito) se ponham a lamentar a minha morte. Eu juro que venho cá abaixo outra vez só para espancar a pessoa violentamente. Os chocos com tinta deitam tinta.
A questão do tabaco que nunca irá mudar... “Ah, eu quando quiser paro de fumar, eu consigo controlar isto”. Acho que fumar só mostra o nível de estupidez da pessoa... a sério. Fumar MATA, não? Cada vez que falo sobre isto dizem-me “Fumar é mau, mas tu também bebes álcool e isso também é prejudicial”... a minha resposta é: “Eu não ando a atirar com cerveja à cara de ninguém, e se prejudico alguém esse alguém sou eu”. Fumem à vontade, suicidem-se aos bocadinhos, a vida é vossa : ) Não me obriguem é a levar com a vossa ignorância. Se eu morrer de cancro e se for devido ao fumo que inalei durante estes anos todos, não quero que os fumadores (que não tiveram qualquer tipo de respeito) se ponham a lamentar a minha morte. Eu juro que venho cá abaixo outra vez só para espancar a pessoa violentamente. Os chocos com tinta deitam tinta.
sexta-feira, setembro 23, 2005
nos funerais não há croquetes
O Sr. Armando estava na sua habitual corrida matinal, quando de repente deu-lhe um aperto no coração, os olhos quase que saíram para fora e o pescoço encheu-se de veias. O Sr. Armando caiu no chão e morreu ali. A partir daqui o Sr. Armando tornou-se mais conhecido e numa melhor pessoa. Cada vez que alguém morre, existe sempre um grupo grande de pessoas que gostam de dizer o quanto eram amigas do Sr. Armando. " Coitadinho do Armando pá.. ele era tão boa pessoa!" (Pode ter sido um verdadeiro filho da mãe, mas agora que está morto convém dizer que era uma jóia de pessoa). "Epá, ainda no outro dia estive com ele na fila do supermercado!" (Com ele e com mais 7 ou 8 pessoas.. qualquer uma podia ter morrido). "Eu conhecia-o há uns 5 ou 6 anos" (Parabéns...). Enfim, frases deste tipo ouvem-se, tornando-se numa competição. Podíamos não conhecer nada de nada do defunto, mas agora parece que já somos da família. Parece que falamos dos mortos só mesmo para dizer que o conhecíamos, e que falávamos com ele! "Aquele viu o morto no outro dia? Então...eu vi-o ontem a passar na camioneta, GANHEI, toma toma!".
Passa-se exactamente a mesma coisa com pessoas conhecidas. Temos necessidade de dizer a toda a gente que já demos passagem ao carro do actor X ou Y, ou que já falamos com o apresentador Z.
Os mortos estão mortos e agora é tarde para dizer-lhes o que pensávamos deles. Se falámos com ele ontem ou anteontem não interessa! Falamos com pessoas todos os dias e qualquer uma pode ser a próxima. Nos funerais não existem croquetes por isso deixem-se disso.
Passa-se exactamente a mesma coisa com pessoas conhecidas. Temos necessidade de dizer a toda a gente que já demos passagem ao carro do actor X ou Y, ou que já falamos com o apresentador Z.
Os mortos estão mortos e agora é tarde para dizer-lhes o que pensávamos deles. Se falámos com ele ontem ou anteontem não interessa! Falamos com pessoas todos os dias e qualquer uma pode ser a próxima. Nos funerais não existem croquetes por isso deixem-se disso.
quinta-feira, setembro 15, 2005
tudo bem?
Acordo de manhã, levanto-me, vou à casa de banho, como o pequeno almoço e saio de casa. Lá ao fundo vem aquela pessoa que conhecemos há alguns anos, mas nunca conversamos a sério, nem temos grande intimidade para isso. Cruzamos um olhar ao longe, e de seguida baixamos a cabeça até nos cruzarmos lado a lado. Aqui levantamos a cabeça, damos um sorriso amarelo e perguntamos: "Tudo bem?" em simultâneo, e seguimos os nossos caminhos sem grandes preocupações e com esperança de não encontrar mais alguém daquele tipo. Um dia destes vou mudar isto, só mesmo para ver a reacção da pessoa. Ela pergunta-me: "Tudo bem?"...e eu em vez de dizer "Tudo bem?" digo algo do género: "Nem por isso. Agora que falas nisso está tudo mal! Acordei mal disposto, fartei-me de vomitar, estou de diarreia, a unha encravada do pé não ajuda nada, e o meu cagado morreu esta madrugada! E contigo, está tudo bem?". Ahahahah, havia de ser bonito! A pessoa tinha de ficar ali especada à espera que eu lhe explicasse a minha vida toda. Se calhar era capaz de dar resultado... quando a pessoa me visse ao longe mudava logo de direcção ou escondia-se numa loja qualquer a pensar: "Oh não, lá vem o maluquinho que não se consegue ficar com um 'tudo bem?'"
segunda-feira, setembro 12, 2005
a pinha que caiu
Era uma vez um menino de 6 anos que tinha uma daquelas piscinas insufláveis no quintal. Este tinha uma zona de relva e outra com pinheiros. O pai do menino resolveu colocar a piscina debaixo dos pinheiros para fazer sombra, mas não sabia que ao fazer isto iria mudar completamente o futuro do menino...
Numa quente tarde de verão só se ouviam as mãos da criança a chapinhar na água da piscina. Fazia-se sentir uma brisa, suficiente para agitar os pinheiros. O menino continuava a brincar cá em baixo, com um enorme sorriso de orelha a orelha. Se há momentos de felicidade, aquele era um deles! Era tudo perfeito...mas de um momento para o outro tudo mudou. O vento desta vez agitou bastante o pinheiro e lá de cima caiu uma pinha. O menino assustado com o uivar do pinheiro, olhou para cima e abriu a boca... a pinha entrou violentamente na boca do menino, ficando presa na garganta. A criança não podia gritar e estava a sufocar. O pai, que estava na garagem a colocar as jantes novas no carro, estranhou o silêncio e correu de imediato para o quintal. Ficou abismado com o sucedido. Correu até ao filho, apertou-lhe a garganta e espremeu-a até a pinha sair. O menino não chorou, nem sequer berrou...estava branco como papel e foi agarrar-se ao patinho de borracha que tinha ganho numa promoção de uns cereais.
O menino cresceu e tornou-se num rapaz forte e bastante inteligente. Estava na faculdade a tirar o curso de engenharia e só lhe faltavam alguns meses para termina-lo. Certo dia acabou as aulas e veio de autocarro, como era costume, até casa. Ao sair do autocarro olhou para o quintal, que só tinha relva pois os pinheiros tinham sido cortados semanas após a tragédia, e ficou com um olhar estranho. A tragédia estava-lhe a passar perante os seus olhos, parecia que estava a reviver aquele momento! O jovem assustado deu dois passos atrás, pôs as mãos na cara e começou a chorar. Ainda a lágrima não tinha corrido a cara toda, o rapaz ouviu um buzinão e de repente ficou tudo preto. O autocarro da escola tinha-lhe passado por cima e o jovem morreu. Moral da história: As piscinas não se põem debaixo dos pinheiros, e ao darem dois passos para trás certifiquem-se que não vem nenhum autocarro da escola. Paz.
Numa quente tarde de verão só se ouviam as mãos da criança a chapinhar na água da piscina. Fazia-se sentir uma brisa, suficiente para agitar os pinheiros. O menino continuava a brincar cá em baixo, com um enorme sorriso de orelha a orelha. Se há momentos de felicidade, aquele era um deles! Era tudo perfeito...mas de um momento para o outro tudo mudou. O vento desta vez agitou bastante o pinheiro e lá de cima caiu uma pinha. O menino assustado com o uivar do pinheiro, olhou para cima e abriu a boca... a pinha entrou violentamente na boca do menino, ficando presa na garganta. A criança não podia gritar e estava a sufocar. O pai, que estava na garagem a colocar as jantes novas no carro, estranhou o silêncio e correu de imediato para o quintal. Ficou abismado com o sucedido. Correu até ao filho, apertou-lhe a garganta e espremeu-a até a pinha sair. O menino não chorou, nem sequer berrou...estava branco como papel e foi agarrar-se ao patinho de borracha que tinha ganho numa promoção de uns cereais.
O menino cresceu e tornou-se num rapaz forte e bastante inteligente. Estava na faculdade a tirar o curso de engenharia e só lhe faltavam alguns meses para termina-lo. Certo dia acabou as aulas e veio de autocarro, como era costume, até casa. Ao sair do autocarro olhou para o quintal, que só tinha relva pois os pinheiros tinham sido cortados semanas após a tragédia, e ficou com um olhar estranho. A tragédia estava-lhe a passar perante os seus olhos, parecia que estava a reviver aquele momento! O jovem assustado deu dois passos atrás, pôs as mãos na cara e começou a chorar. Ainda a lágrima não tinha corrido a cara toda, o rapaz ouviu um buzinão e de repente ficou tudo preto. O autocarro da escola tinha-lhe passado por cima e o jovem morreu. Moral da história: As piscinas não se põem debaixo dos pinheiros, e ao darem dois passos para trás certifiquem-se que não vem nenhum autocarro da escola. Paz.
domingo, setembro 11, 2005
meu querido domingo
Hoje é domingo............................podia acabar este texto aqui, e o domingo estava falado. Mas para ocupar mais espaço vou falar das coisas que caracterizam este dia tão estúpido e dispensável. É o dia em que as avós, mães e filhos se levantam mais cedo para ir à missa; é o dia em que os pais saem à rua e erguem os seus fatos de treino tricolores junto dos amigos que já estão no café a beber martinis e minis; é o dia em que os pais passam grande parte da manhã a passear de mercearia em mercearia à procura do almoço; é o dia do grande churrasco em família; é o dia em que só dão filmes estúpidos para toda a família na televisão; é o dia de ir dar a voltinha dos tristes à serra de Sintra e ao Guincho; é o dia em que se ligam as telefonias e se ouve o relato do futebol, o desporto rei; é o dia em que o jantar é só um petiscozinho; é o dia em que vamos para a cama cedo porque segunda feira é já amanhã e há trabalho. Resumindo...o domingo é um dia diferente dos outros, mas o que poderia ser bom torna-se no mau. Se eu pudesse hibernava todos os domingos, passava de sábado para segunda, ou então arranjava outro nome para o domingo. Eu não consigo ir à praia no domingo, só de pensar que está cheia de gente. Prefiro ficar em casa a queimar pestanas em frente a um monitor e a escrever textos estúpidos. Essa é que é essa. É claro que daqui a uns anos, quando eu trabalhar que nem um escravo, vou implorar a deus-nosso-senhor-todo-poderoso-milagroso-e-fofinho que me dê muitos e muitos domingos, para poder aproveitar o tempo com a familia, ir à missa, ouvir o relato da bola, dar a voltinha dos tristes, etc. etc....O que me vale é que as bananas não têm caroço e são fáceis de descascar.
sexta-feira, setembro 09, 2005
anda cá que eu já te digo!
Depois de uma longa pesquisa e de um intenso estudo, concluí que os pais ao darem o segundo nome no nome aos filhos têm como intenção dominá-los, imobilizando-os rapidamente e sem qualquer tipo de contacto físico. É como se tocassem no seu ponto fraco, vejamos: O Luís cujo nome completo é Luís Filipe Açorda de Marisco, está muito bem no seu quarto a ouvir música em altos berros (bonita expressão), e a sua mãe Laurinda está na cozinha com o jantar quase pronto. Nesta altura ela chama-o para ir por a mesa: "Luís, anda por a mesa!". O Luís ouviu qualquer coisa, mas não se dá ao trabalho de baixar o volume. Mais uma vez a mãe chama-o, mas desta vez em alta voz: "LUIS, ANDA POR A MESA JÁ TE DISSE!". O Luís percebeu claramente o que a mãe lhe disse, mas mesmo assim ignora-a, preferindo ouvir a harmoniosa voz do vocalista metaleiro que se farta de berrar. A mãe pousa a colher de pau (sorte para o Luís), desliga o bico do fogão, vai direito ao quarto, abre a porta e aqui diz as palavras mágicas: "LUIS FILIPE, vai imediatamente por a mesa, já te disse!". Sem nada a fazer o pequeno Luís baixa a cabeça e caminha em passos lentos para a mesa. É incrível o poder que o segundo nome tem sobre nós. Ele só existe para os pais refilarem connosco e nos mandarem fazer coisas! Eles só os utilizam nestas alturas de maior tensão ou nas etiquetas das prendas de natal. E realmente nada podemos fazer, somos obrigados a fazer o que eles querem. Esta é a lei.
No meu caso é diferente. Visto que não tenho segundo nome, este é substituído por uma colher de pau ou por uma simples chapada. O método também é bastante eficaz e produtivo. Mal oiço "Ricardo vem cá ou vai lá", eu já estou cá ou lá.
No meu caso é diferente. Visto que não tenho segundo nome, este é substituído por uma colher de pau ou por uma simples chapada. O método também é bastante eficaz e produtivo. Mal oiço "Ricardo vem cá ou vai lá", eu já estou cá ou lá.
quarta-feira, agosto 24, 2005
tem horas?
Já há algum tempo que penso nisto, mas como é um assunto que pode ferir algumas pessoas nunca escrevi nada sobre ele...mas hoje ganhei coragem e a todos os que se sentirem mal, comam um kiwi que faz bem. De certeza que já passaram por isto, vão muito bem na rua (até podem ir muito mal, não interessa), quando alguém resolve perguntar as horas: "Desculpe, tem horas?". Até aqui tudo bem, nada de anormal, mas é quando esticamos o braço para ver o relógio que estragamos tudo...porque é que fechamos a mão quando vemos as horas? Alguém me explique isto, que está fora das minhas capacidades de compreensão. Erguemos o punho como se fossemos socar alguém! Se calhar é mesmo isso. Estamos tão bem na rua, e lá vem um chato perguntar as horas, realmente só dá vontade de lhe bater. É que toda a gente faz isto, e isto não é coisa que se aprenda na escola : "Menino Joãozinho, mostre-me lá de novo as horas, e desta vez de mão fechada! Não é com esses dedos todos esticados!". Ele há coisas que a razão desconhece e esta é uma delas. Por isso já sabem, quando alguém vos perguntar as horas arrotem e desatem a correr.
quarta-feira, agosto 17, 2005
a humilhação do animal, a ignorância do ser humano.
Já há uns anos que se realizam em Cascais as festas do mar, e numa das tardes a praia torna-se o alvo das atenções. Não para ver futebol de praia, não para ver alguma prova dentro de água, mas sim para ver 200 ótarios a fugirem de uma vaca... O animal sai apressado para a areia e começa atrás destes grandes heróis. Estes fogem a sete pés, atiram-se para a água e escondem-se atrás de barcos. A estupidez máxima começou. A vaca está confusa, assustada e parada a olhar para todos os lados. Como ela não se mexe começam alguns ótarios a atirarem areia para atiça-la e convida-la a dar-lhes uma cornada nas nádegas. A vaca resolve correr e com sorte consegue apanhar um, ao qual dá uma sova bem dada. É claro como o bicho está em desvantagem todos os 200 ótarios correm em direcção à vaca na tentativa de salvar o amiguinho, que nesta altura já está esborrachado e cheio de ematomas e areia no corpo todo. Agarram a vaca por todos os lados, puxam-lhe o rabo, dão-lhe pontapés e chapadas e o público aplaude! O homenzinho consegue sair dali, e todos se afastam à espera que ela ataque outra vez. Qual será a piada disto? Porque atrai tanta gente? Estou seriamente a pensar escrever uma carta à camara municipal de Cascais, na qual vou colocar uma lista de novas atracções, para melhorar a festa! Em vez de vacas podiam por leões na praia atrás das pessoas, arame farpado nos muros (para não conseguirem fugir), e alguns crocodilos à beira de água. Também pensei em minas espalhadas pelo areal, mas não sei se teremos orçamento para isto tudo. Enfim, acho que as coisas ficavam mais equilibradas entre o animal e o homem. Aí sim, eu levantava-me e batia palmas. Ah, e se alguém saisse de lá com vida ganhava um excelente prémio! Uma batedeira electrica ou umas panelas. Cascais ia ficar a ganhar com certeza.
quinta-feira, junho 30, 2005
tenho saudades de musgo
oh triste vida! o que é feito do musgo? o musgo que se apanhava nas tardes frias de inverno, o musgo que se arrancava das pedras, o musgo que se punha nos presépios na altura do natal...nunca gostei de presépios. Se pensarmos bem na palavra e se a dissermos muitas vezes torna-se mesmo estúpida...presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios, presépios,presépios, ahahahhaha. O melhor de tudo são as personagens dele.Os bonecos nunca são proporcionais, o menino jesus está sempre muito feliz para quem nasceu numa pocilga ou num curral cheio de merda de vaca, o Zé e a Maria são sempre os mesmos...ele em pé e ela de joelhos (sem comentários) e os três reis magos estão sempre desgraçados: existe sempre um sem metade da cabeça, outro que não se aguenta em pé e outro que é um playmobil. Nos presépios mais elaborados existem patos em lagos de papel celofane azul amachucado, ovelhas com pinipons ao lado, pontezinhas cheias de um pó branco (deve ser neve..ou então é mesmo pó acumulado do ano inteiro), e claro, a estrela gigantesca que está presa com arame em cima da gruta, do curral, da pocilga do menino jesus coitadinho. Eu prefiro kiwis, mas cada um sabe de si.
há dias felizes
Viva amiguinhos que têm a triste ideia de visitar este blog : ) já há um tempo que nao escrevia aqui qualquer coisa, devido à maravilhosa escolinha....é claro. Tenho novas histórias para vos contar, e surpresa das surpresas foi a caminho da escola. A primeira foi bastante engraçada..saí do comboio no cais do sodré (essa zona tão limpinha e asseada de Lisboa) ainda num estado meio zombie, no meio daquela gente toda aos encontrões, a fumarem etc etc... finalmente consegui sair daquele aglumerado,fiquei feliz e consegui respirar (pouco, mas consegui), e quando pensei estar livre...um amiguinho chinês que estava ao meu lado, teve a brilhante ideia de tapar a narina direita, virar a cabeça para o lado esquerdo (que por acaso era onde eu estava) e expirar com uma brutalidade incrível tudo o que tinha lá dentro...A minha sorte foi ter reparado naquilo a tempo e parei, porque se tivesse dado mais um passo tinha levado com muco chinês verde, bem quentinho, nas minhas queridas pernas. Se ele me tivesse acertado, acho que pegava num calhau da calçada e batia-lhe tanto na cabeça até lhe abrir o crânio...depois cuspia-lhe em cima para ver se ele gostava. Já sabem, olhos bem abertos pois nunca se sabe de onde elas aparecem! Na vinda para casa, vim a dormir no comboio. Já estava a entrar naquela fase em que me babo todo quando de repente começo a ouvir berros...mas não eram berros normais. Eram berros de quem está a ter um filho pelo rabo. Abri os olhos e tentei perceber o que se passava...eram umas cinco pitas histéricas aos berros umas com as outras. "Querido Pai Natal, este ano quero uma arma....."
terça-feira, abril 19, 2005
todos para a terra deles
"O medo do outro é o próprio contrário do amor. Esquece-se isso quando se pensa que o amor está ligado ao erotismo, à sexualidade e aos prazeres da carne. A questão do amor opõe-se ao ódio, isto é, ao medo dos outros. O ódio nasce do medo."
Paul Virilio in Cibermundo:A Política do Pior
É incrivel como é que ainda existem pessoas que menosprezam outras raças. Há um tempo estava eu num bar e chegou um grupo (autênticos otários), em que o individuo mais pequeno devia ter 1 metro e 80 cm. Pediram grandes canecas de cerveja e começou a festa...levantaram-se, gritaram canticos e estenderam o braço em frente. "Pela nação, white skin é a solução!". Como é que gente como esta ainda existe? E o pior de tudo é que estão a crescer! É fácil depararmo-nos com simbolos fascistas, racistas e afins, nas claques de futebol! Este estilo de vida, com forte ligação à extrema direita é completamente asqueroso e nojento! Mas este tipo de mentalidade não fica por aqui, estando muitas, de uma maneira mais reservada, na cabeça de muita gente. Quantas vezes já ouvimos frases do tipo "eu gosto de pretos, mas é na terra deles"; "andam-nos aqui a roubar o emprego", etc etc etc!! É este tipo de preconceito que me irrita profundamente! Primeiro de tudo estamos no século XXI, e não existem limites de fronteira a nível racial, portanto um amarelo, um verde, um preto, um vermelho, um roxo pode ser um português, acima de tudo é um cidadão do mundo. Segundo, eles não nos roubam os empregos, eles apenas ocupam o emprego que nós portugueses não queremos, por acharmos que é uma porcaria e que não se ganha bem. Enfim, são tantas as formas de racismo e de estupidez que encontramos a toda a hora, que seria impossivel descreve-las aqui....isto fica incompleto, mas não me apetece escrever mais! Além disso nem sei a cor do meu chapéu de chuva : /
sábado, abril 16, 2005
o mistério das garrafas
Está uma bela noite, o jogo de futebol acabou, seguem-se perguntas de jornalistas e comentários dos treinadores. Lá estão eles sentados a falar para um microfone...e ao lado deste o que está? Eu digo-vos! 1º - uma garrafa da água natural. 2º - uma garrafa de coca-cola 3º - uma garrafa com um liquido de cor viva (laranja ou azul claro). A questão é esta...os treinadores estão ali uns cinco minutos, e raramente tocam numa destas garrafas, quanto muito na de água, então o que será que acontece às garrafas que eles não bebem? Ficam lá guardadas para a próxima jornada? Os jornalistas levam para casa? É um dos grandes mistérios da Humanidade, que eu vou tentar descobrir! A lâmpada do candeeiro do meu quarto não funciona :/
terça-feira, abril 05, 2005
a leitura faz bem aos ossos
Não sou uma daquelas pessoas que devora livros atrás de livros, mas gosto muito de ler, e quando tenho o meu tempinho livre vou folheando uns livros e absorvendo alguma cultura. É pena que os livros sejam tão caros! Ontem fui comprar um livro e passei-me com o preço :/ ...mas comprei-o na mesma! Não vou deixar de ler só por serem muito caros e além disso quando for grande quero ter uma vastissima colecção de livros! A questão que se levanta é a seguinte: se os livros fossem mais baratos e acessiveis a um maior número de pessoas, será que estas liam mais? Não sei mesmo... será que o livro se vai perder e ser esquecido? Quanto aos jornais diários já nem digo nada....cada vez mais as pessoas trocam um bom jornal (que se paga obviamente) por um jornalezo que lhes é distribuido gratuitamente. Há quem diga que é uma boa iniciativa, e que as pessoas lêem mais. A minha opinião é contrária, porque esses jornais são de pouca ou nenhuma qualidade e o serviço informativo é escasso e pobrezinho...sem falar do excesso de publicidade em todas as páginas que vão influenciar o cidadão a comprar determinado produto. Se as pessoas continuarem a trocar bons jornais por "estas coisas", a sociedade vai enfraquecer a nível informativo e cultural, dando lugar a uma maior falta de civismo, e a um estreitamento mental (tão caracteristico dos portugueses) muito mais profundo. :) Ler faz bem aos ossos e não só! Podemos melhorar muito, mas mesmo muito a nossa linda mentalidade. É bom sairmos deste mundozinho e entrarmos no mundo dos livros e das suas histórias, através da nossa imaginação. Os meus lençois são de flanela e são muito fofinhos e macios, o que me proporcionam um sono rico em cálcio e vitaminas.
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